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Dona Chiquitota: A História da Matriarca por Trás do Nome do Botafogo

Por Redação FutFogão em 11/05/2025 07:11

No universo do futebol, por trás de cada clube, existe uma teia de histórias e personagens que moldaram sua identidade. No Botafogo, uma figura se destaca como a grande matriarca: Francisca Teixeira de Oliveira, carinhosamente conhecida como Dona Chiquitota. Em memória a sua importância, vamos mergulhar na história dessa mulher que teve um papel crucial na escolha do nome do clube.

A Essência do Botafogo: Dona Chiquitota, a Matriarca

O Botafogo de Futebol e Regatas que conhecemos hoje é fruto da união entre o Clube de Regatas Botafogo , de 1894, e o Botafogo Football Club, de 1904. É na história deste último que Dona Chiquitota se insere, exercendo uma influência notável desde os primórdios.

Flávio Ramos, um dos fundadores do Botafogo Football Club, reconheceu a importância de Dona Chiquitota, sua avó, declarando: "Não sei se, sem ela, sem sua bondade, sem seu apoio, o Botafogo teria conseguido vingar." Essas palavras ressoam como um testemunho da importância da matriarca nos momentos iniciais do clube.

A história do clube começou quando Flávio Ramos, durante uma aula, compartilhou com Emmanuel Sodré a ideia de criar um clube no Largo dos Leões, no bairro do Humaitá, Rio de Janeiro. O casarão em ruínas de Dona Chiquitota, localizado na antiga rua Conselheiro Gonzaga, tornou-se o berço do clube, abrigando as primeiras reuniões e os sonhos dos jovens fundadores.

O Casarão e a Escolha do Nome: A Influência Decisiva

Em 12 de agosto de 1904, sete adolescentes deram vida ao Electro Club. O nome inicial surgiu de um talão de um antigo clube de atletismo, utilizado para registrar a mensalidade de dois mil réis. No entanto, a história estava prestes a tomar um rumo diferente graças à intervenção de Dona Chiquitota.

Antes de uma reunião crucial em setembro de 1904, Dona Chiquitota questionou o nome do clube, demonstrando insatisfação. Foi então que ela sugeriu uma mudança para homenagear o bairro do Rio de Janeiro, propondo o nome que ecoaria para sempre na história do futebol.

Segundo Flávio Ramos, em declaração publicada na edição de 16 de maio de 1967 do Jornal dos Sports: "Quando nosso clube foi fundado, em 1904, éramos os fundadores uns garotos, com 14 anos de idade em média. Tivemos a ventura de contar com um anjo protetor: minha avó, viúva do poeta Artur de Oliveira, Francisca Teixeira de Oliveira. Dona Chiquitota, como era chamada pelos parentes e por meus colegas e amigos. Foi ela quem deu o nome ao nosso clube: "não escolham outro nome, Botafogo é tão bonito, lembra esta praia, estas palmeiras, este Corcovado!"

O Legado de Dona Chiquitota: Apoio, Alegria e União

Além de batizar o clube, Dona Chiquitota desempenhou um papel fundamental no apoio financeiro e moral aos jovens atletas. Flávio Ramos relembrava: "Quando nossos 'tiros a gol' quebravam os vidros da janela de algum vizinho, ou quando tínhamos que comprar bola nova, abríamos uma subscrição e invariavelmente a lista era encabeçada por Vovó Chiquitota, com a contribuição maior."

Há quem acredite que Dona Chiquitota foi a primeira diretora social do Botafogo , organizando eventos e incentivando a união entre os membros do clube. Nas palavras de Flávio, ela animava "os encabulados, fortalecendo amizades, irradiando alegria".

Ricardo Macieira, coordenador e curador do Museu Botafogo , resume o legado de Dona Chiquitota: "O Botafogo sempre teve, ao longo da sua história, estes personagens quase que mitológicos. Dona Chiquitota era uma mulher à frente do seu tempo. Foi casada com um poeta, encantadora e generosa. Ela sabia, principalmente, qual era o real significado da vida. Não foi, com certeza, uma estrela solitária, ela deu luz a toda uma constelação."

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Comentado em 11/05/2025 08:51 Vamo que vamo, Botafogo! Sempre juntos!
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