Queda de um invicto: Bragantino supera Botafogo e encerra série invicta

Análise Tática da Partida entre Bragantino e Botafogo

Em um confronto que marcou o fim de uma era, o Bragantino impôs seu ritmo e venceu o Botafogo, quebrando uma sequência de 18 jogos sem derrotas no Campeonato Brasileiro. A partida, disputada no interior paulista, expôs as dificuldades do Glorioso em superar a marcação adiantada e a organização tática do time da casa.

O Bragantino demonstrou superioridade desde o apito inicial, abrindo o placar com um gol de Eduardo Sasha, resultado de uma jogada bem construída por Jhon Jhon. A equipe paulista conseguiu anular a saída de bola do Botafogo , pressionando de forma implacável e forçando erros que geraram oportunidades de gol.

Apesar da derrota, o Botafogo mostrou resiliência e buscou alternativas para furar o bloqueio adversário. Igor Jesus quase empatou o jogo em uma das poucas vezes em que o time carioca conseguiu escapar da marcação alta, mas a bola parou na trave. Savarino também se destacou ao circular por trás do meio-campo do Bragantino, criando chances de ataque.

O Desempenho Físico e as Estratégias das Equipes

Um fator crucial na definição do resultado foi o aspecto físico. Enquanto o Botafogo vinha de uma partida desgastante pela Libertadores, o Bragantino teve a semana livre para descansar e treinar. Essa diferença se refletiu na intensidade do jogo, com o time da casa demonstrando maior vigor e organização.

Fernando Seabra, técnico do Bragantino, promoveu três mudanças na equipe em relação à derrota para o Fluminense, buscando dar mais dinamismo ao ataque. Já Renato Paiva, comandante do Botafogo , promoveu o retorno de Igor Jesus e Patrick de Paula ao time titular, buscando fortalecer o meio-campo e o ataque.

No segundo tempo, o Botafogo tentou reagir e aumentou o tempo de posse de bola, mas esbarrou na compactação defensiva do Bragantino. As entradas de Cuiabano e Matheus Martins deram mais agressividade ao ataque carioca, mas a equipe não conseguiu criar oportunidades claras de gol.

Destaques Individuais e Mudanças Táticas

Jhon Jhon e Eduardo Sasha foram os destaques do Bragantino, com atuações decisivas na construção do ataque e na marcação da saída de bola do Botafogo . Pelo lado do Glorioso, Savarino se destacou pela movimentação e pela capacidade de criar jogadas.

No decorrer da partida, os técnicos promoveram diversas mudanças táticas em busca da vitória. Seabra sacou Lucas Barbosa para a entrada de Vinicinho, enquanto Paiva tirou Alex Telles e Patrick de Paula para a entrada de Cuiabano e Matheus Martins . As alterações não surtiram o efeito desejado para o Botafogo , que não conseguiu reverter o placar.

Nos minutos finais, o Botafogo intensificou a pressão em busca do empate, mas esbarrou na defesa bem postada do Bragantino e nas boas defesas do goleiro Cleiton. A derrota encerrou a invencibilidade do Glorioso no Brasileirão e expôs a necessidade de a equipe aprimorar sua organização tática e seu desempenho físico.

"É difícil não apontar o aspecto físico como algo importante na definição do resultado. O time carioca teve um jogo de muita entrega para buscar a vitória na última terça-feira, pela Libertadores, enquanto os paulistas descansaram e treinaram ao longo da semana. Mesmo considerando isso, é necessário exaltar a organização para impedir que o Botafogo saísse jogando de forma limpa na 1ª etapa."

A partida também ficou marcada pelas escalações iniciais:

• Bragantino: Fernando Seabra promoveu três mudanças na equipe em relação à derrota para o Fluminense. Matheus Fernandes, lesionado, deu lugar a Eric Ramires. Nas pontas, Lucas Barbosa e Mosquera ganharam as vagas de Nacho Laquintana e Vinicinho.
• Botafogo: Renato Paiva contou com o retorno de Igor Jesus ao time. Patrick de Paula ganhou nova oportunidade como titular. Santi Rodriguez foi para o banco. Com isso, Savarino partiu do lado esquerdo do campo. Vitinho também retomou a vaga que foi de Mateo Ponte diante do Carabobo.

O Bragantino baseou sua imposição ao marcar de maneira quase que implacável a saída de bola adversária. Jhon Jhon e Eduardo Sasha davam o primeiro combate e induziam quase sempre o primeiro passe para o lado, Mosquera e Lucas Barbosa ''saltavam'' a pressão em quem recebesse a bola, seja zagueiro ou lateral, e eram acompanhados na movimentação vertical por volantes e laterais.

Além das questões envolvendo sua saída de bola, o Botafogo demorou cerca de 20 minutos para entender os movimentos de Jhon Jhon, que saía do meio para a esquerda, arrastava Gregore, vencia o duelo, e aproveitava para conduzir no imenso espaço que se abria entre o trio de meio-campistas dos cariocas. A origem do escanteio que gerou o gol veio em uma jogada exatamente assim.

Seabra queimou suas últimas três mexidas de uma vez. Preocupado com o lado direito da defesa, sacou Hurtado e botou o zagueiro Eduardo Santos na direita. Tirou também Jhon Jhon e Eduardo Sasha, os melhores em campo, para as entradas de Gustavo Neves e Isidro Pitta.

Mastriani entrou no lugar de Marlon Freitas nos últimos minutos e o Botafogo passou a ter jogadores ocupando a área constantemente. Menos capacidade de articulação no meio. Seguiu perigoso pela esquerda, mas não obteve o empate com as muitas bolas alçadas na área. Cleiton ainda deu um susto em saída estranha da meta. Insuficiente, porém, para abalar a vitória dos donos da casa.