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John Textor: Alívio Financeiro ou Adiar o Inevitável? Detalhes da Dívida Bilionária que Afeta o Botafogo
Por Redação FutFogão em 10/10/2025 17:54
A Eagle Football, conglomerado de John Textor, recebeu um fôlego crucial da Ares Management, seu principal credor. A empresa de gestão de investimentos concedeu um período de doze meses para que Textor organize suas finanças, evitando assim a execução imediata das garantias contratuais relativas a uma dívida vultosa. Este empréstimo, originado em 2022, totalizava aproximadamente 450 milhões de dólares, o equivalente a R$ 2,5 bilhões na taxa de câmbio atual, conforme noticiado pelo jornal britânico Financial Times. A incapacidade da Eagle de honrar este compromisso financeiro levou à atual negociação.
Essa tolerância temporária é vital para a continuidade das operações da Eagle Football, permitindo um prazo para a reorganização de sua estrutura financeira e o cumprimento das exigências estabelecidas pela Ares. Com isso, não há uma demanda por pagamento imediato, tampouco a tomada de controle dos ativos da Eagle, que incluem os clubes de futebol sob sua alçada. O prazo final para a regularização desta situação foi estipulado para setembro de 2026.
Os Intrincados Detalhes da Dívida Bilionária
A complexidade da dívida se revela nos seus termos: são empréstimos de alto custo, com taxas de juros que oscilam entre 16% e 22% ao ano. Os ativos do grupo, que abrangem participações significativas no Lyon, Botafogo e Molenbeek, servem como garantias para este montante. Uma parte relevante dessa estrutura financeira foi aliviada em julho, com a venda da participação da Eagle no Crystal Palace por 190 milhões de libras (cerca de R$ 1,4 bilhão), valor do qual a Ares embolsou uma parcela.
Segundo o Financial Times, a Eagle Football enfrenta atualmente um passivo considerável com a Ares, detalhado da seguinte forma:
| Tipo de Dívida | Valor (USD) | Valor (BRL - aprox.) | Taxa de Juros Anual |
|---|---|---|---|
| "Pagamento em Espécie" | 300 milhões | 1,7 bilhão | 16% |
| Empréstimo Adicional | 135 milhões | 743 milhões | 18% |
| Linha de Crédito | 27 milhões | 148 milhões | 22% |
| Total Estimado | 462 milhões | 2,591 bilhões |
O empréstimo inicial, formalizado em 2022, foi primordialmente destinado à aquisição do Lyon. Os primeiros sinais de dificuldades no cumprimento dos pagamentos começaram a surgir já em 2023, culminando na atual necessidade de reestruturação.
O Impacto para os Clubes: Botafogo e as Garantias
Esta medida da Ares impede a execução imediata dos ativos, proporcionando um respiro à Eagle Football, mas mantendo uma pressão constante para que a dívida seja regularizada no decorrer do próximo ano. Caso o grupo de Textor não consiga atender às exigências estabelecidas, o fundo credor detém o direito de assumir o controle dos ativos que foram dados como garantia, o que inclui a SAF do Botafogo .
Apesar da complexidade do cenário, a Ares Management não demonstra, neste momento, interesse em gerenciar diretamente clubes de futebol. Essa postura influenciou a decisão de conceder tempo para a reorganização da Eagle. Contudo, há uma vigilância intensificada sobre todo o processo de reestruturação financeira nos próximos meses, sinalizando que a complacência não será uma opção para Textor e sua equipe.
A Estratégia da Ares Management e o Futuro Incerto
A decisão da Ares reflete uma estratégia de evitar a complexidade e os riscos inerentes à gestão de entidades esportivas. Ao invés de assumir diretamente as operações de clubes como Botafogo , Lyon e Molenbeek, o fundo opta por pressionar por uma solução financeira que preserve seu investimento sem a necessidade de uma intervenção operacional. No entanto, essa concessão de tempo não elimina a incerteza que paira sobre o conglomerado de Textor. A necessidade de levantar bilhões de reais em um ano, em um cenário de juros elevados, representa um desafio monumental. O desfecho dessa reestruturação financeira será determinante para o futuro de seus ativos, e consequentemente, para a estabilidade do projeto da SAF do Botafogo .
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