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Peñarol x Botafogo: Entenda Por Que 4 Torcedores Uruguaio Seguem Presos no Brasil
Por Redação FutFogão em 23/10/2025 18:42
Um ano se passou desde que a Cidade Maravilhosa se tornou palco de um confronto lamentável, envolvendo torcedores do Peñarol e as forças de segurança locais. O episódio, ocorrido na orla do Recreio, Zona Oeste do Rio de Janeiro, antes de uma semifinal da Conmebol Libertadores contra o Botafogo? um jogo que terminaria com uma vitória expressiva do clube carioca por 5 a 0 ? ainda ecoa nos tribunais brasileiros. Quatro cidadãos uruguaios, envolvidos na desordem, permanecem em solo nacional: um sob custódia prisional e três em regime de medidas cautelares.
Aquele dia foi marcado por cenas de vandalismo e agressão. Indivíduos, muitos com o rosto coberto, vestindo camisas e adereços do time uruguaio, utilizaram paus, pedras e garrafas para atacar policiais militares e transeuntes. A violência escalou a ponto de um ônibus ser incendiado. A resposta das autoridades foi imediata e contundente, resultando na detenção de mais de 200 pessoas, que foram encaminhadas à Cidade da Polícia para prestar esclarecimentos sobre os acontecimentos.
Após uma série de depoimentos e investigações preliminares, vinte e dois homens foram presos e um adolescente, também implicado na contenda, foi apreendido. O menor, posteriormente, retornou ao Uruguai, onde passou a cumprir uma medida socioeducativa determinada pela justiça de seu país. Os envolvidos adultos contaram com a representação legal dos advogados Roger Gomes e Eduardo Benfica, do Escritório Gomes & Benfica Advogados, em todas as etapas do processo.
As Consequências Duradouras de um Confronto Pré-Libertadores
A complexidade do caso se revelou nos meses seguintes. Dos adultos inicialmente detidos, dezoito conseguiram retornar ao Uruguai. Esse retorno foi possível por meio de acordos de não persecução penal, absolvições ou revogações de medidas cautelares. Contudo, a distância geográfica não os isenta das obrigações judiciais; eles continuam participando de todas as fases do processo legal brasileiro por meio de videoconferências, com doze deles ainda respondendo a processos criminais perante a Justiça do Brasil.
A persistência da situação de quatro desses torcedores, entretanto, destaca a severidade das acusações e a morosidade inerente aos trâmites judiciais internacionais. Três deles estão sob medidas cautelares, o que inclui o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o território brasileiro até a conclusão definitiva de suas sentenças. Acompanhar a evolução desses casos é um lembrete constante da responsabilidade individual, mesmo em contextos de multidão.
Justiça Brasileira: O Destino dos Torcedores Estrangeiros
O quarto indivíduo, Ruben Ezequiel Rodrigues Acuna, teve um desfecho mais grave. Ele foi condenado a uma pena de seis anos e três meses de prisão. As acusações que levaram à sua condenação incluem incêndio, associação criminosa e corrupção de menores, crimes que evidenciam a gravidade dos atos praticados e a determinação da justiça em impor as devidas penalidades. Seu caso é um marco na resposta judicial a incidentes de violência de torcidas organizadas em território nacional.
Abaixo, um panorama detalhado dos números e desdobramentos deste caso, que expõe os desafios da segurança em grandes eventos esportivos e a aplicação da lei em um contexto internacional:
| Aspecto | Detalhes |
|---|---|
| Total de uruguaios detidos | 238 |
| Delegacias de registro | 16ª DP e 42ª DP |
| Liberados no dia do caso | 216 |
| Presos preventivamente | 21 |
| Adolescente apreendido | 1 (retornou ao Uruguai para medida socioeducativa) |
| Prisões preventivas revogadas | 20 (passaram a cumprir medidas cautelares, 3 permanecem no Brasil) |
| Indivíduo condenado e preso | 1 (Ruben Ezequiel Rodrigues, 6 anos e 3 meses de prisão) |
Este episódio serve como um alerta severo sobre as consequências da desordem em eventos esportivos, especialmente quando envolve torcedores estrangeiros. A resposta judicial demonstra que a impunidade não prevalece, e a seriedade dos atos praticados pode resultar em longas estadias forçadas e penas significativas, independentemente da nacionalidade dos envolvidos.
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