Botafogo: Venda de Jair ao Forest Rende Milhões ao Santos, Mas Há Pontos de Tensão

O cenário de reestruturação do Santos ganha um inesperado alívio financeiro. Uma transação conduzida pelo Botafogo, envolvendo a saída do zagueiro Jair para o Nottingham Forest da Inglaterra, promete injetar um montante considerável nos cofres da Vila Belmiro. Este movimento, embora originado no clube carioca, revela a complexidade das negociações no futebol moderno e os laços financeiros que unem diferentes agremiações.

A origem desse aporte reside na formação do atleta. O defensor, que iniciou sua trajetória nas categorias de base santistas, teve parte de seus direitos econômicos assegurados pelo clube paulista quando da sua transferência para o Botafogo . O pacto inicial, selado no início de 2025, estipulava que o Peixe manteria 10% dos direitos econômicos, somados a um percentual de 2,5% referente ao mecanismo de solidariedade da FIFA, devido à sua formação. Diante da negociação por 12 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 76,4 milhões, a expectativa é que o Santos receba aproximadamente R$ 9,9 milhões.

A diretoria santista, ciente da importância desse recurso, já acompanha de perto os próximos passos da transação, mantendo contato com o estafe do jogador e com o Botafogo , para garantir que todos os procedimentos sejam cumpridos. É crucial ressaltar que, apesar de o contrato original prever cláusulas de desempenho que poderiam elevar o valor da negociação para até 15 milhões de euros, tais metas não foram atingidas. O não cumprimento de objetivos como um determinado número de partidas ou convocações impediu que o montante final fosse ainda maior.

Dúvidas e Conflitos na Divisão de Valores

No entanto, a operação não está isenta de questionamentos. A transferência de Jair para o futebol inglês foi efetuada em conjunto com a de Igor Jesus, outro atleta do Botafogo , totalizando um valor combinado de 30 milhões de euros. Essa modalidade de negociação gerou apreensão e dúvidas por parte do Santos e também do Grêmio, clube formador de Cuiabano, que se viram envolvidos em uma situação similar. A principal preocupação reside na suspeita de que o montante global tenha sido estrategicamente ajustado, visando minimizar o repasse financeiro aos clubes que detêm direitos de formação ou percentuais residuais.

Adicionalmente, o próprio Santos enfrenta uma pendência interna relacionada a Jair . Do montante inicial de 2,5 milhões de euros já recebido em uma parcela anterior, o clube deveria ter destinado 500 mil euros ao zagueiro, um compromisso que, até o momento, permanece em aberto. Essa situação adiciona uma camada de complexidade às relações entre o clube e o jogador, mesmo diante de um cenário de recebimento de valores significativos.

Foto: (Buda Mendes / Getty Images)

O Monitoramento Atento do Santos

Em suma, enquanto a transação de Jair representa um fôlego financeiro inegável para o Santos, ela vem acompanhada de uma série de complexidades burocráticas e a sombra de potenciais disputas legais. A vigilância da diretoria santista é imperativa para assegurar o recebimento integral dos valores que lhe são devidos e para desvendar quaisquer inconsistências na divisão dos montantes. O desfecho dessa intrincada trama financeira será crucial para o planejamento do clube em sua fase de reconstrução.