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Botafogo: O Silêncio no Niltão e o Desafio da Torcida

Por Redação FutFogão em 03/10/2025 01:42

Uma observação pertinente, ainda que tenha servido de munição para os adversários do Botafogo, foi proferida por Rogério Ceni, comandante do Bahia, na última quarta-feira (1). Após o confronto em que sua equipe foi superada pelo Glorioso por 2 a 1, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, em um palco teoricamente neutro, Ceni expôs uma realidade desconfortável: a escassa presença de público. Apenas cerca de oito mil torcedores compareceram ao Estádio Nilton Santos para testemunhar o jogo do time que ostenta títulos continentais e nacionais. O Colosso do Subúrbio, com capacidade para aproximadamente 45 mil espectadores, permaneceu majoritariamente desocupado. Este cenário se repetiu de forma ainda mais acentuada duas semanas antes, no embate contra o Mirassol, quando pouco mais de seis mil pessoas se deslocaram para apoiar a Estrela Solitária, uma afluência comparável à de um amistoso contra o Novorizontino, realizado em um ensolarado sábado.

O Contraste entre Canto e Realidade

Os adeptos alvinegros frequentemente entoam cânticos como: "Os jogadores vão e vêm, mas você nunca estará só. Tua torcida te quer bem, te apoiará até o final". Ou ainda: "quando você joga, não importa nada". Tais declarações, no entanto, parecem divergir da prática recente. A massa de torcedores do Botafogo demonstrou um comportamento ambivalente nos últimos tempos, comparecendo em peso apenas quando a equipe disputava troféus. Contudo, a dedicação à instituição deveria ser incondicional. A lealdade, inegociável, transcende a conquista de taças ou a vivência de momentos difíceis. Não basta o orgulho pelos 45 mil presentes em Buenos Aires se a verdadeira fortaleza alvinegra, o Engenho de Dentro, não pulsa com a energia que se espera. Um clube da estatura do Botafogo não pode se apresentar diante de audiências tão reduzidas em seu próprio domínio.

Razões para o Afastamento e o Valor da Paixão Incondicional

Seria frustração ou um mero capricho? Inúmeros fatores podem ser apontados como justificativa para o afastamento do botafoguense do Nilton Santos, talvez até 2026: a ausência de um planejamento claro para a próxima temporada, a presença de um técnico que não agrada, a saída de ídolos, a falta de reposições à altura, as eliminações precoces nas copas, o desprezo por títulos no início do ano, a ineficácia do centroavante, a insegurança do goleiro, as falhas de marcação do volante, os cruzamentos imprecisos do lateral. É compreensível que tais elementos gerem descontentamento. No entanto, o futebol não se pauta pela lógica exata. Apesar de todos os percalços, o Glorioso segue na disputa por uma vaga direta na fase de grupos da próxima Libertadores, em um cenário adverso e com um elenco desfalcado. Independentemente de sua posição na tabela do Brasileirão, o Botafogo de Futebol e Regatas, um dos clubes mais importantes do país, pentacampeão mundial e com uma trajetória incomparável, merece um público que honre sua grandiosidade.

O Caminho para a Retomada: A Voz da Arquibancada

É fundamental que o torcedor alvinegro cultive o hábito de estar presente no estádio, independentemente das circunstâncias ou da colocação da equipe nos torneios. Sentir-se desapontado e deixar de comparecer ocasionalmente faz parte da dinâmica. O problema reside quando a frustração se consolida em um padrão, ou, mais precisamente, em um capricho. A paixão genuína não necessita de justificativas; ela é vivida com a máxima intensidade possível. No próximo dia 15 deste mês, para o clássico que se avizinha, é imperativo que o Nilton Santos esteja lotado para, finalmente, recepcionar o arquirrival. Sem desculpas. E sem esperar por títulos de 2024 para demonstrar apoio. O percurso para o Botafogo reassumir seu papel de protagonista inicia-se nas arquibancadas do Colosso do Subúrbio.

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