Botafogo 2x2 Santos: Ancelotti Aponta 'Pouca Agressividade' e Desafios Táticos

O Botafogo não conseguiu converter a vantagem em vitória no recente confronto contra o Santos, terminando em um frustrante empate de 2 a 2 no Estádio Nilton Santos. A partida, válida pela trigésima rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, deixou um sabor amargo para a torcida alvinegra, especialmente por ter estado à frente no placar em duas ocasiões distintas. O técnico Davide Ancelotti, em sua avaliação pós-jogo, apontou a "pouca agressividade" como um dos elementos determinantes para o desfecho, expressando seu pesar pelo resultado alcançado em casa.

A análise do treinador italiano sobre o desempenho da equipe revelou uma dicotomia. Se, por um lado, o início da partida foi promissor, a postura defensiva e ofensiva deixou a desejar em momentos cruciais. Ancelotti destacou a falta de ímpeto em diversas fases do jogo, especialmente na zona intermediária e em lances de cruzamento, o que pode ter facilitado as investidas adversárias. A capacidade de reação do time, contudo, foi evidente ao retomar a dianteira no placar após sofrer o primeiro gol.

Análise Tática: A Agressividade em Campo

Apesar das falhas observadas, o Botafogo demonstrou qualidade na construção de jogadas e na posse de bola, conseguindo criar oportunidades significativas. O segundo gol, que recolocou a equipe em vantagem, foi um exemplo disso. O técnico chegou a mencionar que houve a chance de ampliar a vantagem para o terceiro gol, o que poderia ter selado a vitória. No entanto, o cenário mudou drasticamente na segunda etapa. Uma penalidade concedida ao adversário alterou o curso do confronto, tornando a missão do Alvinegro consideravelmente mais difícil. Mesmo assim, Ancelotti elogiou o espírito de luta do time, que persistiu na busca pelo triunfo até os instantes finais.

? Um jogo que, na primeira etapa, começamos muito bem. Depois, tivemos pouca agressividade no bloco meio-baixo. Com cruzamentos pouco agressivos. Tomamos um gol, mas seguimos jogando. Acho que com a bola conseguimos fazer um bom jogo. Marcamos o segundo e tivemos oportunidade para fazer o terceiro. Começamos bem a segunda etapa, até que cometemos um pênalti. Depois ficou difícil, mas o time tentou até o final ? afirmou Davide.

Foto: (Divulgação)

O Impacto dos Desfalques: Uma Realidade Constante

Um dos desafios persistentes que o elenco do Botafogo enfrenta é o elevado número de atletas indisponíveis por lesão. Questionado sobre essa recorrência, Davide Ancelotti atribuiu a situação à intensa sequência de partidas, que impõe um ritmo de jogo extenuante aos jogadores. Ele enfatizou que alguns atletas, como Danilo, Marçal e Matheus Martins, já possuem um histórico clínico de lesões importantes, o que os torna mais suscetíveis a novos problemas físicos. A realidade do futebol moderno, com calendários apertados, demanda um esforço contínuo dos atletas, e as lesões se tornam uma consequência previsível.

O treinador explicou ainda que o período de recuperação e treinamento é significativamente reduzido devido à densidade dos jogos. Com apenas dois, no máximo três, treinos de recuperação antes de cada partida, a preparação física e tática ideal é comprometida. Ancelotti reconheceu que outros clubes na competição também enfrentam problemas similares de desfalques, sugerindo que a questão não é exclusiva do Botafogo , mas sim um reflexo do calendário competitivo. A gestão do elenco, portanto, torna-se um exercício complexo de equilíbrio entre a necessidade de resultados e a preservação da integridade física dos atletas.