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Textor Explica Êxodo de Jogadores do Botafogo e Envolvimento com Lyon: Detalhes Chocantes

Por Redação FutFogão em 08/10/2025 11:19

O cenário do Botafogo em 2024 tem sido de profundas transformações, marcadas por uma significativa renovação em seu elenco e uma performance que, na visão de seu acionista majoritário, John Textor, não atingiu as expectativas. Após um ano anterior de conquistas notáveis, o clube carioca viu grande parte de sua base desfeita, um movimento que o próprio Textor atribui à natural busca dos atletas por novos desafios e oportunidades no futebol europeu.

Em uma recente manifestação, o empresário norte-americano não hesitou em classificar a temporada atual como um "fracasso", dada a ausência de títulos, e trouxe à tona um dado revelador sobre a saída de jogadores:

Ganhamos títulos e metade dos jogadores quis sair. É normal. Vá ter um novo desafio e ver a Europa.

Essa declaração sublinha a dificuldade de manter a coesão de um grupo vencedor em um mercado globalizado, onde o sucesso atrai tanto propostas quanto o desejo individual de ascensão. A comparação com outros modelos, como o do Palmeiras, que possui um treinador consistente e uma robusta academia de base, reforça a percepção de um sistema ainda em consolidação no Botafogo .

A Saída de Craques e o Desafio de 2024

A transição do Botafogo para a temporada de 2024 foi drástica, com a equipe titular do ano anterior sofrendo perdas substanciais. Apenas alguns nomes, como Barboza, Vitinho, Bastos (atualmente lesionado) e Marlon Freitas, permaneceram no plantel. Este panorama de profunda alteração no grupo principal impactou diretamente o desempenho em campo, culminando na ausência de disputas por troféus.

O êxodo não se limitou aos titulares, estendendo-se a reservas que tiveram papéis importantes. A tabela a seguir ilustra a dimensão das mudanças no elenco :

Categoria Jogadores
Titulares que deixaram o clube John, Gregore, Almada, Luiz Henrique, Igor Jesus
Reservas importantes que saíram Adryelson, Júnior Santos, Tchê Tchê, Danilo Barbosa
Titulares da temporada anterior que permanecem Barboza, Vitinho, Bastos (lesionado), Marlon Freitas

Para Textor, essa é uma realidade inerente ao sucesso no futebol sul-americano, onde a visibilidade de títulos invariavelmente impulsiona o interesse de clubes europeus pelos principais talentos. Ele aceita as críticas, mas ressalta a complexidade de gerir tal cenário.

A Intrincada Rede Financeira entre Clubes

A relação entre Botafogo e Lyon, ambos sob a influência da Eagle Football de John Textor, tem sido um ponto de constante debate. Questionado sobre se sua atenção dividida com o clube francês teria prejudicado o Glorioso, Textor defende veementemente o modelo colaborativo implementado, negando qualquer arrependimento e citando os resultados alcançados.

A forma como tomávamos decisões na Eagle era de forma colaborativa entre França e Brasil. A maioria dos jogadores que contratamos para o Botafogo era identificada com a possibilidade de ter sucesso na Europa. Essa colaboração foi valiosa para o Botafogo, porque trouxe Almada, Luiz Henrique, Igor Jesus... Eles ajudaram o clube a ganhar campeonatos no Brasil porque a Eagle deu um caminho para eles jogarem na Europa. Quando estou sentado com esse troféu (aponta para a Libertadores), não posso estar arrependido.

Desde a aquisição do Lyon em dezembro de 2022, a sinergia entre os departamentos de futebol das duas equipes, incluindo intercâmbio de informações de scout, profissionais e jogadores, tornou-se mais intensa. Essa colaboração facilitou transferências notáveis, como as de Lucas Perri, Adryelson e Almada, do Rio de Janeiro para a França. Contudo, a partir de abril deste ano, a participação ativa de Textor nas decisões do Lyon diminuiu, levando a um período de "guerra fria" entre os clubes.

As transações financeiras entre as entidades também geraram controvérsia. Em julho, o CEO do Botafogo , Thairo Arruda, enviou uma comunicação ao Lyon indicando que vendas de jogadores como Jair, Luiz Henrique, Savarino e Igor Jesus teriam ocorrido em "condições desfavoráveis" para auxiliar o clube francês, que enfrentava problemas de caixa. Textor corrobora essa versão e detalha a complexa teia de débitos e créditos:

O fato é que o Lyon deve muito dinheiro ao Botafogo, mas o que não é falado é que o Botafogo também deve dinheiro a eles. Eu diria que, grosso modo, Eagle Bidco e Lyon devem algo perto de US$ 160 milhões (R$ 853 milhões) ao Botafogo. E o Botafogo, em valor líquido, deve algo perto de US$ 92 milhões (R$ 492 milhões) para eles.

Essa declaração sugere que, apesar de o Botafogo ter obrigações financeiras com o Lyon, a balança pende para um crédito significativo em favor do clube brasileiro, conforme ilustrado na tabela abaixo:

Entidade Credora Entidade Devedora Valor Aproximado (USD) Valor Aproximado (BRL)
Botafogo Eagle Bidco e Lyon US$ 160 milhões R$ 853 milhões
Lyon Botafogo US$ 92 milhões R$ 492 milhões
Saldo Líquido (a favor do Botafogo) US$ 68 milhões R$ 361 milhões

O Dilema da Escolha do Treinador

Outro ponto sensível da gestão de Textor foi a demora na contratação de um novo treinador no início do ano. Artur Jorge, que havia comandado o Botafogo na conquista da Libertadores em 2023, foi anunciado pelo Al-Rayyan, do Catar, em 4 de janeiro. Renato Paiva, seu substituto, só foi contratado 55 dias depois, em 27 de fevereiro, após a derrota na Recopa Sul-Americana para o Racing. Textor quebrou o silêncio sobre o processo, admitindo a dificuldade:

Ninguém pode reclamar de perder um técnico (Artur Jorge) naquelas condições bizarras. Eu não queria falar para as pessoas naquela altura porque não contratamos ninguém. Falam que foi planejamento ruim, mas adivinhem! Ninguém aceitou o emprego. Não queria falar porque achava que iria fazer mal para a reputação do clube. É melhor que eu leve as críticas, já estou acostumado. Podem falar que foi planejamento, mas ninguém aceitou. Eu sou persuasivo, mas ninguém quis. Se você chegou ao topo, todo treinador sabe que o próximo ano geralmente não vai ser tão bom. Cinco, seis pessoas me recusaram. Talvez eu não tenha sido tão convincente, não foi planejamento.

A pressão inerente a um ano pós-títulos, combinada com a saída inesperada de um técnico vitorioso, criou um cenário desafiador para a busca por um novo comando técnico. A recusa de múltiplos nomes, segundo Textor, não foi reflexo de um planejamento deficiente, mas sim da complexidade de atrair um profissional para um clube com expectativas elevadíssimas após um período de grande sucesso.

A narrativa de John Textor, ao defender suas decisões e contextualizar os desafios enfrentados pelo Botafogo , oferece uma perspectiva interna sobre um período de intensas mudanças. Suas explicações buscam dissipar as críticas, ao mesmo tempo em que revelam as intricadas dinâmicas do futebol moderno, onde a gestão de múltiplos clubes e a rotatividade de atletas se tornam elementos centrais na busca por estabilidade e sucesso.

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