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Centenário de Nilton Santos: Ídolo do Botafogo e sua História

Por Redação FutFogão em 16/05/2025 04:12

Nilton Santos: O Eterno Ídolo Alvinegro

Em uma narrativa que celebra a vida e o legado de um dos maiores ícones do futebol brasileiro, mergulhamos na história de Nilton Santos, o lendário camisa 6 do Botafogo. Em seu centenário, revisitamos os momentos finais de sua vida, marcados pela devoção de torcedores e amigos que se uniram para garantir-lhe dignidade e carinho.

A história de Nilton Santos é um testemunho de humildade e simplicidade. Apesar de sua grandeza nos campos, ele nunca buscou explorar seu nome para fins financeiros. Em vez disso, viveu de forma modesta, contando com a retribuição de um clube e de uma torcida que jamais o esqueceram.

Originalmente, a "Comunidade Botafoguense", conhecida como ComFogo, surgiu no início dos anos 2000, impulsionada por discussões online. O objetivo inicial era desenvolver projetos que beneficiassem o Botafogo e seus ídolos, incluindo a arrecadação de alimentos para ex-jogadores.

Segundo Paulo Kleinberger, um dos fundadores da ComFogo:

"Quando o Botafogo foi rebaixado (em 2002), falei: ?agora eu tenho que fazer alguma coisa pelo clube". Não era mais sócio, meus filhos eram maiores. Pensei ?vou tentar entender o que é o Botafogo?. Entrei na internet e acabamos montando um grupo chamado ComFogo, a Comunidade Botafoguense. Montamos um estatuto, fizemos tudo direitinho e esse grupo começou a crescer".

A Mobilização da Torcida e o Fundo Nilton Santos

Embora a ComFogo não tenha sido criada especificamente para Nilton Santos, o craque se tornou o foco de uma iniciativa especial após um desabafo público de Maria Coeli, sua segunda esposa e cuidadora. Preocupada com a imagem de abandono que estava sendo veiculada na mídia, ela clamou por visitas e apoio.

Marcio Padilha, ex-VP de comunicação do Alvinegro e membro da ComFogo, relembra:

"Saiu uma matéria no jornal com a Coeli, estava meio triste, chorosa. Tinha saído um outro artigo, se não me engano em um jornal de Brasília, em que tiraram uma foto do Nilton dormindo. Ela falou ?gente, parece que meu marido estava morto. Ele não tá morto, o Nilton tá vivo, não tá abandonado, está aqui na clínica?".

A partir desse momento, torcedores se mobilizaram para visitar Nilton na clínica, aliviando a solidão do ídolo. A iniciativa ganhou força com o lançamento de uma camisa retrô comemorativa, idealizada por Flávio Lopes, que gerou uma importante fonte de renda para Maria Coeli.

Para garantir um suporte financeiro mais consistente, Paulo Kleinberger criou o Fundo Nilton Santos, com contribuições mensais de cerca de 35 cotistas. Essa iniciativa proporcionou uma melhor qualidade de vida a Nilton na clínica, cobrindo despesas do dia a dia.

Memórias e Alegria nos Últimos Dias

As visitas dos torcedores e amigos eram momentos de grande alegria para Nilton Santos. Apesar de sua saúde debilitada, ele sempre demonstrava carinho e gratidão. As lembranças do Botafogo permaneciam vivas em sua mente, e as visitas de ex-jogadores e companheiros de clube eram especialmente significativas.

Segundo Paulo Kleinberger:

"A luz que tinha aquele quarto, que saía das pessoas quando tiravam a foto, agradeciam muito pela oportunidade de estar com o Nilton Santos. Aquele projeto que a gente desenvolveu foi muito bom para o Nilton e para as pessoas que tiveram oportunidade de conhecê-lo em vida".

Festas de aniversário eram organizadas na clínica, com a presença de ícones como Zagallo, Rildo e Amarildo. Esses momentos proporcionavam alegria e dignidade a Nilton, que recebia cuidados constantes e atenção de todos.

Marcio Padilha descreve:

"Quando os ex-jogadores chegavam, a alegria do Nilton de receber os amigos da época era uma coisa que dava uma satisfação. Era uma loucura, uma correria, porque era comprar brinde, fazer enfeite, mesa decorada, medalhinha, camisa especial. A gente aprontou várias situações que fizeram o dia a dia dele na clínica mais feliz. Passou a ter enfermagem 24 horas, estava sempre assistido. Teve um final muito digno".

O Legado Imortal de Nilton Santos

Em vida, Nilton Santos teve a oportunidade de ver sua estátua inaugurada no estádio que hoje leva seu nome, um tributo à sua importância para o Botafogo e para o futebol brasileiro. Sua história foi registrada em um site oficial, criado pela ComFogo, perpetuando seu legado para as futuras gerações.

Nilton Santos faleceu em 27 de novembro de 2013, aos 88 anos. Sua partida deixou uma lacuna no mundo do futebol, mas seu legado permanece vivo na memória dos torcedores e na história do Botafogo . Mesmo após sua morte, a contribuição financeira do grupo continuou, direcionada a Maria Coeli, sua fiel companheira.

Em 2015, membros da ComFogo foram apresentados à primeira família de Nilton, solidificando o compromisso de manter viva a memória do ídolo. Hoje, um grupo dedicado à preservação de seu legado, incluindo sua neta Hanna Santos, trabalha para garantir que a história de Nilton Santos continue a inspirar gerações futuras.

Hanna Santos expressa:

"Ao longo dos últimos anos me dediquei a pensar como poderia contribuir para manter viva a memória (do Nilton), principalmente para as próximas gerações. Existe o projeto de um filme que vai contar a história dele, principalmente abordando quem foi Nilton fora dos campos, desde pequeno até o fim da vida. Acho uma maneira bonita de eternizar sua história".

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Rafael

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Comentado em 16/05/2025 09:01 A história de Nilton é nossa história!
Débora

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Comentado em 16/05/2025 07:22 Moleque brabo, só na felicidade com Nilton!
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Comentado em 16/05/2025 05:51 Nilton Santos sempre será eterno pra gente!
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