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Botafogo x Flamengo: Bandeirão Surpreende Rival com Recado Histórico
Por Redação FutFogão em 15/10/2025 19:34
A atmosfera que antecede os grandes confrontos do futebol brasileiro frequentemente transcende as quatro linhas, e o palco do Estádio Nilton Santos foi, mais uma vez, o cenário de uma manifestação contundente da paixão alvinegra. Na noite desta quarta-feira, instantes antes do apito inicial, a torcida do Botafogo orquestrou uma provocação direcionada ao seu rival, o Flamengo, que reverberou pelas arquibancadas e ecoou em diversos círculos do esporte.
No setor Leste do estádio, um imponente bandeirão tridimensional, que retratava o cachorro, um dos símbolos mais queridos do Glorioso, foi erguido. A peça visual não era meramente decorativa; carregava uma mensagem direta e incisiva: "tomei de 4 e pedi fair play". Esta frase não deixava margem para dúvidas, remetendo à memorável goleada por 4 a 1 imposta pelo Botafogo ao Flamengo no Campeonato Brasileiro do ano anterior, um resultado que ainda ressoa na memória dos torcedores.
O Legado da Goleada e a Reação do Adversário
A alusão no bandeirão não se limitava apenas ao placar expressivo. Ela fazia uma conexão direta com as declarações de Rodolfo Landim, que à época ocupava a presidência do Flamengo. Dias após a acachapante derrota, Landim havia expressado em um grupo de apoiadores que aqueles eram "tempos de SAF sem fair play financeiro". A provocação, portanto, resgatava não só o triunfo em campo, mas também a repercussão e as interpretações que se seguiram, questionando a percepção de ?fair play? no contexto do futebol moderno.
A inteligência da manifestação da torcida alvinegra reside na sua capacidade de costurar diferentes momentos históricos e contextuais. Não se tratou apenas de um lembrete de um resultado expressivo, mas de uma crítica mais ampla, que buscava evidenciar uma suposta hipocrisia ou desconexão com a realidade do esporte, conforme a ótica dos torcedores do Botafogo .
Memórias da Pandemia: Um Confronto Além do Campo
A provocação, contudo, não parou por aí. Integrada ao mesmo bandeirão, havia uma representação que simulava uma página de jornal, trazendo à tona notícias e debates acerca da postura do Flamengo durante o período crítico da pandemia de Covid-19. Naquele momento delicado, o clube rubro-negro defendeu publicamente o retorno aos treinamentos e atividades esportivas, uma posição que divergia frontalmente da do Botafogo , que se manifestou contrário à retomada apressada, priorizando a segurança sanitária.
Essa camada da mensagem adicionava uma dimensão ética e social à provocação, transformando-a em algo mais profundo do que uma simples rivalidade esportiva. Ao relembrar a divergência de posicionamentos durante a pandemia, a torcida do Botafogo parecia reforçar uma distinção de valores, sugerindo que a visão do rival sobre o futebol e a sociedade era, de alguma forma, menos alinhada com o bem-estar coletivo.
A Imagem Final: Uma Crítica ao "Atraso" no Futebol
Para arrematar a complexa teia de mensagens, o bandeirão apresentava a figura de um urubu, mascote do Flamengo, segurando uma placa que ostentava a frase "o atraso do futebol brasileiro". Esta última imagem funcionou como um epílogo mordaz, consolidando a crítica multifacetada. A provocação, ao invés de se limitar a um único evento, transformou-se em um editorial visual, um manifesto que utilizou a rivalidade clássica como plataforma para expressar descontentamento e reafirmar a identidade e os valores do Botafogo .
A manifestação da torcida, portanto, foi um ato de comunicação sofisticado, que utilizou o humor, a memória e a crítica social para pontuar a rivalidade, elevando o nível da provocação para além do usual. Ela demonstra como a paixão clubística pode se traduzir em expressões criativas e incisivas, marcando o cenário do futebol com mensagens que perduram muito além dos noventa minutos de jogo.
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