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Botafogo: Venda de Almada, Autonomia Financeira e Futuro da SAF

Por Redação FutFogão em 16/07/2025 17:22

A recente alteração na estrutura administrativa do Lyon, culminando na saída de John Textor de sua gestão, redefiniu o panorama financeiro do Botafogo. O Glorioso, agora operando com independência dentro do ecossistema Eagle Football, encerra uma fase de gestão de caixa unificado. Esta nova diretriz implica que o montante proveniente da iminente transferência de Thiago Almada para o Atlético de Madrid será integralmente direcionado aos cofres alvinegros, marcando uma virada significativa.

Previamente, o modelo de tesouraria compartilhada permitia que verbas geradas pelo clube francês fossem alocadas para custear despesas do time carioca, abarcando desde salários até aquisições de atletas, como exemplificado pela contratação do zagueiro Jair.

Tal arranjo, contudo, foi descontinuado em virtude da reconfiguração estratégica empreendida pela nova presidente do Lyon, Michele Kang, cujo foco primordial residia na estabilização e permanência da equipe na elite do futebol francês.

A Nova Arquitetura Financeira do Botafogo

A diretoria da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) projeta um cenário de robustez financeira para 2025, com uma estimativa de arrecadação bruta que pode atingir a cifra de R$ 1,2 bilhão. Este otimismo é fundamentado nas expectativas de negociações de atletas e na participação confirmada no Mundial de Clubes.

Para o exercício anterior, embora o balanço oficial ainda aguarde divulgação, o clube já sinaliza uma receita bruta de R$ 719 milhões, montante notavelmente impulsionado pelas conquistas da Libertadores e do Campeonato Brasileiro.

Entretanto, a trajetória financeira recente do Glorioso sob o modelo societário não esteve isenta de desafios. Os dois primeiros anos de operação registraram déficits significativos, conforme detalhado abaixo:

Período Resultado (Déficit)
2022 R$ 248 milhões
2023 R$ 101 milhões

A despeito desses números passados, a atual administração manifesta confiança na capacidade de sustentação do clube, afirmando que "o Botafogo vai caminhar com as próprias pernas" neste novo ciclo de autonomia.

O Imbróglio Financeiro de Almada: Dívidas e Recebimentos

Apesar das projeções otimistas, o Botafogo precisa navegar por um cenário de obrigações financeiras preexistentes. A mais relevante delas se refere a um passivo com o Atlanta United, que levou o caso à FIFA. Este débito decorre de pagamentos não efetuados na aquisição inicial de Thiago Almada, exigindo que o clube carioca honre um montante de US$ 21 milhões (equivalente a aproximadamente R$ 116 milhões) ainda no corrente ano.

Em contrapartida, a transação de Almada para o Atlético de Madrid, que renderá ao Botafogo ? 21 milhões (cerca de R$ 135 milhões) por 50% dos direitos econômicos do talentoso meio-campista argentino, será quitada de forma parcelada. A projeção é que uma parcela significativa, estimada em cerca de um terço do total, seja recebida ao longo de 2025, o que poderá oferecer um fôlego considerável para o fluxo de caixa no horizonte de curto prazo.

Ajustes Internos e Saldo com o Lyon

Em uma demonstração de prudência e busca por equilíbrio fiscal, o Botafogo implementou um rigoroso programa de contenção de despesas, com foco na reestruturação de sua folha salarial. A despesa mensal com vencimentos de atletas e comissão técnica, que antes alcançava a cifra de R$ 23 milhões, foi reduzida para R$ 19 milhões, reflexo de uma série de reformulações no elenco.

Embora a era do caixa consolidado tenha chegado ao fim, remanescem pendências financeiras oriundas da antiga prática de cash pooling entre Botafogo e Lyon. Fontes internas da SAF indicam que o balanço atual dessas operações é favorável ao clube brasileiro. Este saldo positivo se mostra crucial, contribuindo para mitigar e quase anular os impactos das operações financeiras dos últimos anos, mesmo diante dos déficits previamente acumulados.

A reconfiguração da estrutura administrativa do Botafogo , embora pavimente o caminho para uma autonomia sem precedentes, simultaneamente introduz um conjunto de desafios inerentes à consolidação da estabilidade financeira. A projeção de uma receita substancialmente elevada para 2025, de fato, acende um sinal de otimismo e potencial para o futuro do Glorioso. Contudo, a efetivação dessa sustentabilidade a médio prazo dependerá intrinsecamente da capacidade do clube em gerir e liquidar suas obrigações pendentes, transformando o potencial em uma realidade financeira sólida e duradoura.

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Otávio

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Comentado em 16/07/2025 22:05 Vai Botafogo! Autonomia é o caminho, firmeza!
Kátia

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Comentado em 16/07/2025 20:34 Venda do Almada dá fôlego, mas bora administrar essa grana com cabeça, que a SAF tá on!
Débora

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Comentado em 16/07/2025 18:56 Se o Botafogo vai caminhar com as próprias pernas, tamo junto, mlk! Agora é mostrar pegada e foco, blz!
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