Botafogo de Ancelotti: Desafios em Casa e a Virada Essencial no Brasileirão

O panorama atual do Botafogo no Campeonato Brasileiro é marcado por uma visível instabilidade. Questões como ausências de jogadores chave, variações no rendimento e a persistente dificuldade em solidificar uma formação titular consistente têm contribuído para um período de incerteza no clube alvinegro.

Neste cenário desafiador, o desempenho do técnico Davide Ancelotti atuando como mandante emerge como um ponto de preocupação adicional. Os indicadores numéricos revelam uma fragilidade notável quando o time joga em seu próprio estádio, o que impõe um desafio extra para o próximo compromisso.

O Alvinegro se prepara para encarar o Mirassol, adversário que chega embalado, em partida válida pela 12ª rodada atrasada do Brasileirão. O confronto está agendado para esta quarta-feira, dia 17, às 19h30, no Estádio Nilton Santos. Curiosamente, a tabela oferece ao treinador italiano a oportunidade de reverter essa tendência desfavorável e, simultaneamente, recolocar o Glorioso no seleto grupo do G4, a zona de classificação direta para a fase de grupos da Libertadores de 2026.

Desempenho Doméstico: Um Botafogo de Contraste

Sob a batuta de Davide Ancelotti, o Botafogo , em seus domínios, apresenta um retrospecto de oito embates, com apenas três vitórias, dois empates e três reveses. O saldo de gols é modesto, com nove tentos assinalados e seis sofridos. Este aproveitamento, de apenas 45,8%, está aquém das expectativas para um clube que almeja as primeiras posições. É um dado que representa menos da metade dos pontos possíveis disputados em casa.

Para ilustrar a discrepância, vale recordar o legado de seu antecessor, o português Renato Paiva. Em nove partidas no Colosso do Subúrbio, Paiva deixou o clube com um impressionante aproveitamento de 92,5% dos pontos. Curiosamente, o cenário se inverte quando o Alvinegro joga longe de seus domínios. Ancelottinho demonstra maior eficiência como visitante, acumulando cinco triunfos, um empate e duas derrotas em oito jogos, totalizando 66,6% de aproveitamento.

A Voz do Treinador: Ancelotti Explica a Irregularidade

A questão da inconsistência em casa não é nova. Em agosto, após uma vitória de virada por 3 a 1 sobre o Juventude, em Caxias do Sul, pela competição nacional, a imprensa já havia questionado Davide Ancelotti sobre a performance irregular do Botafogo como anfitrião. O técnico ofereceu sua perspectiva:

"Acho que, fora de casa, no Brasileirão, esse time joga bem. Em casa, quando joga com a máxima confiança, máxima coragem? Enfim. Temos que manter essa coragem, essa confiança em casa. Quando temos algumas dificuldades em casa, o time começa a perder um pouco a personalidade e a confiança. Acho que isso vem da motivação. Não tem outra razão, porque temos uma torcida que sempre apoia muito até o fim. Precisamos aproveitar o ambiente um pouco mais."

A declaração de Ancelotti sugere que a questão reside mais no aspecto psicológico e na capacidade de manter a personalidade e a confiança em um ambiente de pressão, apesar do apoio da torcida. Ele atribui a oscilação à falta de motivação intrínseca, em vez de fatores táticos ou técnicos, um ponto que merece reflexão aprofundada.

A Imperiosa Necessidade de Reação no Nilton Santos

A vitória sobre o Mirassol, portanto, não é apenas um desejo, mas uma imperiosa necessidade. Um resultado positivo não só impulsionaria o Botafogo de volta ao G4 do Brasileirão, mas também serviria para amenizar o clima de forte contestação que se instalou após uma semana marcada por críticas intensas, a dolorosa eliminação na Copa do Brasil e exibições aquém do esperado. O encontro representa uma chance clara de apaziguar os ânimos e reafirmar a capacidade da equipe diante de sua torcida.

O histórico recente do Botafogo sob o comando de Davide Ancelotti no Nilton Santos é o seguinte:

Este retrospecto sublinha a urgência de uma mudança de postura e resultados consistentes em casa, começando pelo desafio contra o Mirassol.