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Paiva Expõe Textor: Interferência na Escalação Causou Demissão no Botafogo
Por Redação FutFogão em 30/06/2025 12:35
A recente e repentina saída de Renato Paiva do comando técnico do Botafogo, após a eliminação na Copa do Mundo de Clubes para o Palmeiras, no último sábado, trouxe à tona uma versão dos fatos que choca os observadores do futebol. O próprio treinador, em contato com o renomado jornalista André Rizek, do Sportv, na manhã desta segunda-feira, revelou o que, em seu entendimento, motivou o seu desligamento do clube alvinegro.
Paiva expressou sua surpresa com a decisão, que lhe foi comunicada sem prévia reunião ou justificativa formal por parte da diretoria. Segundo ele, não havia qualquer problema de relacionamento no vestiário, o que tornava a situação ainda mais enigmática para o público geral.
O Choque de Filosofias: Interferência na Escalação e o "Botafogo Way"
A raiz da discórdia, conforme a versão apresentada por Renato Paiva, reside na alegada interferência direta de John Textor, proprietário da SAF do Botafogo , nas decisões relativas à escalação e à estratégia tática da equipe. Essa tensão, segundo o treinador, já vinha se manifestando desde a passagem do time pelo Brasil.
- A alegação é interferência na escalação. Isso já vem desde quando o Botafogo estava no Brasil. Por exemplo, Cuiabano jogando de atacante. Textor não gosta porque quer vender um dia o Cuiabano como lateral e isso atrapalha o plano comercial.
Ainda de acordo com Paiva, o ponto de inflexão decisivo para o rompimento teria sido uma formação específica utilizada em campo. O treinador detalhou a situação:
- E aí o motivo crucial: a escalação com três volantes. O Textor já tinha se queixado dessa formação no empate em 0 a 0 (pelo Brasileirão, contra o Palmeiras). O Paiva entende que o Botafogo controlou o jogo e eu concordo com ele, aquela era a tática acertada. O Textor falou pra ele que não queria ver o time jogando novamente daquele jeito. Não é o "Botafogo Way".
Essa declaração de Textor, referindo-se ao "Botafogo Way", aponta para uma filosofia de jogo ou um modelo de performance que o proprietário almeja para o clube, e que, aparentemente, estaria em desacordo com as escolhas técnicas de Paiva. O treinador defendia a eficácia da tática adotada, especialmente no empate sem gols contra o Palmeiras, onde considerava que a equipe havia exercido controle sobre a partida.
As Consequências Imediatas e o Futuro do Comando
A saída de Renato Paiva, que se deu após o revés por 1 a 0 na prorrogação contra o Palmeiras, na Copa do Mundo de Clubes, não se limitou apenas ao treinador. A decisão resultou na despedida de toda a sua comissão técnica, que incluía Ricardo Dionísio (auxiliar), Miguel dos Santos (auxiliar), Rui Tavares (preparador de goleiros) e Daniel Castro (preparador físico). Essa saída em bloco ressalta a profundidade do desentendimento e a ruptura completa com o projeto que vinha sendo desenvolvido.
O episódio levanta questões importantes sobre a autonomia do profissional de futebol em um modelo de gestão que se torna cada vez mais presente no cenário esportivo global. A versão de Renato Paiva, ao colocar a interferência nas escolhas técnicas como o cerne da questão, expõe um conflito potencial entre a visão estratégica do proprietário e a liberdade tática do treinador, um debate que, certamente, continuará a reverberar no universo alvinegro e além.
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