Botafogo Contrata Davide Ancelotti: Sétimo Técnico na Era SAF

A cadeira de técnico no Botafogo tem se revelado uma das posições mais voláteis no cenário do futebol brasileiro desde a instauração da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) sob a gestão de John Textor. Com a recente oficialização de Davide Ancelotti, o clube alvinegro registra o sétimo nome a assumir o comando técnico em um período relativamente curto, desconsiderando os interinos que também preencheram a função em momentos de transição.

Este cenário de alta rotatividade levanta questionamentos pertinentes sobre a consistência do planejamento esportivo, mesmo diante das justificativas apresentadas pela diretoria. A busca incessante por um modelo ideal parece resultar em uma série de apostas que, até o momento, não garantiram a longevidade desejada para nenhum dos profissionais que passaram pelo banco de reservas do Glorioso.

A aposta mais recente recai sobre o italiano Davide Ancelotti, de 35 anos, que assume o desafio de sua primeira experiência como treinador principal. Filho do renomado Carlo Ancelotti, o novo comandante firmou vínculo com o Glorioso até 2026, com uma cláusula notável que lhe permitiria integrar a comissão técnica da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo de 2026.

A Volatilidade no Comando Técnico Alvinegro

A diretoria do Glorioso defende a escolha do jovem técnico como um movimento estratégico dentro do ambicioso projeto esportivo da SAF. Argumenta-se que a vasta experiência internacional de Davide, acumulada ao lado de seu pai em grandes clubes europeus, combinada com a ambição inerente a um novo projeto de carreira, são os pilares para essa decisão. No entanto, a sequência de nomes no banco de reservas do Botafogo convida a uma análise mais aprofundada sobre a efetividade dessas estratégias.

O Botafogo , na era SAF, chega ao seu sétimo técnico efetivo. Dentre os nomes que passaram pela casamata alvinegra, alguns tiveram passagens marcantes, tanto pelo sucesso quanto pela brevidade. O caso de Artur Jorge se destaca pela conquista dos títulos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores em 2024, representando a melhor campanha de um treinador neste período. Em contraste, Renato Paiva teve sua passagem encerrada após a eliminação para o Palmeiras nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, um desfecho que sublinha a pressão por resultados imediatos.

Além desses, o clube também contou com a atuação de interinos como Cláudio Caçapa, Fábio Matias e Carlos Leiria, que assumiram o comando temporariamente em diferentes momentos de transição, evidenciando a instabilidade que tem permeado a posição.

Os Desafios Imediatos de Davide Ancelotti no Botafogo

Com Davide Ancelotti agora à beira do campo, o Botafogo direciona suas atenções para os compromissos cruciais da temporada. O Alvinegro retoma a disputa do Campeonato Brasileiro, onde a busca por regularidade e uma posição de destaque será fundamental. Paralelamente, o novo técnico terá o desafio de conduzir a equipe nas oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil, competições que representam aspirações significativas para o clube.

A chegada do italiano, portanto, não é apenas um novo capítulo, mas um teste para a capacidade da SAF em, finalmente, estabelecer uma linha de trabalho contínua e colher os frutos de um planejamento que, até então, tem sido marcado mais pela mudança do que pela consolidação.