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Montenegro Expõe: Textor Sem Dinheiro Para Manter Botafogo?

Por Redação FutFogão em 05/08/2025 11:13

A intrincada disputa entre John Textor e a Eagle Football continua a agitar os corredores do Botafogo. Em uma declaração que rapidamente ganhou as redes sociais e teve sua autenticidade confirmada pelo portal ge, o ex-presidente do clube, Carlos Augusto Montenegro, lançou luz sobre o cenário financeiro do empresário norte-americano, afirmando que Textor "está tentando ficar com o Botafogo , só que não tem dinheiro".

Montenegro detalhou o contexto da relação de Textor com a Ares, um dos maiores fundos de investimento dos Estados Unidos. Segundo ele, o fundo, com um capital de US$ 500 bilhões, alocou US$ 10 bilhões para investimentos no setor esportivo, com cerca de US$ 3 bilhões anuais a partir de 2022. Textor, em sua aproximação com a Ares, conseguiu angariar US$ 450 milhões para a Eagle, montante que teve como principal propósito a aquisição do Lyon, na França.

O empréstimo concedido pela Ares à Eagle, conforme a narrativa de Montenegro, possuía juros superiores aos praticados no mercado norte-americano. Como garantia, a Ares assegurou todos os ativos da Eagle, incluindo contratos de televisão, acordos de material esportivo e, crucialmente, as ações dos próprios sócios, o que abrangeu todas as ações de John Textor. A dificuldade de Textor em honrar esses pagamentos, mesmo após a venda do Crystal Palace que amortizou parte da dívida, resultou em um débito remanescente de aproximadamente US$ 350 milhões, valor que ultrapassa R$ 1,9 bilhão na cotação atual.

A Dívida e o Destino das Ações

Diante da incapacidade de liquidar o passivo, as ações dadas como garantia foram executadas pela Ares. ?Não tem dinheiro e perdeu as ações. Os caras executaram as ações que foram dadas em garantia?, sentenciou Montenegro. A situação atual de Textor, segundo o ex-presidente, é de uma tentativa de desvinculação da Eagle, um processo que ?já saiu no papel, parece que é isso?, mas com a intenção clara de manter-se à frente do Botafogo . Para isso, entretanto, o empresário enfrenta um obstáculo financeiro pessoal, estando ?tentando falar com outras pessoas para ajudar a comprar?.

A Ares, por sua vez, demonstra pouca disposição para negociar diretamente com Textor, mesmo que ele consiga levantar os fundos necessários. A resistência do fundo pode estar ligada a ?algumas e outras coisas não muito interessantes? que o empresário teria realizado em suas transações. Textor, embora continue a assinar documentos como proprietário da Eagle e do Botafogo , já não detém as decisões cruciais no âmbito da Eagle.

A Manobra da Recompra e a Reação Interna

Há cerca de três semanas, a própria Eagle, em uma ação coordenada com a Ares, sugeriu que Textor recomprasse suas ações do Alvinegro, as quais estão vinculadas ao fundo de investimento. Para que essa operação fosse viável, Textor precisaria se desvincular do Botafogo até a efetivação da revenda, uma vez que a Justiça interpreta tal movimento como um conflito de interesses, dada sua posição simultânea de proprietário da Eagle e do clube carioca.

No ambiente interno do Botafogo , essa proposta foi interpretada por parte da diretoria como uma estratégia para afastar o empresário do poder e, nesse ínterim, promover uma alteração no conselho, visando a inserção de um novo representante. Contudo, a ação foi barrada pela reação do clube social e de seus funcionários, que enviaram uma carta à Eagle, manifestando seu apoio e proteção ao atual proprietário da SAF. João Paulo Magalhães, presidente do clube social, tem sido um defensor vocal de Textor, posição que já externou em contatos com representantes da Ares e da Eagle.

O Cenário Internacional e a Visão de Montenegro

A postura da Ares, conforme Montenegro, é estritamente pragmática. ?Essa Ares é o segundo maior fundo de investimento dos Estados Unidos. Não tem esse negócio de história, de 100 anos de Botafogo , não. O que tem agora é dinheiro em cima da mesa.? A análise do ex-presidente ressalta que a situação é, em essência, ?uma briga entre os sócios que compraram o Botafogo e ficaram com 90% da SAF?. Embora o Botafogo , teoricamente, não esteja diretamente envolvido nesta disputa interna de seus acionistas majoritários, os desdobramentos dessa batalha corporativa impactam diretamente o futuro da instituição.

As dificuldades de Textor não se limitam ao Brasil, como Montenegro pontuou. O empresário já enfrentou problemas em outras frentes de seu portfólio, tendo sido ?expulso? do Lyon, onde ?não pode botar o pé lá?, além de outras discussões em diferentes empreendimentos. A complexidade do cenário financeiro e jurídico de John Textor, revelada por Carlos Augusto Montenegro, delineia um período de incertezas para a gestão da SAF do Botafogo , com o clube no epicentro de uma intrincada teia de interesses e dívidas.

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