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Botafogo x Atlético: Quem Brilhou e Quem Deixou a Desejar na Copa de Clubes
Por Redação FutFogão em 23/06/2025 18:24
A derrota por 1 a 0 para o Atlético de Madrid na Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 impôs ao Botafogo uma reflexão profunda sobre o desempenho de seus atletas. Em um palco de tamanha relevância, a performance individual se torna um termômetro crucial para a ambição de qualquer equipe. Enquanto alguns nomes emergiram com atuações de gala, demonstrando o calibre necessário para a alta competição, outros deixaram a desejar, evidenciando pontos que demandam atenção imediata.
A Visão Tática de Renato Paiva e o Coletivo Alvinegro
O comando técnico de Renato Paiva foi novamente testado em uma partida de alto nível. Diferentemente do confronto anterior contra o PSG, onde a solidez defensiva foi uma marca, o embate contra os colchoneros revelou certas fragilidades. A dificuldade em conter De Paul e Álvarez nas zonas centrais, próximas à grande área, foi um ponto de preocupação. Contudo, as substituições realizadas pelo treinador português, com as entradas de Montoro e Newton, mostraram-se eficazes, contribuindo para um maior controle do meio-campo e atenuando a natural pressão imposta pela equipe espanhola em busca do resultado.
Apesar da derrota, o Botafogo demonstrou momentos de organização e resiliência, características que Paiva busca consolidar. O desafio agora é transformar esses flashes de bom futebol em consistência, especialmente diante de adversários que exigem excelência em cada setor do campo. A capacidade de adaptação e a leitura de jogo do treinador serão fundamentais para as próximas etapas da competição.
Os Pilares Alvinegros: Destaques Individuais em Campo
Em meio ao embate, alguns jogadores do Botafogo conseguiram elevar seu nível de atuação, confirmando seu valor e destacando-se como peças-chave. A seguir, uma tabela com as avaliações e, posteriormente, a análise detalhada dos principais nomes.
Posição | Atleta | Nota GE | Nota Público |
---|---|---|---|
MEI | Allan | 8.0 | 8.0 |
ATA | Igor Jesus | 8.0 | 8.0 |
LAT | Vitinho | 7.5 | 7.5 |
ZAG | Jair | 7.5 | 7.5 |
ZAG | Alexander Barboza | 7.5 | 7.5 |
MEI | Newton | 7.5 | 7.5 |
MEI | Montoro | 7.5 | 7.5 |
GOL | John | 6.5 | 6.5 |
LAT | Alex Telles | 7.0 | 7.0 |
MEI | Marlon Freitas | 6.0 | 6.0 |
ATA | Artur | 6.5 | 6.5 |
MEI | Santiago Rodríguez | 6.0 | 6.0 |
LAT | Cuiabano | 5.5 | 5.5 |
LAT | Mateo Ponte | 5.0 | 5.0 |
MEI | Gregore | 5.0 | 5.0 |
MEI | Savarino | 4.0 | 4.0 |
TEC | Renato Paiva | 6.5 | 6.5 |
Allan, mais uma vez, protagonizou uma exibição de alto nível. Sua função de volante, com a liberdade para avançar e desarmar em diferentes setores do campo, foi executada com maestria. Um desarme preciso na pequena área, que impediu um gol certo de Álvarez no primeiro tempo, ressalta sua importância tática e defensiva. Sua saída por exaustão evidencia o volume de jogo que o atleta entrega.
Igor Jesus consolidou-se como uma figura de destaque em palcos internacionais. Sua habilidade no pivô foi notável, criando a principal oportunidade ofensiva do Botafogo no primeiro tempo com um passe qualificado para Savarino. O atacante incomodou constantemente a zaga adversária com seu jogo de corpo, e por pouco não marcou, forçando Oblak a uma intervenção decisiva após cruzamento de Cuiabano.
Nas laterais, Vitinho se mostrou incansável, saindo de campo exaurido. Seu empenho em fechar espaços pelo lado direito foi exemplar, praticamente anulando Gallagher no primeiro tempo. Embora tenha enfrentado mais desafios com Griezmann na etapa complementar, seu balanço final foi indiscutivelmente positivo. A dupla de zaga, composta por Jair e Alexander Barboza, também teve momentos de destaque. Jair , soberano no jogo aéreo, prevaleceu na maioria dos duelos, apesar de ter cometido dois erros cruciais que quase custaram caro. Barboza, por sua vez, demonstrou a segurança habitual na área, com cortes aéreos e desarmes precisos no chão, embora tenha se arriscado mais em saídas de sua posição.
As entradas de Newton e Montoro foram pontos positivos. Newton aprimorou a capacidade de marcação do meio-campo, conferindo maior controle ao Botafogo e sem se intimidar com a magnitude do adversário. Montoro, nos minutos finais, ofereceu grande perigo, exibindo dribles curtos e versatilidade com ambas as pernas, além de criar uma boa chance para Cuiabano .
Atuações de Regularidade e Esforço
O goleiro John teve que se desdobrar em saídas de gol diante dos muitos escanteios do Atlético, mas cumpriu bem sua função. Não teve responsabilidade no gol de Griezmann e realizou quatro defesas, embora nenhuma de alta complexidade. Alex Telles, na lateral, foi eficiente em anular Giuliano Simeone e se mostrou atento para cobrir cruzamentos na segunda trave, demonstrando grande empenho antes de ser substituído.
No meio-campo, Marlon Freitas foi importante para preencher espaços e adensar o setor. Contudo, em alguns momentos, sua postura passiva na marcação permitiu que De Paul se sobressaísse no ataque adversário. Artur, na linha de frente, dedicou-se mais à defesa do que ao ataque, esforçando-se para fechar as linhas. Sua única chance de gol veio de um chute desviado no primeiro tempo. Santiago Rodríguez manteve o ritmo de marcação, mas teve poucas oportunidades de contribuir ofensivamente.
Pontos de Atenção: Quem Ficou Aquém do Esperado
A partida também evidenciou performances que ficaram aquém do esperado, gerando preocupação para o prosseguimento da campanha alvinegra.
Savarino teve, indiscutivelmente, uma de suas piores exibições na temporada. A perda de uma chance clara de gol cara a cara com Oblak nos primeiros minutos foi um presságio. Suas tomadas de decisão no ataque foram falhas, com passes simples errados e uma contribuição insuficiente na marcação do terço inicial. Sua performance foi um dos maiores pontos negativos da equipe.
Mateo Ponte, ao entrar em campo, não conseguiu se encaixar no ritmo do jogo. Apesar de ter espaço para avançar, sua afobação resultou em decisões equivocadas, exatamente quando o Botafogo precisava reter a posse de bola. Defensivamente, sua falha ao permitir o cruzamento de Álvarez para o gol de Griezmann foi decisiva. Gregore, por sua vez, quase cometeu um pênalti em Álvarez, sendo salvo por uma infração anterior de Sorloth. Sua missão de cobrir a entrada da área foi cumprida com bastante corrida e boas coberturas, mas um cartão desnecessário aos 49 minutos do segundo tempo o tirou das oitavas de final, um erro de timing e disciplina que custará caro.
Cuiabano , apesar de ter criado uma chance perigosa para Igor Jesus e se tornado uma válvula de escape ofensiva na pressão final, apresentou falhas defensivas notáveis. Deixou Griezmann livre no lance do gol espanhol e não conseguiu acompanhar Correa em uma jogada que resultou em uma finalização de letra do atacante francês.
A análise individual da partida contra o Atlético de Madrid revela um Botafogo com talentos promissores e jogadores dedicados, mas também com a necessidade de aprimorar a consistência e evitar erros que, em competições de elite, são punidos de forma implacável. O caminho para o sucesso na Copa do Mundo de Clubes passa, inevitavelmente, pela elevação do nível de cada componente do elenco.
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