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Botafogo: Textor Revela Autonomia de Ancelotti e Razões da Troca
Por Redação FutFogão em 14/07/2025 15:13
A coletiva de imprensa desta segunda-feira marcou um ponto de virada no comando técnico do Botafogo, com a apresentação oficial de Davide Ancelotti. Ao lado do novo estrategista, John Textor, proprietário do clube, detalhou os bastidores da escolha e, de forma enfática, assegurou total independência ao recém-chegado, sinalizando uma nova fase na gestão esportiva.
A filosofia de jogo do Glorioso, antes pautada pelo conceito de "Botafogo Way", é agora redefinida sob a ótica do novo comandante. Segundo Textor, a equipe está à disposição de Ancelotti para que ele imprima sua própria marca: "Agora, a Botafogo Way é a Ancelotti Way. Ele tem a chance de fazer o que quiser. Pode treinar os jogadores como quiser. A Botafogo Way é uma ideia de um futebol vistoso. Davide pode pintar o quadro como quiser", sintetizou o empresário. Este posicionamento sugere uma carta branca para que o técnico implemente sua visão tática e operacional sem interferências.
A ênfase na autonomia concedida a Ancelotti não é fortuita. Ela emerge em um contexto de questionamentos sobre a gestão anterior, especialmente após a eliminação para o Palmeiras nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes. Rumores apontavam que a desaprovação de John Textor à estratégia adotada por Renato Paiva, caracterizada por uma suposta passividade da equipe na partida crucial, teria sido um dos catalisadores para a mudança de comando técnico.
Ao justificar a alteração no comando, Textor foi direto ao expressar seu descontentamento com o desempenho recente da equipe, ligando-o a uma percepção de falta de ímpeto. "Nós tínhamos um treinador muito inteligente, o Renato Paiva. Eu gostava do sistema do Renato, nós falamos sobre isso publicamente. Mas vimos como esse estilo evoluiu ao longo do ano e eu não senti mais que estávamos jogando com a mesma ambição", declarou o proprietário, indicando que a evolução tática sob a batuta de Paiva não atingiu as expectativas de combatividade e proatividade desejadas para o elenco.
A Virada de Chave: Por Que Renato Paiva Deixou o Glorioso?
A ausência de experiência prévia de Davide Ancelotti como técnico principal não parece ser um obstáculo para Textor. Pelo contrário, o empresário enfatizou a robustez de seu currículo como auxiliar. "O fato de que é o primeiro trabalho dele, eu não me importo. A experiência dele é marcante. Ele fez parte da melhor comissão técnica que o mundo já testemunhou. Assistentes desses top-clubes são tão experientes quanto os treinadores, eles comandam treinos, táticas, estudam o oponente. Tudo que é necessário em um treinador ele vinha fazendo em um dos maiores clubes do mundo", complementou, sublinhando que a vivência em comissões técnicas de elite global confere a Ancelotti o conhecimento e a prática necessários para a função.
A busca por um novo perfil tático levou Textor a reavaliar suas próprias preferências. Embora admirador do futebol português, conhecido pela ênfase na estrutura e controle da posse, o proprietário do Botafogo buscou inspiração em outras escolas. "Com relação ao estilo de jogo, eu tenho o costume de assistir jogos em Portugal. E os treinadores portugueses, até onde eu sei, ensinam muito bem sobre a estrutura. Eles gostam de dominar a posse, de controlar os jogos. Mas, francamente, quando você olha para os estilos mais expressivos de jogo, Espanha, Itália, e começa a ver vários treinadores em várias situações e eu descarto esse meu vício de futebol português, foi como nós encontramos o Davide", detalhou Textor, revelando um processo seletivo que transcendeu sua inclinação pessoal.
O Perfil Ideal: Como Ancelotti Conquistou John Textor?
A narrativa de Textor sobre a chegada de Ancelotti beira o providencial. Após uma análise minuciosa de estilos de jogo que se alinhassem ao "Botafogo Way" ? um futebol inteligente, tático e veloz ?, a figura de Davide surgiu de forma quase predestinada. "Acho que o mais incrível nesse caso, e nós falamos com a CBF antes, é que analisamos esses estilos de jogo que melhor se encaixassem no nosso 'Botafogo way', um jogo inteligente, tático e rápido. E um dos jovens treinadores promissores, sobre quem o resto do mundo estava começando a falar, a se perguntar quando ele daria início à carreira solo, ele estava voando para o Rio de Janeiro literalmente no mesmo momento em que estávamos procurando por um treinador. É isso que chamamos de 'escolhido'. Acho que Deus o colocou no nosso colo. Que bom que a CBF foi compreensível para nos deixar conversar com ele. Achei que fosse uma grande oportunidade e não queria deixá-la passar", finalizou Textor, descrevendo o encontro como uma "oportunidade imperdível" e um "presente divino", reforçando a crença na escolha de Ancelotti como o nome certo para o futuro do Botafogo .
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