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Botafogo e o VAR: Análise da Partida Contra o Grêmio e Futuro Alvinegro
Por Redação FutFogão em 25/09/2025 14:12
A Arena do Grêmio continua a ser um território complexo para o Botafogo, um palco onde o Alvinegro historicamente encontra dificuldades. Em mais de uma década, o clube carioca conquistou a vitória ali em apenas duas ocasiões: um 1 a 0 em 2016, com gol de Bruno Silva, em um cenário onde o rival já estava desmobilizado pelo título da Copa do Brasil, e um 2 a 0 no Campeonato Brasileiro de 2023, selado por Eduardo e Carlos Alberto. Na recente rodada atrasada do Brasileirão de 2025, o Glorioso teve em mãos a chance de retornar a Porto Alegre com os três pontos, em um embate parelho onde o Grêmio também criou oportunidades significativas, elevando o goleiro Linck à condição de um dos grandes destaques do confronto. O placar de 1 a 1, contudo, foi desenhado nos instantes finais, com a intervenção decisiva da tecnologia.
A Controvérsia do VAR e a Arbitragem em Foco
É notório o padrão de decisões controversas que envolvem o Botafogo nas últimas partidas, onde a tecnologia de vídeo parece se empenhar em encontrar irregularidades. Um contraste evidente surge quando as definições mais complexas poderiam favorecer o clube da Estrela Solitária, como visto no episódio contra o Mirassol, onde uma penalidade clara foi ignorada. Essa percepção de "dois pesos, duas medidas" não se restringe ao Alvinegro, mas se estende a outros clubes, que, nas próximas rodadas, provavelmente vivenciarão dilemas semelhantes no cenário do futebol nacional.
A condução da arbitragem, sob Lucas Paulo Torezin, do Paraná, também mereceu questionamentos. O zagueiro gremista Kannemann, por exemplo, demonstrou uma influência marcante, sendo constantemente ouvido pelo juiz ao longo dos 100 minutos de jogo. Em contrapartida, Marlon Freitas e Barboza, ao tentarem contestar as decisões, foram prontamente advertidos com cartões amarelos. Embora Pantaleão pudesse ter evitado sua expulsão pós-partida simplesmente se afastando, o Botafogo precisa minimizar as chances para essas interpretações. O lance do pênalti, que resultou no empate do Grêmio, é um exemplo disso: Martins faz um movimento que permite ao VAR intervir. A bola, inegavelmente, toca na mão do atacante, mas a dúvida sobre se resvalou antes no ombro do jogador permanece, com as imagens iniciais se mostrando inconclusivas, conforme a defesa do clube.
Superando Adversidades: Desempenho Alvinegro sob Pressão
Em circunstâncias ideais, este Botafogo , munido de maior investimento e um elenco com mais opções (apesar de algumas lacunas), seria apontado como favorito contra o Grêmio, mesmo atuando fora de casa e em um ambiente hostil. A posição de ambos na tabela do Campeonato Brasileiro e seus respectivos objetivos evidenciam essa disparidade. Contudo, no futebol, a projeção nem sempre se concretiza em campo. O empate, nesta semana, não seria um resultado indesejável, especialmente considerando o alarmante número de desfalques do Botafogo ? treze jogadores, com Telles se somando à lista durante o primeiro tempo. Dentro de suas limitações, o Fogão apresentou uma performance digna e dedicada contra um adversário capaz de causar danos. A questão reside no "suco de estresse" que permeia o botafoguismo em 2025, uma sensação de irritação constante, onde tudo parece mais árduo quando o planejamento não se alinha. No fim, dois pontos importantes foram perdidos.
Ancelotti e as Soluções Táticas em Meio aos Desfalques
Apesar do cenário adverso, o Botafogo demonstrou capacidade de superar a pressão alta do Grêmio, dominando setores do clássico nacional e encontrando soluções em um contexto extremamente desfavorável. Individualmente, Linck se solidifica a cada jogo como titular, e Freitas, o motor do meio-campo, ressurgiu com uma assistência espetacular, remetendo à precisão de Kobe Bryant ao acionar Shaquille O'Neal. Cuiabano, por sua vez, exibiu um notável faro de atacante. O técnico Davide Ancelotti, mesmo com uma ou outra alteração tardia, acertou na escalação inicial e implementou algumas novidades táticas. Jeffinho, por exemplo, desempenhou com competência a função de "10", substituindo Savarino. No segundo tempo, o treinador italiano optou por uma dupla na direita, com Ponte na lateral e Vitinho adiantado, flutuando mais por dentro, o que gerou uma melhora, ainda que tímida, no setor. Ancelottinho, após o empate, explicou suas escolhas:
"Como todos sabem, tivemos muitos desfalques, então, procuramos encontrar soluções nos treinos. Uma delas é o Jeffinho no meio. Ele pode fazer isso. E fez isso bem. A troca dele (no segundo tempo, por Ponte) foi por um tema de dor no braço, algo que não permitia que ele jogasse por conta do incômodo. A modificação, portanto, foi essa de jogar com o Vitinho na ponta direita. Ele já jogou ali, na Inglaterra"
O Desafio do Clássico Vovô e a Busca por Continuidade
Por outro lado, Martins e Cabral não conseguiram render o esperado, e Artur teve momentos de altos e baixos, formando um trio que tem sido alvo de contestações. Para o confronto contra o Fluminense, no próximo domingo (28), no Maracanã, é provável que o torcedor alvinegro veja esses atletas no banco de reservas. Será mais um desafio significativo para Davide Ancelotti e sua equipe, que ainda lidará com um elevado número de desfalques. O Clássico Vovô representa uma oportunidade crucial de impor ao rival a nona derrota consecutiva. O Botafogo , apesar das adversidades, demonstrou caráter e capacidade na última rodada atrasada do Brasileirão, evidenciando um trabalho em desenvolvimento. No entanto, é fundamental que haja continuidade e paciência, pois o tempo, em 2025, parece ser um adversário implacável para a Estrela Solitária. O objetivo do G4 ficou para um momento posterior, e, portanto, o time das Laranjeiras precisa arcar com as consequências desse atraso no fim de semana, no Estádio Mário Filho.
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