Leo Valencia, ex-Botafogo, Brilha no Chile: Estatísticas Recordes e o Legado Alvinegro

O cenário do Campeonato Chileno em sua atual edição reserva surpresas que desafiam as previsões iniciais. Entre elas, a notável liderança do Coquimbo Unido após 23 rodadas e, de forma ainda mais impactante, o desempenho técnico de Leo Valencia, um nome bem conhecido da torcida botafoguense.

Aos 34 anos, o meio-campista do Audax Italiano não apenas se destaca, mas domina as principais estatísticas ofensivas da competição. Ele acumula 12 gols, superando por um tento Diego Coelho, atacante uruguaio do Cobresal. No quesito passes decisivos, Valencia também se isola na ponta, com sete assistências, uma a mais que Lucas Assadi, da Universidad de Chile.

Esta performance notável não se restringe apenas ao torneio nacional; representa, de fato, a temporada mais prolífica de sua carreira. Com um total de 17 gols e 11 assistências em 30 confrontos ? distribuídos entre 21 partidas do Campeonato Chileno e nove da Copa Chile ? Valencia demonstra um vigor e uma eficácia que não se viam há anos.

O Renascimento de um Talento Esquecido no Chile

A consistência de seus números é inegável, solidificando sua posição como o jogador mais influente do futebol chileno no momento. Uma análise comparativa de suas contribuições evidencia a magnitude de sua fase:

É crucial ressaltar que tal desempenho supera qualquer marca anterior em sua trajetória profissional, configurando um verdadeiro ponto de virada para o atleta, que agora vive seu auge individual.

A Montanha-Russa de Valencia no Botafogo

Em 2017, ano em que o Botafogo retornou à disputa da Copa Libertadores, a chegada de Leo Valencia a General Severiano foi cercada de grande expectativa. Ele foi contratado como a principal aposta para preencher a lacuna deixada pela aposentadoria de Walter Montillo, um desafio e tanto para qualquer jogador. Inicialmente, algumas de suas atuações pareciam justificar o investimento, com um ápice memorável na campanha vitoriosa do Campeonato Carioca de 2018.

No entanto, a promessa de um substituto à altura de Montillo não se concretizou em uma trajetória de regularidade. Valencia, apesar dos lampejos, jamais alcançou o status de peça inquestionável no elenco alvinegro. Sua passagem pelo Fogão chegou ao fim em 2018, após uma rescisão contratual amigável, que o levou de volta ao futebol chileno para defender o Colo-Colo.

A Trajetória Pós-Botafogo e o Paradoxo Atual

Desde seu retorno ao Chile, a carreira de Valencia seguiu por diferentes clubes, passando por La Serena e Cobresal, antes de se firmar no Audax Italiano no início da presente temporada. Essa jornada demonstra uma busca por estabilidade e, agora, parece ter encontrado seu ápice individual.

Curiosamente, mesmo contando com o jogador mais goleador e o maior assistente do Campeonato Chileno, o Audax Italiano, clube de La Florida, não figura na disputa pelo título nacional este ano. Com 40 pontos acumulados, a equipe se vê a uma considerável distância de 16 pontos do líder Coquimbo, restando apenas 21 pontos em jogo. Este cenário paradoxal levanta questões sobre a capacidade do coletivo em capitalizar o brilhantismo individual de sua estrela, um contraste marcante com o momento de excelência pessoal que Leo Valencia atravessa.