Análise da Vitória do Botafogo e a Urgência por um Novo Comando Técnico

Herança de 2024 e o Desafio de 2025

A recente vitória do Botafogo por 2 a 1 sobre o Fluminense, na última quarta-feira, reacendeu a memória do desempenho excepcional do clube em 2024, quando praticou, sem dúvida, o futebol de mais alto nível no país. Mesmo com as perdas de jogadores importantes como Thiago Almada e Luiz Henrique, o time demonstrou superioridade em grande parte do confronto. O ponto crucial foi a exibição de uma desenvoltura ofensiva que remetia aos tempos de glória, quando conquistou os títulos da Libertadores e do Brasileirão.

Este primeiro jogo da equipe principal do Botafogo no ano serviu como um alento para os torcedores, que anseiam por um substituto para o técnico Artur Jorge. No entanto, essa mesma partida também levanta questões importantes: ao demonstrar a manutenção da base de 2024 e iniciar o ano com essa vantagem, seria crucial não desperdiçá-la. O clube precisa agir com celeridade para capitalizar sobre seu momento.

A Demora na Escolha do Novo Treinador

O tempo de espera por um novo treinador já ultrapassou um limite considerado razoável. É compreensível que a diretoria do clube seja cautelosa e criteriosa na escolha, especialmente após o trauma de 2023, quando a substituição de Luís Castro resultou na perda do título brasileiro. Contudo, já estamos no último dia de janeiro, e a ausência de um técnico começa a se tornar um problema.

A última negociação frustrada foi com o espanhol Rafa Benítez ? uma decisão que, a meu ver, foi positiva para o Botafogo , pois acredito que seria um equívoco. Anteriormente, o clube demonstrou interesse em nomes como o argentino Tata Martino, os portugueses Paulo Fonseca e Sergio Conceição e o brasileiro André Jardine. Todos são profissionais de grande renome, com trabalhos sólidos no exterior, o que demonstra a ambição do clube.

O Risco da Inércia e a Concorrência Acirrada

A justificativa para essa demora reside no discurso de John Textor, que argumenta que a temporada do Botafogo terá início efetivo em abril, com o começo da fase de grupos da Libertadores. Essa lógica, no entanto, me parece perigosa. Manter-se em ritmo lento até lá é um luxo que nem mesmo o melhor time do Brasil pode se dar ao direito.

A concorrência não está parada. O Flamengo, adversário do Botafogo na disputa da Supercopa neste domingo, surge como um forte candidato a títulos, com a base do trabalho promissor de Filipe Luís. O Palmeiras é sempre um concorrente de peso, o São Paulo pode surpreender, o Atlético-MG tem potencial para evoluir com Cuca, e ainda há as incógnitas em relação ao Santos com Neymar e o Cruzeiro com Gabigol e outros reforços.

O Impacto da Ausência de um Técnico e Reforços

A demora do Botafogo em contratar um novo técnico, somada à perda de jogadores de difícil substituição, pode fazer com que seus concorrentes reduzam a distância que os impediu de conquistar os títulos que o clube alvinegro alcançou em 2024. A ausência de um comando técnico definido pode comprometer o planejamento e o desenvolvimento da equipe.

O interino Carlos Leiria tem se esforçado, mas é evidente que a equipe precisa de um treinador com visão de longo prazo e capacidade de implementar uma filosofia de jogo consistente. A falta de um líder no comando pode gerar instabilidade e dificultar a busca por novas conquistas.

Embora 2024 seja um ano inesquecível, é crucial reconhecer que 2025 já começou. O Botafogo precisa agir com urgência para não permitir que a euforia do ano anterior se transforme em passividade e perca a oportunidade de consolidar seu sucesso.