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Escândalo na Súmula: Árbitro Relata Agressões Verbais de Diretores do Santos Pós-Botafogo

Por Redação FutFogão em 27/10/2025 10:34

O empate entre Botafogo e Santos, válido pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Engenhão, no último domingo, foi palco de uma controvérsia que transcendeu as quatro linhas. Enquanto o resultado em campo gerava discussões táticas, os bastidores revelaram um cenário de intensa tensão e desrespeito à autoridade. O árbitro da partida, Rodrigo José Pereira de Lima, apresentou um relatório detalhado na súmula que expõe uma série de xingamentos e ameaças proferidas por membros da diretoria do Santos, lançando uma sombra sobre a conduta dos dirigentes.

Antes mesmo que o teor da súmula viesse a público, o diretor de futebol do Santos, Alexandre Mattos, já havia manifestado seu descontentamento em declarações à imprensa. O executivo expressou sua revolta com as decisões da arbitragem, especialmente em relação a um lance que, segundo ele, deveria ter sido marcado como falta no segundo gol do Botafogo . Mattos estendeu suas críticas a jogos anteriores, como a partida contra o Vitória, e não poupou palavras para descrever a atuação do VAR no futebol brasileiro.

A Fúria Santista e a Queixa Pública

Em um desabafo incisivo, Mattos detalhou à TV Globo sua percepção de um padrão de decisões desfavoráveis ao Peixe. "Foi falta. Como que dá uma vantagem dessas? Contra o Vitória, não deram o pênalti. O VAR no Brasil não tenho nem palavras para falar como é catastrófico. São tão incompetentes que não mostram nem as câmeras. Depois, deram pênalti sem critério, porque não foi no Neymar. Hoje, falta, puxou a camisa e deram vantagem num quatro contra um. Está difícil. Muito difícil", afirmou o dirigente, evidenciando uma profunda frustração com a performance do quadro de arbitragem.

As palavras de Mattos, carregadas de indignação, pintaram um quadro de uma equipe que se sente prejudicada por erros recorrentes. No entanto, a súmula do árbitro Rodrigo José Pereira de Lima apresenta uma perspectiva diferente, detalhando incidentes que vão além da mera reclamação formal e adentram o campo da intimidação e ofensa pessoal.

O Relato Oficial: A Súmula Desvenda Incidentes Graves

O relatório oficial do árbitro é explícito ao descrever a abordagem sofrida pela equipe de arbitragem. Segundo o documento, no intervalo da partida, ainda no gramado, Alexandre Mattos teria invadido o campo e se dirigido aos árbitros de forma agressiva. "Informo que após o término do primeiro tempo e antes da equipe de arbitragem deixar o campo para o intervalo da partida, o senhor Alexandre Mattos, diretor de futebol do Santos, invadiu o campo de jogo e foi em direção a equipe de arbitragem de forma grosseira, ofensiva, aos gritos e com dedo em riste proferiu as seguintes palavras: 'você tem que marcar falta, é uma vergonha safado'", narrou o árbitro.

A agressão verbal, contudo, não se limitou às palavras. O árbitro também registrou uma agressão física. "Informo ainda que o mesmo puxou a camisa deste árbitro de forma ameaçadora, enquanto proferia as palavras citadas acima e que o senhor Alexandre Mattos foi contido pelos policiais presentes", descreveu Rodrigo José Pereira de Lima, evidenciando a intensidade do confronto e a necessidade de intervenção policial para controlar a situação.

A Escalada das Agressões: Do Gramado à Zona Mista

A rota da equipe de arbitragem em direção ao vestiário, através da zona mista do Engenhão, não trouxe alívio, mas sim uma continuidade das hostilidades. A súmula aponta que, neste trajeto, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, e o gerente de futebol, Gustavo Ferreira, também se aproximaram dos árbitros de maneira ameaçadora e ofensiva. "Em seguida, quando a equipe de arbitragem se dirigia ao vestiário, na zona mista, os senhores Marcelo Teixeira, presidente do Santos e Gustavo Ferreira, gerente de futebol do Santos, partiram em direção a equipe de arbitragem de forma ameaçadora e ofensiva", registrou o árbitro.

As ofensas, segundo a súmula, foram diretas e carregadas de desrespeito. "O Gustavo Ferreira proferiu as seguintes palavras: 'seu ladrão, vai tomar no cu, vocês não apitam mais no Santos'. Já o senhor Marcelo Teixeira proferiu as seguintes palavras: 'safado, você nos prejudicou'", detalhou Rodrigo José Pereira de Lima. O árbitro ainda enfatizou que "as narrativas citadas foram repetitivas, abusivas e com intuito de intimidação, enquanto os árbitros passavam na zona mista", sublinhando a natureza premeditada e contínua das agressões verbais.

O retorno para o segundo tempo marcou um novo encontro com Alexandre Mattos na zona mista, onde o diretor de futebol reiterou sua insatisfação, desta vez com um tom de ameaça profissional. "Ao retornar ao campo de jogo, na zona mista, o senhor Alexandre Mattos proferiu as seguintes palavras: 'uma coisa é certa: você nunca mais apita jogo do Santos'", adicionou o árbitro à sua súmula, indicando uma tentativa de influenciar futuras designações de arbitragem.

O Contraste entre Versões: Integridade em Xeque

A disparidade entre as queixas públicas do diretor Alexandre Mattos e o relato oficial da súmula do árbitro Rodrigo José Pereira de Lima expõe um abismo entre o descontentamento com decisões de campo e a conduta inaceitável nos bastidores. Enquanto Mattos criticava a incompetência do VAR e a falta de critérios, a súmula revela um comportamento que ultrapassa a crítica e adentra o terreno da ofensa pessoal, da intimidação e da ameaça direta. A integridade do jogo e o respeito às autoridades em campo são pilares fundamentais do esporte, e tais incidentes, quando confirmados, exigem uma reflexão profunda sobre os limites da paixão e da pressão no futebol profissional brasileiro.

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