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Cuiabano Botafogo: História Emocionante, Conquistas e o Elo com a Torcida na Libertadores
Por Redação FutFogão em 27/05/2025 11:14
No cenário do futebol profissional, onde a ascensão meteórica e a pressão constante são a norma, a história de Cuiabano, aos 22 anos, transcende a mera estatística de um atleta. O lateral-esquerdo do Botafogo não apenas ostenta o raro privilégio de ser campeão da Copa Libertadores, mas carrega consigo uma narrativa de superação e uma conexão visceral com o torcedor que poucos conseguem estabelecer. Sua jornada, permeada por desafios e conquistas precoces, revela a essência de um jogador que compreende o significado de cada passo dado em campo, especialmente quando o destino do clube está em jogo.
A iminente partida decisiva no Estádio Nilton Santos, onde o Botafogo enfrentará a Universidad de Chile pela fase de grupos da edição 2025 da Libertadores, evoca memórias recentes de triunfos. Para Cuiabano , a atmosfera de uma final continental ainda ressoa vividamente, remetendo ao ápice de sua carreira no ano passado, quando o título foi erguido em Buenos Aires. Contudo, mais do que a glória coletiva, um episódio particular sublinha a profundidade de sua ligação com a torcida alvinegra, um gesto que ecoa o verdadeiro espírito do futebol.
O Gesto Inesquecível e a Alma do Torcedor
A prova mais eloquente da genuína identificação de Cuiabano com o universo botafoguense reside em um momento capturado em uma fotografia, um retrato de uma noite mágica em Buenos Aires. A final da Libertadores, disputada no ano anterior contra o Atlético-MG, permanece gravada não apenas em sua memória, mas também na de um torcedor especial, cuja história se entrelaça de forma emocionante com a do jovem atleta.
O próprio Cuiabano relata, com uma emoção palpável, a origem dessa conexão: ?Chego a me arrepiar porque tem uma história bem engraçada. Eu joguei com uns moleques lá no Grêmio e o pai de um deles era muito botafoguense. Ele sempre falou para mim que queria ir no estádio... Ele tem uns 53 anos e falou de nunca tinha visto o Botafogo campeão de alguma coisa. E esse assunto sempre ficou na minha cabeça, do meu pai e da minha mãe. E aí fomos para a Libertadores e pedi para minha mãe convidar ele para ir ao jogo, não sabíamos o que ia acontecer, mas seria um momento especial para todos os botafoguenses. Minha mãe convidou, arrumei ingresso para ele e ele foi (...).?
A culminância daquela noite foi um testemunho do poder transformador do esporte. ?No final do jogo, todo mundo saiu comemorando, chorando. Todos torcedores do Botafogo chorando. Chego a me arrepiar porque foi uma sensação muito boa, de dever cumprido. Foi muito especial pra gente. Estávamos comemorando, olhei para a parte dos familiares, eles também, e quando se aproximaram, cheguei perto dele (do Sérgio, pai do amigo) e ele disse: 'Obrigado, Dudu, porque eu achei que nunca viveria esse momento. Você fez isso acontecer, então muito obrigado'. Ele chorava, eu chorava, minha mãe e meu pai choravam... Foi um momento muito especial para nós. Eu tenho essa foto em casa e às vezes chego a me emocionar porque foi muito especial para minha e para a minha carreira.? Este relato não apenas humaniza o ídolo, mas eleva a experiência do torcedor a um patamar de gratidão e realização raramente visto.

A Trajetória de Superação e o Pilar Familiar
A jornada de Cuiabano até o estrelato no Botafogo , coroada por títulos de grande envergadura, foi pavimentada por um caminho silencioso e, por vezes, solitário. Deixando o Grêmio sob um manto de ceticismo, o jovem abraçou a oportunidade oferecida no Rio de Janeiro, um passo decisivo em sua carreira que o levou a vivenciar conquistas inimagináveis em tão pouco tempo.
?Não caiu a ficha ainda (sobre as conquistas tão cedo). Lá no Grêmio eu não vinha tendo tantas outras oportunidades. O Botafogo me trouxe e foi uma oportunidade única que pude abraçar. Cheguei aqui como um jogador abaixo, que vem da base. Ninguém acreditava quase em mim, os torcedores do Grêmio. Cheguei, fui trabalhando, realizando os objetivos. Cheguei jogando já e fui construindo, construindo e chegou o feito de ser campeão brasileiro e da Libertadores. Foi muito importante para nossa carreira. Muito feliz. Sempre tento ficar ao máximo perto dos meus pais. Não é sempre que a gente vai ter a oportunidade de estar perto deles. Então faço de tudo para estar com eles e este momento é muito feliz. No começo foi muito difícil porque sempre morei sozinho. Então estou desfrutando?, expressa Cuiabano , revelando a gratidão e a surpresa diante de sua ascensão precoce.
Antes de alcançar o topo do futebol nacional e continental, Cuiabano enfrentou noites de inegável dificuldade. Em alojamentos, distante do aconchego familiar, o sonho de uma carreira vitoriosa parecia uma miragem distante. ?O início foi muito difícil para mim. Sempre fiquei sozinho. Morei em pensão, em alojamento. Foi muito difícil para mim. Quando eu me machucava lá no Grêmio, eu sentia muita falta (da família). Eu chorava, ligava para minha mãe, falava para ela ir lá. Mas chegou um momento em que a gente foi estruturando. Falei: 'não, mãe, agora a senhora e meu pai têm que vir morar comigo, a gente precisa viver esse sonho juntos. Foram vocês que me apoiaram desde o início'. Hoje a gente mora junto. Felicidade imensa minha e também deles?, relembra o atleta, enfatizando o papel fundamental do apoio familiar em sua resiliência.
O Botafogo como Lar e a Próxima Decisão
A decisão de trazer seus pais para o Rio de Janeiro no início de 2024 representou um divisor de águas, solidificando a base emocional necessária para seu desempenho em campo. Em seu lar, sob o olhar atento e o conselho de seus pais, Cuiabano encontra o equilíbrio. ?Isso é normal. Dão (bronca). Minha mãe e meu pai dão dura. Cobram quando é para ser cobrado. Isso é bom para mim. Para ir evoluindo e continuar em alto nível. Isso é bom para mim. Bom estar perto, que vão sempre me ajudar?, afirma o lateral, evidenciando a importância da disciplina e do suporte familiar para a manutenção de sua performance de elite.
É com essa estrutura, tanto profissional quanto afetiva, que Cuiabano se prepara para mais uma noite de alta voltagem. O Botafogo , para assegurar sua vaga nas oitavas de final da Libertadores sem depender de resultados paralelos, precisa de uma vitória categórica sobre o time chileno. Embora tenha sido poupado do último confronto pela Copa do Brasil e sentido um leve desconforto lombar nos dias recentes, a presença de Cuiabano em campo, entre os escolhidos de Renato Paiva, é dada como certa, dada sua relevância para o esquema tático e o espírito da equipe.
Sua identificação com o clube e a torcida é um elemento crucial. ?Desde que cheguei me identifiquei muito com a torcida. Porque querendo ou não, como tem a frase, 'é diferente'. Estar no Botafogo é diferente, a torcida e a atmosfera são diferentes. O ambiente é diferente. É família. Sempre vou falar que estou em casa. Estou muito feliz?, conclui Cuiabano , reiterando o sentimento de pertencimento que o impulsiona. A partida entre Botafogo e Universidad de Chile está marcada para esta terça-feira, às 21h30, no Nilton Santos, um palco onde a história de Cuiabano e a paixão alvinegra se encontrarão mais uma vez.
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