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Eagle Contesta Textor: Briga na SAF Botafogo Persiste na Justiça com Novas Acusações
Por Redação FutFogão em 25/09/2025 15:57
As declarações de John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, sobre a conclusão do litígio com os acionistas da Eagle Football, foram veementemente refutadas pela própria empresa. Em vez de um encerramento, a Eagle Football mantém a visão de que a contenda jurídica permanece ativa, como evidenciado em uma petição recente protocolada no dia 19 deste mês, apenas uma semana após as afirmações de Textor. No documento, a defesa da Eagle sublinha que as ?recentes atos unilaterais da SAF Botafogo ? não possuem a força necessária para anular a pretensão cautelar que embasa o processo.
A Eagle acusa a direção da SAF do Botafogo de empregar táticas para ?confundir e distrair?, buscando esvaziar os pedidos liminares. O objetivo, segundo a empresa, seria ganhar tempo para a eventual concretização de novas operações societárias que desconsiderariam a Eagle Bidco e o Diretor Independente, Chris Mallon, nomeado para mediar o impasse. É relevante notar que, em um momento anterior, Textor havia declarado que Mallon exercia um ?controle significativo? sobre a Eagle.
A Controvérsia Persistente na SAF Botafogo
Em 10 de setembro, John Textor enviou uma carta à Justiça, garantindo que não daria prosseguimento às deliberações aprovadas na Assembleia Geral Extraordinária de 17 de julho. Essa medida, na prática, significava o abandono da ideia de transferir a sede do Glorioso para as Ilhas Cayman. Para o empresário americano, tal declaração representava um sinal de boa-fé em meio ao complexo embate jurídico.
Contudo, a Eagle argumenta que essa ação é insuficiente para resolver a questão. Na mais recente atualização do processo, a empresa apresentou uma petição onde insiste no pedido de suspensão de ?todos os atos nulos já realizados?, e não ?somente parte deles como pretende a SAF Botafogo ?. A postura da Eagle é de que a correção deve ser abrangente, visando a total anulação das ações contestadas.
? De fato, sem meios de defender juridicamente a legalidade dos insustentáveis atos de 17.07.25 e de seus desdobramentos, a SAF Botafogo abdicou dos argumentos trazidos na sua contestação, na qual bradava, de forma contundente, porém malsucedida, a regularidade das referidas deliberações, e postulava o indeferimento dos pedidos formulados nesta cautelar - diz trecho da petição, que segue:
? Desprovida de melhores argumentos, a SAF Botafogo agora afirma que, por meio de uma declaração do Sr. John Charles Textor (?Sr. Textor?, atual Presidente do Conselho de Administração da SAF Botafogo ) e de uma assembleia unilateral, realizada no último dia 12 de setembro, não levou a efeito e não efetivaria o quanto deliberado em 17.07.2025, às escuras, sem a participação da sua controladora. Assim age a SAF Botafogo , com o claro intuito de legitimar conclaves irrefragavelmente nulos, praticados sem as formalidades societárias legalmente exigidas, das mais basilares, e por agente destituído de poderes para representar, sozinho, a Eagle Bidco, como exaustivamente demonstrado nestes autos.
Manobras Judiciais e Propostas Ignoradas
A petição da Eagle também faz menção a uma ação judicial movida pelo Botafogo , que resultou no arresto de ações da Eagle e na determinação de pagamento de R$ 152 milhões pela empresa à SAF. A Eagle, por sua vez, contesta essa dívida, alegando que já havia sido quitada anteriormente, adicionando mais uma camada de complexidade ao cenário.
? Essa é apenas uma demonstração de que não se pode crer no que alega e defende a SAF Botafogo , simplesmente porque a sua intenção, agora ainda mais evidente, é evitar a prolação de um provimento jurisdicional destinado a fazer cumprir a Lei societária que, de nenhum modo, tolera as práticas irregulares ocorridas na Companhia. Ora, o que a SAF Botafogo pretende é que esse MM. Juízo se faça omisso sobre os pedidos cautelares da Eagle Bidco para, na sequência, protelar a constituição do Tribunal Arbitral e criar um cenário odioso de ausência de órgão jurisdicional que possa pôr freios a atos nulos, silenciando a acionista majoritária ? diz outro trecho da petição.
A Eagle também critica a postura da SAF Botafogo em relação a um acordo proposto em 15 de setembro, que incluía as seguintes solicitações:
- A não celebração de contratos por parte da SAF ou do clube social do Botafogo sem a participação do diretor independente da Eagle.
- Reconhecimento da controvérsia existente quanto aos poderes de representação de John Textor, exigindo a presença de Chris Mallon em todos os atos societários que demandem participação da Eagle ou aprovação da maioria do Conselho de Administração.
- Compromisso para a realização, em conjunto com a Eagle (representada por Mallon), do desfazimento da AGE e da RCA de 17 de julho.
- Homologação judicial e arquivamento do processo na JUCERJA (Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro), assegurando a publicidade do processo.
O Impasse Continuado na Gestão do Botafogo
Na petição de 19 de setembro, a Eagle alega que a SAF Botafogo se limitou a defender, de forma que a empresa considera "pueril", que teria resolvido unilateralmente todas as questões, "a portas fechadas, por meio de novos atos unilaterais". Em suma, a Eagle reitera que, enquanto Christopher Mallon não for efetivamente incluído nos processos decisórios do Botafogo , o embate permanecerá judicializado e a disputa continuará aberta, com todas as suas implicações legais e administrativas.
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