Danilo Paçoca no Botafogo: Sonhos de Libertadores e Copa do Mundo 2026

O percurso de Danilo, carinhosamente conhecido como "Paçoca", tem sido marcado por conquistas significativas e uma trajetória ascendente no futebol. Desde os tempos nas categorias de base do Bahia, onde o apelido surgiu, o volante colecionou dois títulos da Libertadores com o Palmeiras em 2020 e 2021, teve uma passagem pelo Nottingham Forest na Inglaterra, e agora regressa ao Brasil como a contratação mais onerosa da história do Botafogo. Essa jornada, embora repleta de mudanças, não alterou seu ímpeto por novos desafios e a concretização de aspirações ainda latentes.

A origem do peculiar apelido remonta à sua juventude. "É meu antigo apelido, quando eu era moleque, ainda estava na base do Bahia. Me apelidaram de paçoca. Eu comia muita paçoca antes dos treinos lá no Bahia, aí os meus amigos da resenha viam. Começaram a falar 'paçoca, paçoca', aí pegou", compartilhou o jogador em entrevista ao ge e à TV Globo. Mais do que um mero apelido, "Paçoca" tornou-se um símbolo de sua persistência e do caminho percorrido até o estrelato.

Seus objetivos atuais são claros e ambiciosos. O retorno à Seleção Brasileira e a participação na Copa do Mundo de 2026 figuram entre os maiores sonhos. Contudo, antes de mirar o cenário internacional, Danilo foca em metas cruciais a serem atingidas com o Botafogo , demonstrando um compromisso inabalável com o presente e o futuro do clube carioca.

O Caminho do Botafogo para a Libertadores

A meta primordial para o ano seguinte é assegurar uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores. Atualmente, o elenco comandado por Davide Ancelotti ocupa a sexta posição na tabela do Brasileirão, com 52 pontos, apenas um ponto atrás do Bahia, que detém a última vaga direta para a fase de grupos. A reta final da temporada exige foco e desempenho consistentes para alcançar esse objetivo tão cobiçado pela torcida alvinegra.

Danilo expressa confiança na capacidade do grupo em superar os desafios. "Acho que a progressão é a que tivemos contra o Santos, infelizmente empatamos. A sequência que vamos ter agora... Se mantivermos a pegada que tivemos contra o Vasco e a união que temos nessa família Botafogo , grupo fechado e trabalhador, rapaziada nota 1000... Acho que daqui para a frente, a gente vai alcançar nossos objetivos. (...) Estou pensando em terminar o ano bem, classificando o Botafogo para Libertadores. E, no ano que vem, manter a sequência para ganhar títulos no Botafogo ", projetou o volante, evidenciando a mentalidade vencedora que busca imprimir no clube.

Essa visão estratégica reflete não apenas a ambição pessoal de Danilo, mas também a aspiração coletiva de um time que busca se consolidar entre as potências do futebol sul-americano. A vaga na Libertadores é vista como o alicerce para conquistas ainda maiores na temporada subsequente, consolidando o Botafogo em um patamar de excelência.

Sonho da Seleção Brasileira e Copa de 2026

A única convocação de Danilo para a Seleção Brasileira ocorreu em 2022, pegando-o de surpresa, sem qualquer expectativa de ser chamado por Tite. Ele estava dormindo quando Gabriel Menino o informou da notícia, mas acabou não entrando em campo. Essa experiência, no entanto, não diminuiu seu desejo de vestir a camisa amarelinha e, desta vez, ter a oportunidade de atuar.

"Acho que, até a Copa, todos têm chances de ser testados pelo professor (Carlo) Ancelotti. (A visibilidade do retorno ao Brasil) vem me ajudando. Mesmo eu não sendo convocado por causa da lesão que tive, me ajudou bastante. Fazendo um bom trabalho, jogando bem, acho que vai pintar no futuro uma chance para eu ir para a Seleção. Mas, claro, ir e poder jogar também", afirmou Danilo. Sobre uma possível nova convocação, ele brinca: "Dessa vez eu devo estar acordado (risos). Vai que eu esteja dormindo para dar certo de novo. Quando eu fui para a Seleção, estava no Palmeiras e fazendo bons jogos. Ser convocado tem muito a ver com o seu momento, onde você está com o seu time. Quando fui, o Palmeiras estava jogando bem, ganhando títulos. Se eu mantiver isso aqui no Botafogo , acho que também vou ter chances na Seleção."

Adaptação e Preparação: Detalhes da Vida de um Atleta de Elite

A readaptação ao cenário brasileiro, após a experiência europeia, foi um processo tranquilo para o jogador. "Diferença não tem tanta assim, porque Salvador (onde Danilo nasceu) também tem praia, dá para se adaptar tranquilo. Em questão de jogo, estilo, o clima lá (na Inglaterra) era mais frio e cinzento. No Brasil é bom demais", comentou Danilo, destacando o conforto de retornar às suas raízes tropicais e o impacto positivo no seu bem-estar.

A disciplina com a preparação física é outro pilar na carreira do volante. Ele revela a importância de um trabalho complementar que o acompanha há anos: "Eu fazia antes (um trabalho complementar) de fraturar o tornozelo, e me ajudou muito enquanto eu estava lá e quando fraturei. Continua me ajudando, continuo fazendo o (trabalho) extra em casa também. (O Botafogo ) tá sempre alinhado com o preparador que eu tenho em casa, e aí nunca estou treinando a mais ou a menos. O estafe do Botafogo está sempre ciente, todo mundo junto. Isso vai me ajudar bastante para eu estar sempre 100% nos jogos." Essa abordagem integrada entre o clube e sua equipe pessoal sublinha o profissionalismo de Danilo e seu empenho em manter-se em alto nível.

O Vínculo com a Torcida e a Escolha pelo Botafogo

A comunicação com os torcedores, especialmente em momentos decisivos, é vista por Danilo como uma responsabilidade que transcende as palavras. "A gente não tem que falar muito, a gente tem que se entregar em campo. Não adianta virmos nas câmeras, no intervalo de jogo e falar, mas dentro de campo não entregarmos. Houve vários jogos em que jogamos muito bem, criamos, estávamos ganhando e tomamos o empate. Isso nos deixa tristes também, não só os torcedores. Mas tem uma parada que o nosso capitão Marlon fala, que é 'de dentro para fora'. Igual corremos contra o Vasco, demos a vida, isso foi de dentro do campo para os torcedores. Acho que se continuarmos nessa linha, vamos continuar tendo bons frutos", pontuou o jogador, enfatizando a importância da entrega e da dedicação em cada partida.

A decisão de vir para o Botafogo , apesar de sua relação afetiva com o Palmeiras, foi motivada por fatores práticos e a busca por um novo desafio. "Não tive tanta escolha, era voltar ou voltar. Até porque eu perdi muito espaço lá no Nottingham, e não tinha como eu recuperar pela gestão e pelo elenco que queriam formar. Como não tive muita escolha, fiquei feliz por voltar para o Brasil, ficar mais perto da minha família. Sabia também que ia ter mais minutagem aqui no Brasil do que em qualquer time lá na Europa pela lesão que eu tive. Fiquei muito feliz em vir para o Botafogo e isso me motivou bastante. Meu pai decidiu junto comigo vir para o Botafogo e fiquei muito feliz por assinar aqui", explicou Danilo, revelando a complexidade por trás de sua escolha.

Benefícios da Rede Multi-Clubes e o Contato com Ancelotti

A atuação em um time que faz parte de uma rede multi-clubes, como o Botafogo na Eagle, representa uma vantagem significativa para os atletas. "Ajuda não só a mim mas todos os jogadores, tanto no Nottingham (Forest, da rede do grego Evangelos Marinakis) quanto no Botafogo . Sabem que se jogarem bem, têm a chance de sonhar em jogar em algum time da Europa. Acho que ajuda bastante", destacou Danilo, apontando o potencial de crescimento e visibilidade que essa estrutura oferece.

A ligação de Davide Ancelotti, antes de seu acerto com o Botafogo , foi um fator decisivo e motivador. "Não posso falar o que a gente conversou (risos), mas fiquei mais feliz ainda. Já tinha em mente vir para o Botafogo , e fiquei mais feliz ainda em saber que o treinador me queria aqui", concluiu o volante, evidenciando a importância do interesse direto do corpo técnico na sua vinda para o Alvinegro.