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Neto no Botafogo: A Nova Geração de Goleiros Alvinegros e a Herança Paterna
Por Redação FutFogão em 12/08/2025 04:18
A chegada de um novo atleta a um clube de futebol frequentemente carrega consigo mais do que apenas um contrato; por vezes, ela revela uma intrincada tapeçaria de destinos e legados. É o caso de Neto, o mais recente goleiro a vestir a camisa do Botafogo, cuja trajetória se entrelaça surpreendentemente com a de seu genitor. Em suas próprias palavras, expressas nas plataformas digitais, o arqueiro reflete sobre essa particularidade:
Às vezes, paro para pensar em como a vida e seus caminhos nos levam sempre para a direção correta.
Tal declaração ressalta uma notável coincidência: seu pai, Betão, também exerceu a função de goleiro no Glorioso, em 1981. Apresentado oficialmente ao clube nesta segunda-feira, Neto reiterou a influência paterna como um pilar fundamental em sua jornada profissional.
Meu pai foi meu exemplo e minha inspiração para lutar na vida.
Em um diálogo exclusivo, Betão detalhou as circunstâncias de sua passagem pelo Alvinegro e a emoção de testemunhar seu filho integrar uma das agremiações que ele próprio defendeu. Em 1981, ao desembarcar no Rio de Janeiro vindo do Joinville, Betão encontrou um cenário com outras opções na meta botafoguense, como Paulo Sérgio e Luis Carlos.
A Conexão Histórica: Betão e o Botafogo de 1981
A oportunidade para Betão surgiu em um contexto específico, como ele próprio relata:
O Paulo Sérgio tinha se lesionado, e o Botafogo foi até o Joinville, meu time de origem. Queriam um goleiro emprestado, e a diretoria me ofereceu porque eu ainda era um jovem promissor à época. O diretor do Joinville me levou até o Rio, assinei contrato, fiquei por 1 ano e 2 meses. O Botafogo tinha interesse na minha compra, mas o Joinville não tinha interesse na venda porque eu era um goleiro para o futuro para eles. Tive que retornar, mas foi um ano inteiro de muita alegria e satisfação.
Apesar de pai e filho trilharem o mesmo caminho sob as traves, Betão assegura que não houve qualquer imposição para que Neto seguisse a mesma profissão. A preocupação da mãe do novo goleiro do Botafogo , Claudia, era que o filho priorizasse os estudos, temendo as incertezas e dificuldades inerentes ao universo do futebol.
A perspectiva de Betão sobre a escolha profissional do filho é marcada por um profundo senso de gratificação, mas também pela lembrança dos desafios enfrentados em casa:
Para mim, é muito gratificante (ter um filho goleiro). A "briga" em casa foi muito grande com minha esposa (hoje, já falecida), aquela cobrança de que ele ficasse em casa para estudar. Não queria que ele seguisse a carreira de jogador porque passou isso comigo. Eram épocas diferentes, a vida era difícil para quem jogava futebol, não era tão fácil. Então ela não queria que ele sofresse.
Legado Familiar e a Trajetória de Neto
Apesar das apreensões iniciais, a determinação de Neto prevaleceu, e o apoio familiar tornou-se incondicional. Betão complementa:
Não fizemos nada para impedir, ele foi galgando o espaço dele. Foi indo, indo, indo e chegando onde quis. Dali para frente, não tínhamos o que fazer, tínhamos que incentivar mesmo. Determinado como sempre foi, tem uma visão boa das coisas para si mesmo, e conseguiu construir uma carreira e uma família boas para ele. Isso foi importante, sempre teve os pés no chão.
Neto, cuja formação inicial se deu no Athletico-PR, teve uma breve passagem pelas categorias de base do Cruzeiro em sua adolescência. Aos 13 anos, vivendo sozinho em Belo Horizonte, sua estatura de 1,90m ainda estava longe de ser alcançada, o que lhe rendia o apelido de "baixinho". A distância da família, somada à melancolia, levou-o a retornar a Santa Catarina, onde seus pais residiam. A intervenção paterna foi decisiva neste momento:
Tivemos que trazê-lo de volta. Liguei para o Athletico-PR, aceitaram fazer um período de experiência por uma semana, ele passou e aí se tornou o goleiro que é hoje em dia. Foi para frente sozinho, com sua própria vontade e determinação.
A Decisão de Retornar ao Brasil: O Chamado do Alvinegro
Ao tomar conhecimento do interesse do Botafogo em contratar seu filho, Betão encorajou Neto a deixar o cenário europeu e rumar para o Rio de Janeiro. Após quinze temporadas no futebol do Velho Mundo, com passagens por clubes como Juventus, Barcelona e Arsenal, o acerto com o Alvinegro representa um novo capítulo significativo em sua carreira.
A seguir, um breve comparativo da ligação familiar com o Botafogo :
Goleiro | Ano(s) no Botafogo | Origem na Chegada | Duração da Passagem |
---|---|---|---|
Betão | 1981 | Joinville | 1 ano e 2 meses (empréstimo) |
Neto | Atual | Europa | Início de contrato |
A chegada de Neto ao Botafogo , portanto, transcende a mera contratação de um atleta; ela simboliza a continuidade de um legado familiar no gol alvinegro, um elo geracional que promete adicionar uma camada emocional e histórica à já rica trajetória do clube.
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