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Botafogo Associativo Entra na Briga: R$155 Milhões e Intervenção na SAF em Jogo
Por Redação FutFogão em 26/11/2025 04:14
A entidade associativa do Botafogo protagonizou um movimento significativo na contenda jurídica que envolve a SAF e a Eagle nesta última segunda-feira. Com solicitações formais à Justiça para um ressarcimento de R$ 155 milhões e a nomeação de um interventor na gestão da SAF, a manifestação do clube social configura um novo e contundente capítulo no processo iniciado em julho de 2025. Naquela ocasião, a Eagle havia acionado judicialmente a SAF Botafogo e a própria estrutura associativa. Compreender a participação do Botafogo de Futebol e Regatas nesta querela legal é fundamental para decifrar os desdobramentos futuros.
Botafogo Associativo: Motivações por Trás da Ação Milionária
Apesar de não integrar a estrutura societária majoritária, que detém 90% do futebol alvinegro, o clube associativo argumenta que pode ser impactado por reflexos e potenciais danos decorrentes do litígio. Considerando que os sócios majoritários são empresas estrangeiras, sem bens diretos em território brasileiro, a entidade associativa entende ser imperativo assegurar, por cautela, o valor correspondente à sua participação minoritária no passivo. O objetivo, conforme explicitado no documento, é prevenir "efeitos práticos e irreversíveis em seu desfavor, sem que esteja minimamente protegido contra os riscos decorrentes do litígio entre os controladores".
A Gênese da Contenda: O Processo Original da Eagle
No processo original, a Eagle ingressou com uma ação judicial buscando suspender atos societários realizados por John Textor sem a anuência de Christopher Mallon, então diretor independente da empresa. O ponto central do debate referia-se à "cessão de supostos créditos" do Botafogo para uma companhia sediada nas Ilhas Cayman, em um montante que poderia alcançar 150 milhões de euros. Essa movimentação, orquestrada pelo empresário americano, foi aprovada em uma Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas (AGE) e em uma Reunião do Conselho de Administração (RCA) do Botafogo , ambas realizadas em 17 de julho. Por essa razão, a Eagle pleiteava a suspensão de todos os efeitos da AGE e da RCA, fundamentando-se em sua não participação no processo decisório.
Entretanto, em uma das decisões subsequentes, proferida em outubro, a Justiça anulou oficialmente os atos societários e "congelou" a situação corporativa ao ponto em que se encontrava antes do impasse. Tal medida impedia a entrada de novos investidores como acionistas do Botafogo . A Eagle, contudo, recorreu da decisão inicial, especialmente no que tange à manutenção de Textor em sua posição estatutária.
O Papel do Clube Social: Por Que o Botafogo Associativo se Manifesta Agora?
A questão que se impõe é: qual a inserção do clube associativo neste complexo cenário? Em meio a diversas manifestações legais por parte dos advogados de todas as frentes envolvidas, o clube social foi formalmente notificado e instado a se manifestar, especialmente após o recurso interposto pela Eagle. É crucial salientar que tanto a SAF quanto a entidade associativa figuram como "agravados" no processo, ou seja, são as partes contra as quais o agravo (da Eagle) foi apresentado. Quando uma das partes recorre de uma decisão, o Tribunal, seguindo o rito processual, intima automaticamente as demais para apresentarem suas contrarrazões, que consistem em suas defesas dentro desse recurso. É por essa razão que o Botafogo associativo se manifesta no processo: ele é formalmente reconhecido como parte e, portanto, é obrigado a responder a qualquer movimentação que o afete, mesmo que nenhuma das outras partes lhe atribua responsabilidade direta, apesar de ser o detentor dos 10% da SAF.
Na petição protocolada nesta última segunda-feira, dentro do prazo estipulado para sua manifestação, o associativo pontuou que o processo movido pela Eagle veicula notícias de diversas irregularidades supostamente cometidas por John Textor. Essas irregularidades, se confirmadas, configuram uma "gestão temerária e irresponsável pela atual administração da SAF". Diante disso, o clube social solicitou medidas de caráter urgente ao Poder Judiciário, enquanto aguarda uma resolução definitiva do litígio.
Os pedidos específicos do Botafogo associativo à Justiça são:
| Item | Demanda |
|---|---|
| Ressarcimento | Pagamento de, no mínimo, 10% do valor do passivo atual apurado em R$ 155.453.600,00. |
| Restrição de Ativos | Proibição da venda de ativos da SAF (incluindo jogadores de futebol) e da distribuição de dividendos (lucros) em favor da Eagle até a apresentação de um plano de regularização do passivo da SAF. |
| Intervenção Judicial | Nomeação de um interventor judicial para a SAF, com especialidade na gestão de negócios relacionados a clubes de futebol. |
Este movimento do associativo aprofunda ainda mais a já intrincada paisagem legal que envolve o Botafogo , sinalizando uma profunda divergência de interesses e visões sobre o futuro da instituição alvinegra.
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