Botafogo: John Textor Explica Guianada Tática e Abandono de Técnicos Portugueses

O cenário da busca por um novo líder técnico no Botafogo, sob a gestão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), experimentou uma guinada notável. John Textor, o proprietário majoritário, notoriamente inclinado à metodologia de trabalho desenvolvida em Portugal, surpreendeu ao desviar-se dessa preferência. A escolha recaiu sobre Davide Ancelotti, um nome que, aos 35 anos, representa uma aposta na renovação e na juventude. Sua trajetória, até então, foi construída como auxiliar de Carlo Ancelotti em potências do futebol europeu e na Seleção Brasileira. Essa ousada decisão, ao contrário de algumas contratações anteriores, como a de Renato Paiva no início de 2025 ? que gerou controvérsia após um longo período de vacância no comando ?, parece ter angariado o apoio expressivo da massa alvinegra.

O Legado Controverso da Escola Lusitana no Botafogo

Desde a transição para o formato de SAF, oficializada em março de 2022, o clube de General Severiano acolheu uma sequência de quatro técnicos de origem portuguesa. A percepção geral é que a passagem de cada um deles, por diferentes razões, deixou um sabor amargo na torcida.

Essa sucessão de eventos, onde técnicos lusitanos optaram por outros destinos ou chocaram-se com a idiosincrasia do clube, certamente contribuiu para a reavaliação estratégica de Textor.

A Nova Visão de John Textor: Além das Fronteiras Lusitanas

Após a participação do Glorioso no Super Mundial de Clubes da FIFA, o mercado especulava possíveis alvos para o comando técnico, incluindo figuras renomadas como Jorge Jesus, Carlos Carvalhal, Sergio Conceição e até Vasco Matos. Contudo, a direção de John Textor se distanciou notavelmente dos perfis oriundos de Portugal. A questão que se impõe é se o empresário americano, de fato, exauriu sua confiança na metodologia de treinadores portugueses. Fatores como quebras contratuais e a aderência às diretrizes da SAF parecem ter influenciado essa mudança de rumo. O próprio dirigente americano admite a necessidade de diversificar o leque de opções, buscando um repertório mais amplo na seleção do perfil ideal e, nas suas palavras, livrar-se de um "vício" anterior.

A justificativa para essa inflexão na estratégia foi detalhada pelo próprio John Textor. Em declaração recente, no Estádio Nilton Santos, o bilionário explicou a motivação por trás da escolha de Ancelotti:

Obviamente, eu gosto muito de assistir ao futebol português. E os treinadores de lá, em geral, ensinam muito bem a estrutura. Eles gostam de dominar a posse de bola, controlar os jogos, mas, francamente, à medida que começamos a observar estilos de jogo mais expressivos, olhamos para a Espanha, olhamos para a Itália? Comecei a assistir a muitos jogos e a muitos treinadores em diferentes situações, tentando me livrar desse vício que eu tinha pelo futebol português. E isso me levou a começar a observar diferentes estilos de jogo e diferentes treinadores. Foi assim que finalmente encontramos o Davide.

A fala de Textor sublinha uma busca por novas abordagens táticas, além daquelas tradicionalmente associadas à escola portuguesa, marcando um novo capítulo na gestão de talentos do Botafogo .