Botafogo Fora da Libertadores: Ancelotti Explica Derrota na Altitude da LDU

A jornada do Botafogo na Conmebol Libertadores chegou ao fim de forma amarga no Estádio Rodrigo Paz Delgado, com uma derrota por 2 a 0 para a LDU. Após o revés que culminou na eliminação nas oitavas de final, o técnico Davide Ancelotti veio a público para justificar a opção por uma formação com três volantes, uma escolha que levantou questionamentos e que, segundo ele, divergiu do estilo preferencial do clube.

O treinador italiano esclareceu que a configuração tática não representava o ideal para o Glorioso, mas que se impôs como uma medida de adaptação às condições adversas da altitude de Quito. Ele detalhou a intenção por trás da estratégia defensiva: "A estratégia de hoje foi adaptar-se um pouco. Jogamos com linha de defesa mais baixa para tirar a profundidade deles e defender cruzamentos. Eles cruzam muito, então três volantes eram para bloquear os chutes. Não é a maneira que o Botafogo quer jogar, mas tínhamos que adaptar. Mas foi o plano de jogo. E é difícil seguir com o plano depois de levar um gol com seis minutos", pontuou Ancelotti, evidenciando como o gol precoce da LDU desestabilizou o planejamento inicial.

Para Ancelotti, esta foi a estreia como técnico em partidas disputadas em elevadas altitudes. Ele ressaltou o impacto do fator geográfico no desempenho da equipe, que havia conquistado uma vantagem mínima de 1 a 0 no jogo de ida, no Rio de Janeiro, mas não conseguiu sustentá-la fora de casa. "A altitude tem papel porque a bola viaja muito e é mais rápida. É difícil controlar quando tem um passe longo. A LDU é muito forte, então claramente a gente tem que adaptar para ter energias nos últimos minutos", ponderou o técnico, sublinhando a necessidade de gerir o desgaste físico em um ambiente tão desafiador.

A Justificativa Tática de Ancelotti: Altitude e Adaptação

A análise de Ancelotti sobre o desenrolar da partida reforça a influência do marcador inaugural da LDU. "O gol nos primeiros minutos mudou o jogo. Foi mais difícil seguir o planejamento", admitiu. Ele reiterou a intenção de uma postura mais contida: "O ritmo tem que ser baixo aqui porque é muito difícil fisicamente. A gente queria ter uma linha defensiva mais fechada. Claramente essa não é a maneira que gostamos de jogar, mas temos que adaptar. O primeiro gol poderíamos ter evitado."

Escolhas de Elenco e Gestão de Jogo Sob Pressão

Questionado sobre a ausência de Arthur Cabral entre os titulares, Ancelotti esclareceu a situação física do atleta. "Arthur Cabral não treinou. Treinou 20 minutos antes, não estava com condições de 90 minutos", revelou. A opção por Savarino foi estratégica: "O plano era de Savarino porque ele atuou nessa posição ontem, é móvel." O treinador detalhou ainda as instruções específicas para os defensores, visando uma maior solidez: "Pedi trabalho para os dois pontas, queria a defesa mais fixa. Pedi que Marçal e Barboza afastassem as bolas."

A respeito da demora nas substituições, o técnico lamentou a coincidência temporal. "O segundo gol chega quando a gente vai fazer os primeiros dois câmbios para refrescar o time", afirmou. Em um gesto de autocrítica, Ancelotti assumiu a total responsabilidade pelo resultado: "Depois de uma derrota tenho que fazer autocrítica. Vou tomar toda a responsabilidade. Os jogadores seguiram todo o plano de jogo, agora é seguir."

O Que Vem Pela Frente para o Glorioso

Apesar do revés continental, o Botafogo mantém o foco em seus objetivos restantes para a temporada. Ancelotti reiterou a importância das competições que ainda restam: "Temos dois objetivos importantes. Na Copa do Brasil, o clube nunca ganhou, e ficar no primeiro quarto da tabela do Brasileirão. Vamos seguir." O time tem um compromisso imediato, retornando aos gramados no domingo para enfrentar o Juventude no Alfredo Jaconi, dando prosseguimento à sua jornada no Campeonato Brasileiro.