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Botafogo x Atlético-MG: A Análise Profunda das Mudanças Após a Final da Libertadores
Por Redação FutFogão em 20/09/2025 06:12
Neste sábado, o Estádio Nilton Santos será palco de um confronto que evoca memórias recentes, mas revela realidades distintas: Botafogo e Atlético-MG medirão forças novamente. As duas equipes, que há um ano disputavam a grande final da Copa Libertadores com expectativas elevadas, agora navegam por cenários opostos na atual temporada. Para o clube mineiro, a derrota na decisão continental marcou o início de uma série de transformações significativas, tendo como primeira consequência a saída do então técnico Gabriel Milito.
No decorrer do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, as equipes já haviam se enfrentado no Mineirão. Naquela ocasião, o Alvinegro de Minas, ainda sob a batuta de Cuca, conquistou sua primeira vitória na competição nacional. Contudo, para este reencontro no returno, a comissão técnica do Galo apresenta uma nova figura: Jorge Sampaoli, que assumiu o comando nas últimas semanas. O treinador argentino, que ainda busca seu triunfo inaugural, acumula até o momento uma derrota e dois empates à frente da equipe.
A Virada de Rumo do Atlético-MG Pós-Libertadores
A passagem de Gabriel Milito pelo Atlético começou a se desmantelar após a perda da final da Libertadores para o Botafogo , um revés ainda mais amargo considerando que o time jogou com um atleta a mais por grande parte do confronto. Poucas semanas antes, o clube já havia sido superado pelo Flamengo na decisão da Copa do Brasil, disputada em sua própria casa, a Arena MRV. O técnico argentino ainda dirigiu a equipe em um compromisso subsequente pelo Brasileirão, contra o Vasco, em São Januário, antes que sua saída fosse oficialmente comunicada. Naquele momento, o Galo enfrentava a ameaça de rebaixamento, tendo escapado da degola na última rodada do campeonato, sob a orientação de um técnico interino.
Para a temporada de 2025, a diretoria atleticana buscou na figura de Cuca, um nome familiar e querido pela torcida, a estabilidade desejada. Embora o Galo tenha conquistado o Campeonato Mineiro sob sua gestão, uma sequência de atuações insatisfatórias e a eliminação na Copa do Brasil diante do Cruzeiro precipitaram a saída do experiente treinador.
Com a chegada de Sampaoli, o time acumula apenas três partidas: uma derrota no jogo de volta da Copa do Brasil para o Cruzeiro, que selou a eliminação do torneio, e dois empates, um contra o Santos pelo Brasileirão e outro frente ao Bolívar pela Copa Sul-Americana. Este último torneio representa a única oportunidade restante para o Galo conquistar um título nesta temporada.
Observando a composição do elenco e as formações táticas, percebe-se uma diferença acentuada em comparação ao time que Milito escalou na final da Libertadores do ano anterior. Sampaoli, em sua breve passagem, tem demonstrado uma constante busca pela formação ideal, não repetindo escalações e realizando diversos testes em campo.
Transformações no Elenco e Finanças do Galo
As mudanças no plantel do Atlético-MG são evidentes. Abaixo, um comparativo das escalações em momentos cruciais:
| Posição | Final da Libertadores (Milito) | Jogo contra o Bolívar (Sampaoli) |
|---|---|---|
| Goleiro | Everson | Everson |
| Defensores | Lyanco, Battaglia, Alonso | Natanael, Lyanco, Vitor Hugo, Junior Alonso |
| Meio-campo | Scarpa, Fausto Vera, Alan Franco, Arana | Arana, Alan Franco, Alexsander, Scarpa |
| Atacantes | Hulk, Deyverson, Paulinho | Cuello, Rony |
No âmbito administrativo e financeiro, o Atlético-MG igualmente atravessa uma fase de reconfiguração. O revés na final contra o Botafogo teve consequências severas, privando o clube não apenas da participação na Libertadores deste ano e de duas edições do Mundial de Clubes, mas também de receitas milionárias que seriam cruciais. A busca por um novo aporte financeiro para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) tornou-se uma prioridade para sanear as finanças e mitigar o endividamento.
Durante o ano corrente, o elenco foi afetado por atrasos salariais, levando alguns atletas a formalizarem notificações ao clube. O caso de Rony, que chegou a acionar a Justiça para pleitear a rescisão contratual, exemplifica a gravidade da situação. Felizmente, a intervenção de investidores permitiu que o Atlético-MG resolvesse as pendências financeiras e contornasse a crise iminente.
Botafogo: Do Apogeu Glorioso à Instabilidade Recente
O Botafogo experimentou seu período de maior êxito em 2024, culminando na conquista da Copa Libertadores em 30 de novembro, em uma final memorável contra o Atlético-MG, seguida pelo título do Campeonato Brasileiro. Contudo, o cenário atual do clube em 2025 é de notável instabilidade, marcado por uma sequência de resultados desfavoráveis.
Desde o começo de 2025, o Alvinegro disputou seis competições ? Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Campeonato Carioca, Copa do Mundo de Clubes, Copa do Brasil e Libertadores ? sem conseguir levantar nenhum troféu. O Brasileirão é a única chance remanescente de título na temporada. Contudo, a meta interna já não ambiciona a taça, mas sim assegurar uma vaga direta para a competição continental de 2026.
Os Desafios da Gestão e Reformulação no Glorioso
Qual a explicação para essa drástica mudança de rumo? Diversos elementos contribuem para o quadro atual. Cronologicamente, um dos primeiros reveses foi a saída do técnico campeão, Artur Jorge, nos primeiros dias de janeiro, que optou por uma transferência para o Al-Rayyan, do Catar. A subsequente procura por um novo comandante estendeu-se por 55 dias, quase dois meses, culminando na escolha de Renato Paiva por John Textor.
Durante esse intervalo sem um treinador principal, o Botafogo viu escapar a oportunidade de conquistar três títulos que poderiam impulsionar a temporada. A equipe foi temporariamente dirigida por Carlos Leiria, técnico do sub-20, e posteriormente contou com a adição de Cláudio Caçapa como auxiliar permanente.
Em justificativa para a prolongada busca, Textor declarou que a temporada alvinegra efetivamente começaria em abril e que não atribuía importância a "copas de marketing". Tal postura resultou em um planejamento tardio, que por sua vez, postergou as ambições do clube e dificultou a evolução do desempenho ao longo do ano. Adicionalmente, o elenco passou por um processo contínuo de reformulação, com 14 saídas no início do ano e mais 14 no meio da temporada, abrangendo tanto titulares quanto jovens promessas.
Além das alterações no plantel, o comando técnico sofreu nova modificação. O técnico português, Renato Paiva, foi desligado do clube logo após a participação na Copa do Mundo de Clubes, registrando um desempenho de 12 vitórias, três empates e oito derrotas em apenas 23 partidas.
Dez dias após a demissão, o proprietário John Textor optou por Davide Ancelotti, filho do renomado Carlo Ancelotti, técnico da Seleção, para assumir a direção da equipe. Este é o primeiro desafio de Ancelotti como técnico principal. Em 16 jogos, seu currículo aponta sete vitórias, cinco empates e quatro derrotas, com a amarga marca de duas eliminações: nas oitavas da Libertadores, contra a LDU, e nas quartas da Copa do Brasil, para o Vasco.
A atual equipe do Botafogo apresenta significativas diferenças em comparação com o elenco que alcançou as glórias de 2024. O clube não apenas perdeu suas duas principais estrelas, Luiz Henrique e Thiago Almada, como também, apesar de um alto investimento em 2025, ainda demonstra dificuldades em consolidar uma formação. Davide Ancelotti tem promovido constantes alternâncias nas escalações e enfrenta desafios com lesões de jogadores. No último confronto, contra o Mirassol, a insatisfação da torcida culminou em protestos e pedidos pela sua saída.
Comparativo de Elencos e o Caminho Adiante
Para ilustrar as profundas alterações no elenco , apresentamos as formações do Botafogo em dois momentos-chave:
| Posição | Final da Libertadores (2024) | Jogo contra o Mirassol (2025) |
|---|---|---|
| Goleiro | John | Léo Linck |
| Defensores | Vitinho, Adryelson, Barboza, Alex Telles | Vitinho, Kaio, Barboza, Alex Telles |
| Meio-campo | Gregore, Marlon Freitas | Danilo, Marlon Freitas |
| Meias/Atacantes | Luiz Henrique, Savarino, Thiago Almada | Santi Rodríguez, Savarino, Montoro |
| Atacante | Igor Jesus | Chris Ramos |
Este reencontro entre Botafogo e Atlético-MG transcende a simples disputa por pontos; ele simboliza a análise de trajetórias divergentes. Enquanto um busca reequilíbrio financeiro e técnico após uma série de reveses, o outro tenta reencontrar a estabilidade e a ambição que o levaram ao auge. O Nilton Santos será palco de um confronto onde o passado glorioso se choca com realidades desafiadoras, e cada equipe luta para redefinir seu presente e moldar seu futuro na temporada.
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