Botafogo Eliminado: Ancelotti e a Polêmica Tática dos 3 Volantes na Libertadores

A recente desclassificação do Botafogo na Copa Libertadores reacendeu intensos debates acerca da abordagem tática empregada pelo time. A derrota por dois a zero para a LDU, ocorrida na capital equatoriana, Quito, marcou o fim da trajetória alvinegra no torneio, apesar de uma vitória prévia no confronto de ida, disputado no Rio de Janeiro.

Curiosamente, a opção por um esquema com três volantes não é inédita e já havia provocado desconforto interno. Tal configuração foi adotada anteriormente, sob o comando do então técnico Renato Paiva, durante o Mundial de Clubes, em um embate crucial contra o Palmeiras. Naquela ocasião, a aposta em uma postura mais cautelosa resultou em um revés, culminando na eliminação e, subsequentemente, na saída do treinador, que hoje dirige o Fortaleza.

A decisão de Davide Ancelotti de replicar essa mesma formação tática agora reacende as críticas, especialmente porque se trata de uma estratégia que, em outras circunstâncias, já havia sido desaprovada pela cúpula diretiva do clube.

O Retorno da Tática Controversa: Botafogo e o Dilema dos Três Volantes

O técnico italiano, Davide Ancelotti, defendeu a escalação que incluiu Allan, Marlon Freitas e Danilo, caracterizando-a como uma necessidade imposta pelas circunstâncias. Ele enfatizou os desafios inerentes à altitude de Quito e o perfil ofensivo da equipe da LDU como fatores determinantes. Conforme suas palavras, essa escolha pontual não reflete a identidade tática que o Botafogo almeja estabelecer sob sua liderança.

"A estratégia de hoje foi adaptar-se um pouco. Jogamos com linha de defesa mais baixa para tirar a profundidade deles e defender cruzamentos. Eles cruzam muito, então três volantes eram para bloquear os chutes. Não é a maneira que o Botafogo quer jogar, mas tínhamos que adaptar. Mas foi o plano de jogo. E é difícil seguir com o plano depois de levar um gol com seis minutos".

A demora nas substituições ao longo do confronto também se tornou foco de questionamentos. O treinador, contudo, justificou-se, afirmando que as alterações estavam iminentes no momento em que a equipe sofreu o segundo gol, o que desestabilizou o planejamento. Ele assumiu a responsabilidade pelo resultado.

Foto: ( Rodrigo Buendia/AFP)

Ancelotti Sob Escrutínio: Justificativas e Autocrítica Pós-Eliminação

"O segundo gol chega quando a gente vai fazer os primeiros dois câmbios para refrescar o time. Depois de uma derrota tenho que fazer autocrítica. Vou tomar toda a responsabilidade. Os jogadores seguiram todo o plano de jogo, agora é seguir".

Ancelotti ainda destacou a influência significativa da altitude na condução do jogo e no desempenho físico dos atletas. Para ele, esse elemento exógeno comprometeu a efetivação da estratégia previamente elaborada.

"A altitude tem papel porque a bola viaja muito e é mais rápida. É difícil controlar quando tem um passe longo. A LDU é muito forte, então claramente a gente tem que adaptar para ter energias nos últimos minutos".

Com a eliminação da Libertadores, o Botafogo agora redireciona sua atenção para os desafios das competições domésticas. O próximo compromisso está agendado para o domingo, dia 24, às 18h30 (horário de Brasília), contra o Juventude, no estádio Alfredo Jaconi, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. Atualmente, a equipe ocupa a quinta colocação na tabela, somando 29 pontos.

O Caminho Alvinegro: Foco Total nas Competições Nacionais

Adicionalmente, o Alvinegro terá pela frente dois clássicos decisivos contra o Vasco, válidos pelas quartas de final da Copa do Brasil. Ancelotti reiterou que o clube mantém objetivos bem definidos para o restante da temporada, buscando transformar a frustração continental em motivação para os torneios remanescentes.

"Temos dois objetivos importantes. Na Copa do Brasil, o clube nunca ganhou, e ficar no primeiro quarto da tabela do Brasileirão. Vamos seguir".

A seguir, os próximos desafios do Botafogo :