Botafogo busca Copa do Brasil: Entenda a "Maldição das Oitavas"

Consolidado como campeão em duas das mais prestigiadas competições nacionais e continentais, o Botafogo de John Textor persegue agora uma glória ainda inédita em sua rica história: a Copa do Brasil. A lembrança da final de 1999, que culminou em um empate sem gols contra o Juventude no Maracanã e não resultou no título, permanece viva. Nesta terça-feira, 29, o Alvinegro inicia sua jornada nas oitavas de final contra o Red Bull Bragantino, às 19h (de Brasília), no Estádio Nilton Santos, em um embate crucial de ida.

Contudo, a ambição pelo inédito troféu esbarra em um obstáculo recente: a persistente "maldição das oitavas de final". Nas últimas três edições do certame nacional (2022, 2023 e 2024), o Glorioso não conseguiu transpor essa barreira, sendo precocemente afastado da disputa.

A sequência de reveses nessa etapa eliminatória, contra América-MG, Athletico-PR e Bahia, respectivamente, desenha um padrão preocupante. Embora o clube ostente recentes conquistas de peso, a consolidação de um estilo de jogo vitorioso sob a batuta do técnico Davide Ancelotti ainda está em curso. Neste formato de mata-mata, a margem para equívocos é nula, e cada deslize tem o potencial de ser definitivo.

A Persistente "Maldição" das Oitavas de Final

O ciclo de eliminações nas oitavas teve seu início em 2022. Naquele período, o clube vivenciava a transição para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), com um plantel em franca remodelação. O confronto diante do América-MG resultou em uma derrota expressiva de 3 a 0 fora de casa, sem qualquer capacidade de reação por parte do Alvinegro. No jogo de volta, no Rio de Janeiro, a equipe sucumbiu novamente por 2 a 0, com tentos de Felipe Azevedo e Pedrinho. Tal revés sublinhou a necessidade premente de um investimento substancial por parte de John Textor para elevar o patamar do Botafogo e ambicionar conquistas de maior envergadura.

A edição de 2023 apresentou um cenário de esperança frustrada. Diante do Athletico-PR, o Botafogo chegou a abrir uma vantagem de dois gols fora de seus domínios, com gols de Tiquinho Soares e Luis Henrique. No entanto, o Furacão orquestrou uma notável virada, finalizando a partida em 3 a 2. No reencontro no Nilton Santos, Tiquinho Soares novamente balançou as redes, mas a decisão foi para as penalidades máximas. Ali, o próprio centroavante e Tchê Tchê falharam em suas cobranças, culminando em mais uma eliminação amarga.

A mais recente dessas eliminações, descrita como ocorrida "na temporada passada", viu o Alvinegro buscar maior solidez sob a direção de Artur Jorge. No confronto de ida, após Carlos Alberto inaugurar o marcador, Cauly restabeleceu a igualdade, um resultado que provocou vaias da torcida no Nilton Santos. Em Salvador, o cenário se agravou com a expulsão de Gregore ainda no primeiro tempo, e Lucho Rodríguez selou a vitória do tricolor baiano na etapa complementar, concretizando mais uma saída precoce do Botafogo do torneio.

Foto: (Vítor Silva/Botafogo)

O Peso do Passado e o Desafio Atual

Diante deste histórico recente de frustrações nas oitavas, o desafio de 2024 assume um caráter ainda mais premente. Com Davide Ancelotti à frente, o Botafogo não apenas busca um título inédito, mas também a quebra de um padrão que tem impedido sua ascensão na Copa do Brasil. A precisão e a resiliência serão cruciais, pois, em confrontos eliminatórios, a mínima falha pode significar o fim de um sonho.