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Botafogo: O Paradoxo da Criação e a Urgência da Eficiência no Brasileirão
Por Redação FutFogão em 07/11/2025 14:43
Sob a gestão de Davide Ancelotti, o Botafogo tem se destacado no cenário do Brasileirão por sua notável capacidade de gerar oportunidades ofensivas. Desde a chegada do técnico italiano, o clube alvinegro registra os maiores índices de finalizações, com impressionantes 310 tentativas, e de chances de gol criadas, totalizando 243 dentro da competição. Esse volume, inegavelmente, posiciona a equipe como uma das mais ativas ofensivamente.
A recente vitória por 3 a 0 no clássico contra o Vasco, na última quarta-feira, serviu como um microcosmo dessa realidade. O Botafogo alcançou 22 finalizações, o número mais elevado desde que Ancelotti assumiu o comando, superando as 17 tentativas registradas contra o Bragantino. Contudo, essa mesma partida expôs de forma contundente uma fragilidade que tem acompanhado o time nos últimos meses: a dificuldade em materializar essas oportunidades em gols, especialmente quando o placar ainda está em branco.
Foi preciso um esforço considerável, com 11 finalizações antes do primeiro gol ser anotado. A abertura do marcador, que veio através de uma cobrança de pênalti convertida com força por Alex Telles, na 12ª tentativa, ressaltou a persistente busca por precisão que o elenco tem enfrentado. Essa ineficácia na frente do gol tem sido um fator determinante, custando pontos preciosos ao longo da campanha.
A Discrepância na Concretização de Gols
Exemplos anteriores corroboram essa tese. No primeiro turno, o empate sem gols diante do Vitória, apesar das 23 finalizações do Botafogo , foi um reflexo direto da falta de pontaria, aliada a uma excelente atuação do goleiro Lucas Arcanjo e à intervenção da trave. Cenário similar se desenrolou na derrota para o Palmeiras, onde, apesar de uma superioridade em campo, a equipe não conseguiu converter suas chances em um resultado favorável.
As estatísticas do "Transfermarkt" lançam luz sobre essa questão: o Alvinegro detém a oitava melhor taxa de conversão de chances em todo o campeonato, com 6,8%. Contudo, essa posição é menos animadora quando comparada aos seus pares no G-6, onde o Botafogo figura como a equipe com a menor efetividade nesse quesito. Essa discrepância entre o volume de criação e a taxa de conversão é um gargalo que impede a equipe de alçar voos mais altos.
A Repartição Incomum da Artilharia
Apesar dos desafios na finalização, o ataque comandado por Davide Ancelotti conseguiu balançar as redes 44 vezes, configurando o sexto melhor ataque da competição. O aspecto mais peculiar, no entanto, reside na distribuição desses gols. O Botafogo se destaca por ter o maior número de jogadores diferentes marcando no Brasileirão, com um total de 21 atletas contribuindo para o placar. Essa pulverização, por outro lado, significa que o clube não possui nenhum jogador entre os principais artilheiros da liga.
A ausência de um artilheiro isolado é evidente na lista de principais marcadores do clube:
| Jogador | Gols (Brasileirão) |
|---|---|
| Savarino | 4 |
| Alex Telles | 4 |
| Chris Ramos | 4 |
| Artur | 3 |
| Arthur Cabral | 3 |
| Cuiabano | 3 |
Esta pulverização dos gols, embora demonstre a capacidade de múltiplos atletas em finalizar, também sublinha a falta de um finalizador letal que possa consistentemente desequilibrar partidas.
Com a necessidade de aprimorar sua pontaria, o Botafogo se prepara para um novo desafio neste domingo, enfrentando o Vitória no Barradão às 16h (horário de Brasília). A partida será crucial para manter suas ambições entre as primeiras colocações do campeonato, exigindo uma performance mais eficaz para converter o volume de criação em resultados concretos.
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