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Botafogo: Eagle Recorre de Decisão e Contesta Permanência de Textor na SAF

Por Redação FutFogão em 23/10/2025 17:23

A intrincada teia jurídica que envolve a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo ganhou mais um desdobramento relevante. A Eagle Football, holding que detém a maior parte das ações do clube, protocolou um recurso contra a recente decisão da Justiça do Rio de Janeiro. Essa sentença havia garantido a permanência de John Textor à frente da gestão da SAF, ao menos até que o imbróglio seja plenamente examinado por um tribunal arbitral da Fundação Getúlio Vargas. A informação, que lança nova luz sobre o complexo cenário, foi divulgada pelo veículo "O Globo".

O Recurso da Eagle e as Acusações de "Táticas de Guerrilha"

A essência do recurso da Eagle reside em uma série de contestações veementes. A holding argumenta que John Textor e a própria SAF têm empregado o que descreve como "táticas de guerrilha", um comportamento que estaria deliberadamente obstruindo a efetiva criação e funcionamento do Tribunal Arbitral, ambiente considerado essencial para a resolução definitiva do impasse. Adicionalmente, a Eagle expressa preocupações significativas quanto à participação de determinados advogados no litígio, apontando para um potencial conflito de interesses que, segundo a holding, comprometeria a lisura do processo na disputa pelo comando do Alvinegro.

Para os representantes da Eagle, a postura de Textor e da SAF do Botafogo ao sugerirem que as partes estariam próximas de um consenso ou de uma solução, configura um "senso ilusório da realidade". A holding entende que essa narrativa tem o propósito de induzir o magistrado a crer que não há urgência na matéria, o que, por sua vez, poderia atrasar ou influenciar negativamente as decisões judiciais.

As Preocupações com a Gestão de John Textor

Como detentora de 90% da SAF do Botafogo e, paradoxalmente, empresa onde Textor é sócio majoritário, a Eagle Football manifesta profunda apreensão com a atual configuração de poder. Apesar da sua posição acionária preponderante, a holding vê com receio a manutenção de John Textor na liderança do Glorioso. O temor é que, com carta branca para agir, o empresário possa vir a praticar o que a Eagle classifica como "novos atos nulos", exemplificando com a possibilidade de "conclaves irregulares" ou "contratações ilícitas". Tais ações, na visão da holding, poderiam comprometer ainda mais a integridade e a saúde financeira do clube.

O Contexto da Assembleia de Julho e Seus Desdobramentos

Um dos episódios centrais que alimentam essa disputa remonta a uma assembleia realizada em julho. Naquela ocasião, uma reunião conduzida sob a liderança de John Textor aprovou um significativo aumento de capital, além de um empréstimo vultoso de 100 milhões de euros, o equivalente a cerca de 631 milhões de reais. A Eagle Football interpretou essas medidas como uma tentativa de diluir sua participação acionária na SAF do Alvinegro e, ainda, de transferir ativos do clube para outras empresas que possuiriam laços com Textor.

Diante do que considerou uma manobra prejudicial, a Eagle acionou a Justiça. É notável que, na mesma sentença que, por um lado, concedeu êxito à holding em sua contestação aos atos da assembleia, por outro, manteve o empresário norte-americano à frente do Mais Tradicional. Essa dualidade na decisão sublinha a complexidade e as nuances do embate judicial que permeia a gestão e o futuro do Botafogo .

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