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Botafogo Eliminado: A Estratégia Falha de Paiva na Copa dos Clubes
Por Redação FutFogão em 29/06/2025 03:12
Na iminência de um embate crucial contra o Palmeiras, o técnico do Botafogo, Renato Paiva, havia delineado uma estratégia clara: seu time deveria exibir "mais posse de bola" em comparação com os duelos anteriores contra PSG e Atlético de Madrid. A expectativa era de um Botafogo proativo, com controle efetivo do jogo. Contudo, o que se desenrolou no gramado da Filadélfia foi um espetáculo que contradisse veementemente as promessas do comandante, culminando em uma eliminação amarga da Copa do Mundo de Clubes.
A postura alvinegra, longe de ser dominante, revelou-se eminentemente defensiva. Nos raros instantes em que a equipe detinha a posse da esfera, a capacidade de mantê-la de forma construtiva foi praticamente nula, destoando da fluidez observada nos confrontos europeus. Esse comportamento suscitou questionamentos sobre a aderência do elenco às diretrizes táticas estabelecidas.
A Promessa de Controle Ignorada em Campo
A antecipação de Paiva era clara, conforme suas próprias palavras na véspera do confronto:
Eu espero que o Botafogo seja equilibrado e completo. Analisando o torneio, falta um pouco controlar a bola. Quero melhorar para o jogo de amanhã, ter mais bola para tentar conseguir o Palmeiras. Espero uma equipe completa.
Tal declaração ressaltava a urgência de aprimorar a retenção da bola e a busca por um equilíbrio que permitisse enfrentar o adversário à altura. A realidade, entretanto, foi um cenário de passividade que frustrou as expectativas de quem acompanhava a equipe.
A formação com três volantes, que havia sido elogiada em partidas anteriores contra os clubes europeus, não foi o único fator para o desempenho aquém do esperado. As atuações individuais e a incapacidade do coletivo de reagir à pressão imposta pelo Palmeiras contribuíram significativamente para o quadro desfavorável. O início da partida, em particular, foi desastroso, com o Botafogo mais preocupado em desmantelar as ações adversárias do que em edificar as suas próprias.

Desajustes Táticos e a Perda de Criatividade
A diferença na intensidade da marcação era palpável: enquanto o Palmeiras sufocava imediatamente a perda da posse, recuperando a bola com celeridade, o Botafogo concedia espaço e tempo para a troca de passes do oponente, evidenciando uma falta de agressividade que inquietava seus adeptos. A escolha pelos três volantes expôs as fragilidades do esquema tático. Sem a presença de Gregore, a tarefa de iniciar a construção das jogadas a partir da defesa recaiu sobre Allan e Marlon Freitas.
Esse arranjo forçava um dos dois meio-campistas a recuar excessivamente para buscar a bola, resultando na perda de um elemento crucial na fase de criação no círculo central. A equipe, assim, sacrificava sua capacidade ofensiva em prol de uma solidez defensiva que, paradoxalmente, não se concretizou de forma eficaz. Houve um breve período de melhora na reta final do primeiro tempo, quando Allan se deslocou para a direita, engajando-se em tabelas com Artur e Vitinho. Essa movimentação permitiu ao Glorioso penetrar a defesa palmeirense, embora sem sucesso nas tentativas de cruzamento para a área. Contudo, essa fagulha de criatividade foi efêmera.
A Reação Tardia e o Fim da Jornada
O Palmeiras intensificou sua ofensiva na segunda etapa, demonstrando maior poder de fogo. Somente as intervenções decisivas de John impediram que o placar fosse inaugurado mais cedo. Do lado do Botafogo , a estratégia parecia resumir-se a resistir e aguardar o tempo escoar, uma tática que se assemelhava a uma contagem regressiva para o gol adversário. Em confrontos de grande envergadura, os detalhes são frequentemente determinantes. Neste caso, a diferença foi um lance de pura genialidade individual de Paulinho.
Apesar dos méritos inegáveis do Palmeiras, o desfecho da partida foi, em grande medida, moldado pela inércia do Botafogo , ou pela sua ausência de ousadia. A equipe só ensaiou uma reação ofensiva após o revés no placar, tentando em meros quinze minutos o que não havia conseguido construir em mais de cem. A pressão final, embora intensa, foi infrutífera, esbarrando na inevitabilidade de um desfecho já consolidado. Já era tarde demais para reverter o quadro.
A trajetória do Botafogo na Copa do Mundo de Clubes, em sua totalidade, ostenta muitos pontos positivos e conquistas dignas de nota. No entanto, o embate decisivo contra o Palmeiras ecoou a imagem de um time mais acuado pelo medo de perder do que impulsionado pela ambição de vencer. Um desfecho que, parafraseando um sentimento comum, reflete a desilusão de um resultado adverso, apesar do esforço empreendido.
Orgulhoso pela participação, mas frustrado por hoje.
O sentimento expresso por Pedro Dep, da A Voz da Torcida, sintetiza a dualidade de uma campanha com méritos, mas com um final que deixou um sabor amargo de oportunidades perdidas por uma postura que não correspondeu ao potencial da equipe.
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