Renato Paiva: Nível do Elenco Botafogo, Mundial e PSG | Análise Completa

Renato Paiva, o renomado treinador do Botafogo, foi recentemente o centro das atenções no programa "Bola da Vez" da "ESPN", em uma edição exibida neste sábado (14). Durante a entrevista, o estrategista português não hesitou em abordar temas cruciais para o futuro do Glorioso, oferecendo uma perspectiva detalhada sobre a qualidade atual de seu plantel e os desafios iminentes no cenário internacional.

O Desafio Inicial no Mundial de Clubes

Antes de qualquer projeção ambiciosa, Paiva fez questão de enfatizar a importância da concentração no embate inaugural do Botafogo no Mundial de Clubes. O adversário, Seattle Sounders, dos Estados Unidos, representa o primeiro obstáculo a ser superado, e o técnico português deixou claro que todo o foco da equipe deve estar direcionado para este confronto decisivo.

Para o comandante, a partida de estreia assume uma relevância ímpar, quase como um divisor de águas na jornada da competição. Ele ressaltou a necessidade de conquistar os três pontos iniciais, mesmo reconhecendo que o Seattle atuará em seu próprio território, com o apoio de sua torcida.

No entanto, o treinador fez uma ponderação realista sobre a disparidade de peso entre os adversários, afirmando: "Não quero dar uma de Simeone, mas não tem como. É olharmos agora para o jogo do Seattle, e é o jogo mais importante da nossa vida, portanto temos que fazer três pontos aí. Sabendo que o Seattle joga em casa, que tem a sua torcida, mas obviamente não posso ser irresponsável e dizer que o jogo do Seattle tem o mesmo peso do PSG ou Atlético de Madrid, porque não é".

O primeiro compromisso do Alvinegro no torneio está agendado para este domingo (15), com pontapé inicial às 23h (horário de Brasília), no estádio Lumen Field. O grupo B do Mundial de Clubes, além do Botafogo e do Seattle Sounders, conta ainda com a presença do Atlético de Madrid, prometendo confrontos de alto nível.

Foto: (Vítor Silva/Botafogo)

A Perspectiva sobre o PSG e o Dilema Messi

Em um dos momentos mais intrigantes da entrevista, Paiva discorreu sobre a possibilidade de enfrentar o Paris Saint-Germain, o atual campeão da Liga dos Campeões e um dos gigantes do futebol europeu. A despeito do poderio do clube francês, o técnico do Botafogo surpreendeu ao revelar uma preferência peculiar.

O português expressou que, em sua análise, seria mais vantajoso para o Glorioso ter enfrentado o PSG no período em que Lionel Messi ainda integrava seu elenco. Ele argumentou que, apesar da constelação de estrelas, a equipe daquela época, com o craque argentino, representava um desafio diferente do atual.

Em suas palavras, Paiva declarou: "Eu sinceramente acho que essa história do PSG é maravilhosa, porque é uma mudança daquilo que era um conjunto de nomes importantes para o que é hoje uma equipe. Preferia (enfrentar) o PSG do Messi, preferiria disputar (contra) o Paris Saint-Germain do Messi".

Essa visão demonstra uma percepção estratégica aguçada, sugerindo que a transição do PSG de um time com grandes individualidades para uma equipe mais coesa poderia, paradoxalmente, apresentar um obstáculo tático mais complexo do que o enfrentamento de um conjunto de talentos brilhantes, mas talvez menos sincronizados.

A Avaliação do Plantel Alvinegro

Um dos pontos centrais da conversa foi a avaliação que Renato Paiva fez do nível do elenco do Botafogo. O treinador, conhecido por sua busca incessante pela excelência, ofereceu uma nota para o atual estágio de sua equipe, sempre com um olhar crítico e voltado para o aprimoramento contínuo.

Paiva sublinhou que a perfeição é um horizonte inatingível em sua filosofia, e que a satisfação plena é um sentimento que raramente o acompanha, embora o contentamento e o alívio sejam emoções mais frequentes. Essa postura reflete a mentalidade de um profissional que busca constantemente superar limites.

Ao quantificar a qualidade do grupo, o técnico asseverou: "De 0 a 10, acho que nunca há 10. Nunca estamos preparados, nunca atingimos a perfeição e nunca estou satisfeito. Contente estou várias vezes, aliviado estou outras, mas satisfeito eu nunca estou. Eu diria que hoje (o elenco está) num 7 ou 8, caminhando para o 9. Acreditando que algumas incorporações, que alguns jogadores podem chegar ainda para dar esse plus, precisamos de bastante experiência nesse tipo de jogos".

A declaração de Paiva revela não apenas a percepção do potencial existente, mas também a necessidade de reforços estratégicos, especialmente jogadores com a experiência necessária para lidar com a pressão de partidas de alto calibre. A busca por esse "plus" indica uma ambição de elevar o patamar do Botafogo a um nível ainda mais competitivo.

O técnico português concluiu sua participação no programa reforçando a mentalidade que busca incutir em seus atletas: "Agora, vai depender muito de nós, daquilo que nós passamos, e eu já venho tentando mentalizar os jogadores disto, que desfrutem com responsabilidade daquilo que é uma prova que nós todos, quando começamos a ser profissionais, queremos estar. O objetivo é ganhar". Essa máxima resume a essência de sua gestão: desfrutar o jogo com seriedade e ter o triunfo como meta primordial.