Botafogo: Ancelotti e o Revés no Morumbi - Análise Crítica da Derrota

A 23ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025 foi palco de uma atuação preocupante do Botafogo, que culminou na derrota por 1 a 0 para o São Paulo no Morumbi. O resultado não apenas adiciona um revés à campanha alvinegra, mas também levanta questionamentos profundos sobre a gestão tática da equipe, especialmente no que tange às escolhas do treinador Davide Ancelotti.

O Alvinegro apresentou um desempenho aquém do esperado, com um primeiro tempo descrito como "horrível", e a falta de capacidade para reagir na segunda etapa, mesmo com as substituições, expôs as fragilidades do planejamento. As notas atribuídas aos jogadores e à comissão técnica refletem um dia de pouca inspiração e muitos equívocos estratégicos.

Decisões Estratégicas de Ancelotti Sob Escrutínio

Davide Ancelotti, o comandante técnico, acumulou uma série de escolhas questionáveis, que impactaram diretamente o resultado final. A escalação inicial de Danilo pela direita, a não utilização de atletas como Santi Rodríguez e Montoro, e a ineficácia das mudanças durante o jogo demonstram uma parcela significativa de responsabilidade na que foi considerada a pior exibição do Botafogo sob sua direção. O placar desfavorável de 1 a 0, com o gol de Dinenno, é um reflexo direto dessas falhas de comando.

A performance individual dos jogadores, em sua maioria, esteve abaixo do padrão esperado, com poucas exceções. A análise detalhada das atuações revela um time desorganizado e com pouca capacidade de construção ofensiva ou solidez defensiva.

Falhas Defensivas e Insegurança na Meta

A linha defensiva e a meta alvinegra enfrentaram um dia desafiador. Neto, o goleiro titular, falhou pelo segundo jogo consecutivo em gols sofridos pelo Botafogo . Sua indecisão na saída, aguardando a definição dos zagueiros, o fez chegar atrasado na disputa com Dinenno no lance do gol. Além disso, deixou um espaço considerável no canto em uma cobrança de falta de Enzo Díaz que acertou a trave. Uma lesão física o tirou da partida ainda no primeiro tempo, dando lugar a Léo Linck.

Na lateral, Vitinho não encontrou sintonia com Newton na marcação de Enzo Díaz no momento do gol e, além de uma atuação fraca, cometeu um erro de passe simples que por pouco não resultou em outro gol para o São Paulo. David Ricardo, na zaga, permitiu a entrada de Dinenno na área para marcar o tento adversário, embora tenha demonstrado algum acerto em bolas longas. Marçal, por sua vez, foi responsável por uma falta perigosa perto da área, errou a maioria de suas tentativas e deixou lacunas significativas em sua retaguarda, culminando em um escorregão crucial que deixou Wendell em posição vantajosa para finalizar.

Apesar do cenário geral, o zagueiro Kaio, mesmo com uma certa culpa no gol de Dinenno, que correu em suas costas, demonstrou segurança no restante do confronto, com bons cortes e projeções ofensivas. Léo Linck , que substituiu Neto, evitou um placar mais elástico, realizando duas defesas importantes em chutes de Rigoni e Luan, mostrando-se mais seguro quando acionado.

Meio-Campo e Ataque: Ausência de Produtividade

O setor de meio-campo e ataque do Botafogo apresentou uma notável falta de efetividade. Allan se destacou negativamente pela profusão de passes errados, pela ausência de coberturas defensivas e pela dificuldade em iniciar as transições ofensivas, sendo posteriormente substituído por Matheus Martins. Marlon Freitas, por sua vez, não conseguiu se sobressair com seus passes longos, seu principal atributo, e foi surpreendido por um passe deficiente de Vitinho , não conseguindo travar o chute de Rigoni.

Newton foi, sem dúvida, o ponto mais positivo da equipe alvinegra. Seu desempenho foi marcado por diversos desarmes cruciais e uma recuperação providencial que travou o chute de Dinenno, impedindo um gol iminente. Sua atuação foi, de longe, a melhor entre os jogadores do Botafogo em campo.

No ataque, Savarino manteve uma "regularidade" que se mostrou negativa, com domínios equivocados e pouca vitória em duelos individuais. Danilo, que iniciou como meia pela direita e depois se moveu para o centro, esteve muito abaixo de seu potencial, com seu melhor momento sendo uma tentativa de cruzamento afastada. Chris Ramos, apesar de sua movimentação intensa e apoio na marcação, por vezes se atrapalhou sozinho. Jeffinho cometeu muitos erros que resultaram na perda de posse de bola, sem conseguir dar sequência a quase nenhuma jogada pela esquerda.

Matheus Martins , que entrou no segundo tempo, teve a primeira grande oportunidade de perigo do Botafogo , mas chutou para fora, evidenciando a necessidade de maior urgência na liberação da bola. Joaquín Correa também exibiu falhas em sua tomada de decisão, preferindo finalizar sem força quando Matheus Martins estava em melhor posição. Cuiabano, em seu retorno após lesão, arriscou um chute de longe, a primeira finalização do time na direção do gol, mas Rafael defendeu sem dificuldades, e a falta de ritmo de jogo foi perceptível.

Avaliação Detalhada das Atuações

A seguir, apresentamos a tabela com as notas atribuídas aos jogadores e ao técnico, refletindo o desempenho na partida:

A derrota para o São Paulo, com as atuações individuais e a gestão tática de Ancelotti, serve como um alerta para o Botafogo , que precisará de uma revisão profunda para retomar o caminho das vitórias e aspirar a seus objetivos no Campeonato Brasileiro de 2025.