Botafogo x Lyon: Disputa Financeira e Futuro da SAF de Textor Revelados

Uma situação delicada veio à tona envolvendo o Botafogo e a Eagle Football, empresa do empresário John Textor, em relação às operações financeiras com o Olympique Lyonnais (OL). Notícias recentes indicaram que a companhia protocolou uma ação judicial contra o próprio clube carioca, buscando assegurar que qualquer deliberação do Alvinegro receba prévia aprovação de um representante da holding.

Em resposta a essa movimentação, o Botafogo se manifestou publicamente, reafirmando seu compromisso com o diálogo entre as partes, mas enfatizando que a via jurídica se fez necessária. O motivo seria o "atual desequilíbrio financeiro entre as entidades aponta para a necessidade de reembolso à SAF Botafogo ", conforme o clube expressou em documento oficial.

O cerne da questão reside em um montante significativo. O Botafogo alega ter cedido mais de R$ 560 milhões ao Lyon, por meio da aquisição de direitos econômicos de atletas. Essa operação teria sido realizada com o intuito de socorrer o fluxo de caixa do clube francês, que atravessava um período de instabilidade financeira e precisava de garantias para manter-se na elite do futebol nacional.

A Complexidade Financeira e a Separação Desejada

A complexa teia de relações financeiras e societárias ganha novos contornos com a informação de que John Textor não possui mais envolvimento direto com as operações do Olympique Lyonnais. A intenção declarada do empresário é promover uma desvinculação entre a SAF alvinegra e a parcela francesa da Eagle Football. O clube carioca, por sua vez, sublinha que qualquer iniciativa de venda ou reestruturação deve ser pautada pela negociação e pelo consenso.

A postura do Botafogo , detalhada em sua nota oficial, busca esclarecer o cenário e as razões por trás das medidas adotadas. A seguir, o posicionamento integral da SAF:

A SAF Botafogo esclarece que sempre valorizou a colaboração dentro do ecossistema da Eagle Football e mantém o desejo de que essa parceria siga existindo, em benefício de todos os clubes que compõem o grupo. Infelizmente, medidas adotadas por órgãos reguladores na França comprometeram o funcionamento dessa integração, resultando na interrupção dos acordos de cash pooling que vinham sendo benéficos para todas as partes. Diante deste cenário, tornou-se necessário formalizar, por vias legais, que o atual desequilíbrio financeiro entre as entidades aponta para a necessidade de reembolso à SAF Botafogo por valores anteriormente emprestados. Além disso, algumas medidas corporativas foram adotadas, com o devido alinhamento junto ao nosso parceiro acionista, o Botafogo de Futebol e Regatas (BFR), visando permitir a entrada de novos aportes de capital no Clube, caso os reembolsos por parte da Eagle ou do Olympique Lyonnais (OL) não sejam viabilizados de imediato. Tais ações não tiveram caráter provocativo e a SAF Botafogo reconhece integralmente o direito de seu acionista majoritário de ter prioridade em qualquer oportunidade de investimento no Clube, antes que se considere a participação de investidores externos. Ressaltamos, porém, que tais investimentos não seriam necessários caso o OL consiga honrar com os reembolsos devidos. Para fins de esclarecimento, destacamos que as ações societárias tomadas até o momento consistem apenas em autorizações legais e que não há, no presente momento, qualquer plano que vise à diluição da participação acionária do nosso sócio majoritário. Inclusive, tais medidas seriam necessárias para possibilitar que o próprio acionista majoritário realize novos investimentos. Por fim, a SAF Botafogo reforça que qualquer eventual negociação envolvendo a venda de participação majoritária na sociedade, seja ela conduzida por John Textor ou por terceiros, deverá necessariamente passar por um processo de diálogo e negociação amigável com o atual sócio majoritário. Embora medidas judiciais e societárias possam ser interpretadas de maneira equivocada por parte da imprensa, é fundamental que nossos torcedores tenham plena ciência de que a SAF Botafogo segue tendo a Eagle Football como sua acionista controladora, e que esta, por sua vez, é majoritariamente controlada por John Textor. Reiteramos nosso compromisso para que todas as discussões envolvendo o futuro da SAF ocorram de forma transparente, responsável e respeitosa.

O Futuro da SAF: Reembolso ou Novos Aportes?

A nota da SAF Botafogo evidencia uma dissonância entre o desejo de colaboração e as imposições regulatórias francesas, que inviabilizaram os acordos de "cash pooling" ? mecanismo que, segundo o clube, beneficiava todas as partes. Essa interrupção foi o catalisador para a formalização legal da demanda por reembolso dos valores emprestados ao Lyon.

Adicionalmente, foram implementadas medidas corporativas, em sintonia com o Botafogo de Futebol e Regatas (BFR), com o objetivo de abrir caminho para eventuais novos aportes de capital na SAF. Tais ações, conforme o clube, não têm caráter provocativo, e a prioridade de investimento do acionista majoritário é plenamente reconhecida. Contudo, a necessidade desses aportes seria mitigada caso o Olympique Lyonnais honrasse seus compromissos de reembolso.

É crucial notar que as ações societárias executadas até o presente momento são meras autorizações legais, e não há, de fato, um plano imediato para a diluição da participação acionária do sócio majoritário. Pelo contrário, essas medidas seriam pré-requisitos para que o próprio acionista majoritário pudesse realizar novos investimentos na instituição.

Por fim, a SAF Botafogo reitera a importância do diálogo amigável em qualquer cenário de negociação para a venda de participação majoritária na sociedade, seja essa iniciativa de John Textor ou de terceiros. A mensagem final é de transparência, responsabilidade e respeito para com os torcedores, assegurando que, apesar das interpretações que possam surgir na imprensa, a Eagle Football, controlada por Textor, permanece como a acionista majoritária da SAF Botafogo .