- FutFogão
- Botafogo no Topo das Lesões da Série A 2025: O Que Aconteceu?
Botafogo no Topo das Lesões da Série A 2025: O Que Aconteceu?
Por Redação FutFogão em 23/12/2025 07:54
O cenário do futebol brasileiro em 2025 foi marcado por uma realidade inegável: a intensificação do calendário e, consequentemente, o aumento alarmante de problemas físicos entre os atletas. As equipes da Série A, somadas, participaram de 859 confrontos ao longo do ano, culminando em um total de 772 afastamentos médicos registrados. Este número representa um acréscimo de 7% em comparação com o ano anterior, 2024, evidenciando uma tendência preocupante. Entre os clubes mais afetados por essa onda de contusões, o Botafogo se destacou negativamente, figurando ao lado de Fortaleza, Internacional, Vitória, Grêmio e São Paulo como os maiores contribuintes para essa estatística desfavorável. Conforme apontado por um comentarista esportivo, a situação é tão grave que se questiona:
?Tem alguma coisa muito errada?
A Escalada das Baixas Médicas no Futebol Brasileiro
A análise histórica das lesões na elite do futebol nacional revela um padrão de oscilação, mas com uma clara tendência de alta nos períodos mais recentes. Desde 2016, quando o levantamento foi iniciado, o número de baixas médicas tem sido um termômetro da exigência física imposta aos jogadores. O ano de 2025, com suas 772 ocorrências, posiciona-se como um dos mais desafiadores, apenas superado por 2017 (884), 2016 (824) e 2018 (823).
Para contextualizar a gravidade da situação em 2025, apresentamos os dados anuais de afastamentos médicos na Série A:
| Ano | Baixas Médicas |
|---|---|
| 2016 | 824 |
| 2017 | 884 |
| 2018 | 823 |
| 2019 | 704 |
| 2020 | 708 |
| 2021 | 630 |
| 2022 | 840 |
| 2023 | 741 |
| 2024 | 721 |
| 2025 | 772 |
A coleta dessas informações foi realizada com o auxílio dos jornalistas que cobrem os 20 clubes da Série A, garantindo um mapeamento minucioso de cada caso. Foram desconsiderados atletas que foram poupados por controle de carga, fadiga ou questões fisiológicas, bem como lesões que ocorreram fora do ambiente do clube, em jogos por seleções ou categorias de base. Casos de doenças como Covid-19, gripes, viroses e indisposições gerais também não integraram esta contabilidade.
Botafogo: O Desafio dos Gramados e dos Bastidores
O Botafogo emerge como o clube mais impactado por lesões em 2025, com um total de 55 casos, representando um salto de 53% em relação às 36 ocorrências registradas em 2024. Essa estatística alarmante não apenas comprometeu a performance alvinegra ao longo da temporada, mas também desencadeou profundas mudanças internas. A situação culminou na dispensa do preparador físico Luca Guerra e, subsequentemente, na saída do técnico Davide Ancelotti, que manifestou discordância com a decisão.
Davide Ancelotti havia enfatizado à diretoria a relevância da permanência de Guerra, um ponto de atrito significativo. Relatos dos setoristas do Botafogo indicam que Luca Guerra frequentemente desconsiderava a hierarquia do departamento médico. O preparador físico, segundo as informações, ignorava as diretrizes do Núcleo de Saúde e Performance, que incluíam dados de monitoramento de carga, níveis de fadiga e análises fisiológicas, optando por conduzir os treinamentos do clube carioca conforme sua própria metodologia. Tais métodos contribuíram para a elevação no número de lesões, ceifando a participação de diversos titulares em momentos cruciais da temporada. Desde a chegada de Ancelotti, o Botafogo registrou uma nova baixa médica a cada quatro dias.
Um exemplo notório foi o jovem Kaio, que necessitou de atendimento após uma lesão no joelho em partida contra o Bahia, ilustrando a fragilidade física do elenco alvinegro.
Outros Gigantes Enfrentam a Enfermaria
O Fortaleza, que amargou o rebaixamento para a Série B, também viu nas lesões um dos entraves mais significativos de sua jornada. Jogadores como Brítez e Bruno Pacheco visitaram o departamento médico em quatro ocasiões cada. No total, 31 atletas distintos do elenco sofreram algum tipo de lesão e passaram por tratamento durante o ano. A contratação mais cara da história do clube, Moisés, permaneceu afastado por aproximadamente seis meses devido a uma lesão no músculo posterior da coxa esquerda, resultando em sua ausência em 32 jogos da temporada.
Na terceira posição do ranking de lesões, encontramos uma dupla que conseguiu evitar o rebaixamento apenas na rodada final do Brasileirão: Internacional e Vitória. Ambos os clubes registraram 50 baixas médicas em 2025. A diferença entre eles reside no volume de jogos disputados, com o Colorado entrando em campo 62 vezes, enquanto o Leão da Barra participou de 67 partidas.
Grêmio e São Paulo formam outra dupla que enfrentou sérios desafios com contusões ao longo do ano, cada um com 49 afastamentos médicos. O Imortal chegou a ter um pico de 13 jogadores simultaneamente sob os cuidados do Departamento de Ciência, Saúde e Performance. No Tricolor Paulista, o que mais chamou a atenção foi a gravidade das ocorrências, com 16 atletas ficando indisponíveis por, no mínimo, dez jogos em 2025 devido a lesões. Abaixo, o ranking dos times com mais baixas médicas em 2025:
| Posição | Time | Baixas Médicas (2025) |
|---|---|---|
| 1º | Botafogo | 55 |
| 2º | Fortaleza | 51 |
| 3º | Internacional | 50 |
| 3º | Vitória | 50 |
| 5º | Grêmio | 49 |
| 5º | São Paulo | 49 |
| ... | Cruzeiro | (Menor número) |
Protagonistas da Enfermaria: Os Jogadores Mais Afetados
Além dos números gerais, a temporada de 2025 foi marcada por desfalques individuais que impactaram profundamente o desempenho de suas equipes. O jovem atacante Caio Maia, do Atlético-MG, lesionou-se na pré-temporada e não conseguiu retornar aos gramados. Ele sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior e do menisco medial do joelho direito em um amistoso nos Estados Unidos, resultando em sua ausência em todos os 71 jogos restantes do Galo no ano.
No Botafogo , o zagueiro Bastos, peça fundamental na temporada anterior, praticamente não atuou em 2025. O defensor esteve em campo por apenas seis minutos em um confronto pelo Campeonato Carioca, sendo forçado a deixar a partida devido a uma lesão no joelho esquerdo. Essa breve aparição tornou-se um símbolo de uma temporada inteira comprometida por problemas físicos. Ao todo, o zagueiro angolano ficou indisponível por 61 partidas em 2025.
Na região Sul, Internacional e Grêmio tiveram casos de jogadores com ausências significativas. Pelo Colorado, o versátil Bruno Gomes perdeu 47 partidas devido a lesão; no Imortal, o zagueiro Rodrigo Ely acumulou o mesmo número de desfalques. Ambos foram os atletas que mais perderam jogos em 2025 em seus respectivos clubes. Calleri, no São Paulo, também foi desfalque em muitos compromissos após uma ruptura no ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho esquerdo. Essas contagens de jogos perdidos consideram o período desde o primeiro desfalque por lesão até o retorno do atleta para uma partida oficial, excluindo lesões anteriores a 2025.
Onde Dói Mais: Análise das Partes do Corpo Lesionadas
Pelo décimo ano consecutivo, a coxa se manteve como a região do corpo que mais afastou atletas da elite do futebol brasileiro. Especialistas em medicina esportiva reiteram que essa alta incidência está diretamente ligada à intensa demanda imposta a esse grupamento muscular durante as partidas. A coxa é constantemente sobrecarregada em ações de alta intensidade, como arrancadas em velocidade, mudanças abruptas de direção e finalizações, tornando-a particularmente vulnerável.
Em 2025, foram registrados 343 problemas musculares na coxa. As contusões no joelho ocuparam a segunda posição, com 116 casos, dos quais 30 exigiram intervenção cirúrgica. Lesões no tornozelo (65) e na panturrilha (48) também tiveram destaque neste ano. A distribuição das lesões por parte do corpo é detalhada a seguir:
| Parte do Corpo | Número de Casos (2025) |
|---|---|
| Coxa | 343 |
| Joelho | 116 |
| Tornozelo | 65 |
| Panturrilha | 48 |
| Outras/Não Detalhadas | 201 |
| Total | 773* |
*A contabilização total de 773 baixas inclui um caso de lesão simultânea em múltiplas partes do corpo, mas contado como um único caso clínico. Por exemplo, o volante Baralhas ficou afastado por 20 dias devido a uma sobrecarga no adutor esquerdo e um problema no púbis. É importante notar que, das 772 baixas médicas totais, 50 não tiveram o local do corpo especificado pelos clubes, sendo apenas informada a entrada do jogador no departamento médico sem detalhamento da área afetada ou da gravidade do problema.
Este panorama detalhado das lesões em 2025 serve como um alerta para a necessidade de revisões profundas nas metodologias de preparação física e na gestão do calendário do futebol brasileiro, especialmente para clubes como o Botafogo , que sentiram o peso dessas ausências de forma tão contundente.
Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros