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Botafogo G4: Análise Crítica da Vitória Alvinegra com Sabor Amargo

Por Redação FutFogão em 01/10/2025 23:47

O Botafogo assegurou seu retorno ao G4 do Campeonato Brasileiro de 2025, mas a vitória por 2 a 1 contra o Bahia, em pouco mais de noventa minutos, suscitou uma gama de emoções distintas em sua torcida. Se por um lado houve o orgulho de um primeiro tempo imponente e o ritmo avassalador no início da etapa complementar, por outro, a falta de inteligência tática ao atuar com um homem a mais por quase quarenta minutos gerou apreensão, com o triunfo ameaçado nos instantes finais.

Além de cumprir sua parte no campo, o Alvinegro se beneficiou do empate entre Mirassol e Bragantino, ocorrido na mesma noite de quarta-feira. A condição de que o vencedor do confronto subiria na tabela conferiu um significado ainda mais especial ao embate. O Bahia, por sua vez, demonstrou garra e uma reorganização notável no segundo tempo, mas não conseguiu se desvencilhar da apatia e da ausência de soluções que marcaram algumas de suas atuações fora de casa na primeira etapa.

Estratégias e Escalações Iniciais: Um Olhar Tático

Davide Ancelotti, o estrategista alvinegro, viu o retorno vital da dupla de zaga Kaio e Barboza. As ausências de Alex Telles e Marçal impulsionaram Cuiabano para a lateral esquerda e Jeffinho para o ataque. O meio-campo manteve a solidez com Newton e Marlon Freitas, enquanto Arthur Cabral liderava a linha de frente, buscando o gol.

Do lado tricolor, Rogério Ceni lidou com desfalques importantes, como Caio Alexandre, Erick Pulga e Acevedo, colocando Rezende no miolo de volantes. Kayky e Sanabria ocuparam as pontas, com Ademir iniciando no banco. Jean Lucas retornou de suspensão, e Santi Arias foi a escolha para a lateral-direita, relegando Gilberto à suplência.

Como Botafogo e Bahia iniciaram o duelo válido pela 26ª rodada do Brasileirão 2025 ? Foto: Rodrigo Coutinho

O primeiro tempo, inicialmente equilibrado, teve seu divisor de águas na lesão de Luciano Juba. A saída do lateral-esquerdo tricolor, aos 18 minutos, desequilibrou o confronto, abrindo caminho para o Botafogo explorar as brechas defensivas adversárias com notável competência e voracidade.

A Ascensão Alvinegra: Vitinho e a Quebra da Defesa Baiana

Vitinho emergiu como a figura central da ofensiva alvinegra. Incisivo pelo lado direito, ele superou Sanabria e Zé Guilherme com facilidade, criando inúmeras oportunidades de gol através de infiltrações e jogadas de linha de fundo. Foi de um de seus cruzamentos rasteiros que Santi Rodriguez finalizou com precisão, abrindo o placar. O goleiro Ronaldo, antes do gol, já havia se destacado com defesas importantes em arremates de Vitinho e Cuiabano .

A estratégia inicial do Bahia visava a posse de bola no campo adversário, com Arias mais recuado, Juba atuando como um volante ofensivo ao lado de Rezende, e Kayky e Sanabria abertos nas pontas. Everton Ribeiro e Jean Lucas gravitavam próximos a Willian José. Contudo, apesar da circulação da bola, a marcação do Botafogo era implacável, especialmente próximo à sua área. As tentativas de contra-ataque alvinegras, inicialmente prejudicadas por passes imprecisos, ganharam eficiência após a lesão de Juba, resultando em uma pressão eficaz na saída de bola baiana. Willian José, isolado, foi anulado pela consistente dupla de zaga Barboza e Kaio Panteleão.

Comemoração no jogo entre Botafogo x Bahia ? Foto: André Durão

O Esquadrão, sem alternativas ofensivas, viu o Botafogo rondar o segundo gol incessantemente. Vitinho manteve sua performance impactante, enquanto Marlon Freitas elevou seu nível de jogo, distribuindo passes precisos no campo adversário. Ronaldo, o goleiro do Bahia, continuou a demonstrar segurança, apesar dos perigos criados por Savarino, Santi Rodriguez, Arthur Cabral e o próprio Vitinho . Somente nos acréscimos, o Bahia esboçou uma reação, com Rezende avançando sem marcação e servindo Zé Guilherme, cujo chute, a única chance clara do time no primeiro tempo, carimbou a trave de Léo Linck.

Zé Guilherme, ao substituir Juba, assumiu um papel distinto taticamente na fase ofensiva, avançando mais aberto pelo flanco esquerdo. Essa mudança provocou uma inversão nas posições de Kayky e Sanabria: o argentino passou a atuar com maior amplitude pela direita, enquanto o brasileiro se aproximou de Willian José, liberando o corredor para Zé Guilherme. Jean Lucas, por sua vez, alinhou-se mais a Rezende no meio-campo.

Segundo Tempo: Gols, Expulsão e a Insegurança Alvinegra

As alterações de Rogério Ceni no intervalo, com as entradas de Rodrigo Nestor e Tiago no lugar de Everton Ribeiro e Kayky, foram praticamente anuladas em meros 23 segundos do segundo tempo. Cuiabano , em jogada iniciada por um levantamento de Savarino, cruzou rasteiro para Jeffinho , que, na marca do pênalti, anotou seu primeiro gol na temporada, ampliando para o Botafogo . O Alvinegro manteve a intensidade, quase marcando o terceiro com Arthur Cabral, após mais uma disputa vencida por Barboza contra Willian José.

No entanto, o Bahia reanimou suas esperanças aos nove minutos, quando Rodrigo Nestor, em cobrança de falta, viu a bola desviar na barreira e enganar Léo Linck , reduzindo o placar para 2 a 1. A insegurança, então, pareceu contagiar o time mandante. Paralelamente, os visitantes sofreram um revés com a expulsão de Sanabria, que, ao simular uma falta dentro da área em disputa com Marlon Freitas , recebeu o segundo cartão amarelo. Curiosamente, essa expulsão ocorreu no momento de maior ímpeto do Bahia, que já havia feito uma substituição forçada por lesão (Ramos Mingo por Michel Araújo), levando Rezende a atuar improvisado na zaga.

Botafogo x Bahia ? Foto: André Durão

Ancelotti, ciente da situação de Cuiabano (pendurado), prontamente o substituiu por David Ricardo. Antes dos 20 minutos, o Bahia utilizou sua última alteração, com Ademir entrando no lugar do inoperante Willian José, reorganizando-se em um 4-4-1, com Ademir e Michel Araújo fechando as laterais e Tiago como ponta de lança.

Desafios Táticos e o Próximo Capítulo

Ancelotti promoveu mais mudanças antes dos 30 minutos, substituindo Vitinho e Jeffinho por Ponte e Artur, deslocando Santi Rodriguez para a esquerda. Admiravelmente, o Bahia, mesmo com um jogador a menos, não perdeu o ímpeto. A equipe demonstrou não apenas capacidade física, mas também técnica para criar perigo. Rodrigo Nestor, em nova cobrança de falta, quase igualou o placar, sendo impedido por uma defesa crucial de Léo Linck . Michel Araújo também assustou com arremates de fora da área.

Como os times estavam em campo pouco depois da metade do 2º tempo ? Foto: Rodrigo Coutinho

O Botafogo , por sua vez, demonstrou uma surpreendente passividade e pouca inteligência tática para explorar a superioridade numérica. Acelerou jogadas desnecessariamente, concedeu transições perigosas e cometeu faltas evitáveis. Para agravar, Kaio Panteleão deixou o campo lesionado aos 35 minutos, sendo substituído por Gabriel Bahia, enquanto Newton deu lugar a Allan. Entre momentos de apreensão e lampejos de agressividade, o Alvinegro conseguiu segurar a vantagem. Agora, o desafio é manter a recém-conquistada posição no G4 em um difícil confronto contra o Internacional, no Beira-Rio. O Bahia, por sua vez, terá pela frente o líder Flamengo, em casa, na Fonte Nova, um teste ainda maior para sua capacidade de recuperação.

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Fabiana

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Comentado em 02/10/2025 03:02 Jeffinho meteu o gol perfeito, só faltou a defesa mental na segunda etapa kkk
Tiago

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Comentado em 02/10/2025 01:24 Vitória suave, mas bora corrigir essa blindagem, glória!
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