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Botafogo x PSG: Reencontro Histórico na Copa do Mundo de Clubes e Favoritismo Francês
Por Redação FutFogão em 19/06/2025 15:15
No cenário do futebol internacional, os confrontos que transcendem o tempo carregam um peso especial. É precisamente esse o caso do embate entre Botafogo e Paris Saint-Germain, que, nesta quinta-feira, às 22h, pela aguardada Copa do Mundo de Clubes, marcará o segundo capítulo de uma história inusitada. Embora o favoritismo para o duelo atual penda para o lado da potência francesa, o retrospecto reserva uma surpresa: a única vez que os dois gigantes se enfrentaram, a glória coube ao Alvinegro.
O registo histórico aponta para um único encontro anterior, datado de 6 de agosto de 1984. Naquela ocasião, em um torneio amistoso realizado em Genebra, Suíça, o Botafogo superou o Paris Saint-Germain com uma virada expressiva por 3 a 1. Os tentos alvinegros foram anotados por Baltazar, em duas oportunidades, e Helinho, enquanto o talentoso bósnio Safet Susic descontou para a equipe parisiense.
Contrastando com o cenário de 2025, onde o duelo opõe os atuais campeões da Libertadores e da Liga dos Campeões, a realidade do futebol há quatro décadas era substancialmente distinta. O clube francês, à época, ainda não ostentava a hegemonia nacional que hoje o caracteriza, dividindo o protagonismo com outras forças do futebol local.
O Retrato de uma Época: A Vitória Inesperada de 1984
Para contextualizar a magnitude daquela vitória, recorremos às memórias de Paulo Sérgio, o goleiro que defendeu a meta alvinegra por um lustro. Ele traz à tona não apenas os detalhes da conquista, mas também o panorama do futebol brasileiro e europeu na efervescente década de 1980.
Conforme relata Paulo Sérgio, a percepção sobre o adversário parisiense era clara:
?PSG não era um time de primeira linha, não, mas era um grande time da França na época, com jogadores da seleção do país. Lembro que tinha o Luis Fernández, até troquei camisa com ele?, recorda o ex-atleta.
O ex-goleiro detalha a jornada que culminou no triunfo suíço, revelando a pressão e a determinação do grupo:
?Disputamos dois torneios, um em Paris, mas não enfrentamos o PSG. Por isso, foi importante esse de Genebra, porque não fomos bem no primeiro, e, quando fomos pra Suíça, todos achavam que o Botafogo não estava jogando nada. Na época, não ganhávamos títulos, na década de 80 o Flamengo estava ganhando tudo no Rio de Janeiro. E aí conseguimos um título internacional. A torcida ficou muito contente. A gente meio que fez o pacto depois de perdermos o torneio de Paris. Falamos: ?A gente tem que ganhar, os caras não são isso tudo, não.??
A Influência dos Bastidores e a Mentalidade Vencedora
Ainda sobre os bastidores daquela era, Paulo Sérgio recorda a figura de Luizinho Drummond, banqueiro do jogo do bicho e figura central em três períodos da gestão do futebol alvinegro, falecido em 2020, que também presidiu a Imperatriz Leopoldinense. A sua influência, segundo o ex-atleta, era notável:
?Ele deu muita grana para a gente lá, foi muito bom (...). E tudo era pago em dólar. A gente tinha diária, premiação, era muito legal. E o Botafogo também ganhava dinheiro, né? Essas excursões eram muito boas, e a gente viajava bastante?, revela, sublinhando como as viagens internacionais contribuíam substancialmente para a remuneração dos jogadores, mesmo que os valores exatos não permaneçam nítidos na memória.
A Estratégia para o Duelo Gigante: Lições do Passado para o Presente
Inspirado pelo espírito de pacto e pela alegria de jogar que nortearam a equipe há mais de quatro décadas, o ex-goleiro, hoje septuagenário, oferece sua perspectiva sobre a abordagem tática ideal para o Botafogo no embate vindouro. A sua análise é incisiva:
?Se o Botafogo ficar atrás o tempo todo, vai tomar pressão, e uma hora ou outra uma bola vai entrar, e aí não vai ter como reagir. Tem que sair, jogar como o Botafogo vem jogando. Óbvio que tem que evitar os espaços, porque o PSG está em uma excelente fase. Eles são os favoritos, mas não dá pra abdicar de jogar.?
O cerne de sua filosofia futebolística reside no prazer de atuar:
?Eu sempre pensei o seguinte: jogar é um prazer, sempre. Você tem que jogar com alegria, com disposição. Se você só se defender, não tem graça nenhuma?, finaliza, deixando uma clara mensagem sobre a importância de uma postura proativa e ousada para o Glorioso neste reencontro histórico.
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