1. FutFogão

Entenda a Crítica da Oposição à Ação Judicial do Botafogo Social contra a SAF

Por Redação FutFogão em 26/11/2025 14:32

Em um desenvolvimento notável que agitou os bastidores do Botafogo, um grupo de conselheiros deliberativos tornou pública, nesta quarta-feira (26), uma correspondência oficial. O documento expressa uma forte crítica à recente iniciativa do quadro social de acionar judicialmente a Eagle Football, a holding que detém a maior parte, 90%, da SAF alvinegra. É fundamental destacar que estes conselheiros se posicionam em oposição à atual administração do presidente João Paulo Magalhães, figura central do setor associativo do clube, que detém os 10% restantes das ações.

A carta leva a assinatura de Vinicius Assumpção, um dos expoentes da oposição, que anteriormente disputou a presidência do social contra Magalhães. A ele se juntam Tom Meirelles, Mauro Sodré, Marcos Cortesão, Luiz Octávio Baptista Vieira, Jorge Magdaleno e Charles Domingues, que solidificam a frente crítica.

Na essência do comunicado, os conselheiros não hesitam em rotular as ações do social como "intempestivas", posicionando-se em defesa explícita da SAF e de seu principal investidor, John Textor. Contudo, o grupo faz questão de sublinhar a relevância da fiscalização contínua, vista como um pilar indispensável para a solidez do Mais Tradicional.

A Ação Judicial do Botafogo Social Sob Escrutínio

Os opositores sustentam que a instância associativa falhou em buscar o diálogo prévio, optando diretamente pelo caminho judicial. Para este segmento crítico do conselho, a manobra do Botafogo social não passa de uma estratégia calculada para reaver a influência sobre o departamento de futebol, hoje firmemente consolidada sob a gestão do empresário norte-americano.

É digno de nota que, em um momento anterior, o próprio presidente João Paulo Magalhães havia se pronunciado sobre a questão, chegando a declarar publicamente que John Textor era "uma vítima".

Os Argumentos da Oposição: Diálogo Preterido pela Justiça

A profundidade da argumentação dos conselheiros pode ser integralmente apreendida na carta que segue, um manifesto que detalha as preocupações e a visão de um setor do clube sobre os rumos atuais:

"Caros amigos alvinegros,

O Botafogo vive um momento crítico. A disputa entre acionistas da EAGLE e da SAF Botafogo já prejudicou a atual temporada e ameaça agora comprometer o planejamento para 2026. É natural que todos nós, apaixonados pelo Clube, estejamos preocupados. No entanto, é justamente em momentos assim que responsabilidade, diálogo e serenidade devem prevalecer.

O Clube Social, detentor de 10% das ações da SAF e com assento no Conselho de Administração, poderia - e deveria - exercer sua influência por meio de conversas francas, internas e construtivas, buscando contribuir para a solução rápida desse impasse. Infelizmente, o que se viu foi a adoção de uma medida judicial sem qualquer diálogo prévio com a SAF ou mesmo com os Poderes do próprio Clube. Essa atitude não apenas prolonga o conflito, como enfraquece a relação institucional entre as partes. E expõe o Botafogo a uma mídia que, em verdade, deseja ver o "Glorioso" voltar a ocupar um papel subalterno.

Os defensores da ação afirmam atuar para proteger o Acordo de Acionistas e os interesses do Botafogo . Mas é legítimo perguntar: quais interesses estão de fato buscando proteger? Na última reunião do Conselho Deliberativo, quando conselheiros cobraram informações sobre a relação com a SAF, muitos dos que agora se dizem defensores do "controle e da fiscalização" criticaram firmemente qualquer questionamento. Até outro dia, repetiam que a SAF, por deter 90% do capital, não deveria ser cobrada por quem possui apenas 10%. Agora, apresentam um discurso inverso. O que mudou de lá para cá? Que interesses foram contrariados? A quem serve esse movimento?

Desde sua criação, há três anos, a SAF promoveu investimentos evidentes em infraestrutura, profissionalização e nas equipes de futebol, visível até para os mais céticos. Se há ajustes a fazer, o debate deve ocorrer internamente, com transparência e responsabilidade, nunca por meio de ações intempestivas que podem fragilizar o Botafogo .

A iniciativa da atual direção do Clube Social de recorrer à Justiça não protege o Botafogo : ela representa um movimento político de grupos que, após conduzirem o Clube a uma situação de insolvência, buscam agora retomar a influência perdida no futebol.

A torcida e os grandes botafoguenses não podem, portanto, ser novamente enganados por aqueles que já destruíram nosso futebol, deixando um rastro de dívidas, crises e humilhações.

Reafirmamos, então, nosso apoio à profissionalização do futebol do Botafogo , à SAF e ao trabalho liderado por John Textor. Isso não significa ausência de questionamentos - ao contrário, defendemos compliance, transparência e relações institucionais maduras, como demandamos na última reunião do Conselho Deliberativo. Mas entendemos que o caminho construído na gestão passada, com resultados claros, deve ser mantido e aprimorado. Ajustes são necessários, mas devem ser fruto do diálogo, nunca de ações intempestivas.

Queremos, assim, reviver dias como o 30 de novembro de 2024, quando o Botafogo voltou a, enfim, mostrar ao país a grandeza que lhe é própria. E é certo que não será por meio dos mesmos que já afundaram o Clube no passado que construiremos o futuro que desejamos.

Que prevaleçam, finalmente, a razão, o bom senso e o compromisso genuíno com o Botafogo . Saudações Alvinegras!"

O Futuro do Alvinegro: Entre a Profissionalização e Conflitos Internos

Apesar das críticas à tática do associativo, os signatários da carta reiteram seu firme apoio à profissionalização do futebol do Botafogo , à estrutura da SAF e à liderança de John Textor. Eles esclarecem que tal apoio não implica em ausência de questionamentos, mas sim na defesa irrestrita de princípios como compliance, transparência e o estabelecimento de relações institucionais maduras, conforme já haviam exigido em reuniões anteriores do Conselho Deliberativo. A visão predominante é que a trajetória de sucesso pavimentada pela gestão anterior deve ser preservada e aprimorada, com ajustes oriundos do diálogo construtivo, e jamais de medidas precipitadas.

A aspiração, portanto, é reviver momentos de glória, como aquele vivido em 30 de novembro de 2024, quando o Botafogo resgatou sua inerente grandeza perante o cenário nacional. A convicção é clara: o futuro almejado não será edificado pelas mesmas figuras que, no passado, conduziram o clube a situações de profunda dificuldade.

Que prevaleça, acima de tudo, a razão, o bom senso e um compromisso inabalável com o verdadeiro interesse do Botafogo .

Curtiu esse post?

Participe e suba no rank de membros

Comentários:
Ranking Membros em destaque
Rank Nome pontos