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Botafogo 2025: A Estratégia de Textor e o Desastre Esportivo
Por Redação FutFogão em 12/09/2025 18:34
A cautela deveria ser a máxima guia para qualquer torcedor, especialmente os do Botafogo, que aprenderam a lidar com expectativas frustradas. O período que se estende da 23ª rodada do Brasileirão até o começo da temporada de 2026, em abril, assume um caráter meramente protocolar. A gestão de John Textor, com suas decisões equivocadas, parece ter desmantelado o ano de 2025, comprimindo o horizonte do Glorioso para um semestre de desilusões.
Os equívocos sucessivos no planejamento, orquestrados pelo "Padrinho", culminaram em uma série de reveses esportivos. Estes afastaram a equipe alvinegra da possibilidade de consolidar o que poderia ter sido o melhor período de sua trajetória. Resta agora ao torcedor apegar-se às memórias de um 2024 excepcional, uma estratégia para preservar a sanidade diante de um declínio tão abrupto na qualidade.
Em um ano que deveria marcar a afirmação do Botafogo como campeão continental e detentor do título brasileiro, a equipe esteve distante de erguer qualquer troféu. As primeiras evidências desse cenário desolador surgiram em janeiro, na Supercopa do Brasil, uma final de jogo único. O time teve a peculiaridade de escalar um zagueiro já negociado com outra agremiação para enfrentar o Flamengo, resultando em um placar de 3 a 1 que, surpreendentemente, não refletiu a dimensão da superioridade adversária em Belém.
O Ano Prometido e a Realidade Amarga
Pouco depois, a Recopa Sul-Americana, um torneio de grande relevância internacional para o clube, expôs ainda mais as fragilidades. Em duelos de ida e volta, o Racing dominou completamente, impondo um agregado de 4 a 0 e protagonizando cenas de celebração efusiva com danças de cumbia na zona mista do Nilton Santos, um símbolo da impotência alvinegra.
Embora o Campeonato Carioca seja frequentemente desconsiderado na avaliação da SAF, a verdade é que o Estadual poderia ter sido um laboratório crucial. Contudo, a ausência de um técnico por quase 50 dias impediu qualquer experimentação produtiva. O "Mais Tradicional" encerrou sua participação na nona posição, sem sequer alcançar a Taça Rio.
Com a chegada de Renato Paiva ao comando técnico, o ano de 2025 foi apresentado como a "temporada das Copas". No entanto, antes dos grandes desafios, veio o Super Mundial da FIFA, um torneio que, apesar de ter gerado momentos de euforia, como a vitória memorável sobre o PSG, também trouxe a frustração de uma derrota para o Palmeiras, sem a conquista do almejado caneco.
A Dança dos Técnicos e o Desmonte do Elenco
Renato Paiva, cujo trabalho foi avaliado como mediano, foi destituído por supostamente não se alinhar à visão idealizada do "Botafogo Way". Em sua busca por um novo rumo, Textor elegeu Davide Ancelotti. O jovem técnico italiano, herdeiro de Carlo Ancelotti, inicia sua jornada em um ambiente desfavorável, necessitando de tempo para implementar suas ideias.
Paralelamente à mudança no comando técnico, o Glorioso passou por uma intensa reformulação do elenco, marcada por chegadas e partidas que, em vez de fortalecer, minaram a qualidade da equipe. A comparação é inevitável: falta um volante com a consistência de Gregore, um ponta com a potência física de Júnior Santos, ou um jogador com a capacidade decisiva de Luiz Henrique.
No setor ofensivo, a combinação de Mastriani, Cabral e Chris Ramos não alcança sequer o potencial de um único Igor Jesus. O resultado é um plantel construído com um investimento vultoso de R$ 700 milhões, mas que, ironicamente, apresenta inúmeras deficiências e lacunas estratégicas.
Eliminações Inaceitáveis e o Preço da Desorganização
Em um lapso de menos de um mês, o Botafogo sucumbiu a dois oponentes teoricamente inferiores: a LDU, na Libertadores, e o Vasco, pela Copa do Brasil. Essas eliminações são inescusáveis, especialmente a ocorrida na última quinta-feira (11), diante de um rival que luta contra o rebaixamento no Brasileirão, e com a presença de 40 mil torcedores no que é conhecido como o Colosso do Subúrbio.
Como bem pontuava o "antropólogo" Muricy Ramalho, "A bola pune". A diretoria comandada pelo "big boss" trocou um ano que prometia a consolidação da grandeza alvinegra por uma temporada de desmantelamento. Com seis torneios disputados, registram-se seis insucessos. A partida de domingo (14), no Morumbis contra o São Paulo, marca o início de uma tentativa de mitigar os prejuízos, embora alguns deles sejam, a esta altura, irreversíveis.
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