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Botafogo 2024: Livro "É tempo de Botafogo" Captura Temporada Histórica
Por Redação FutFogão em 08/09/2025 08:32
O ano de 2024, que se tornou sinônimo de triunfo para os alvinegros, agora está imortalizado em páginas. "É tempo de Botafogo ", a frase que ecoou por entre as arquibancadas e lares botafoguenses, é o título da obra que celebra as conquistas históricas do clube. No cenário literário, os renomados jornalistas Rafael Casé e Claudio Portella unem seus talentos para presentear a torcida com 262 páginas de pura emoção e memória.
A aguardada cerimônia de lançamento está marcada para esta segunda-feira, dia 8, a partir das 18h, na loja oficial do clube, situada em General Severiano. O evento contará com a presença ilustre do zagueiro Barboza e do lateral-esquerdo Marçal, que se juntarão aos autores para uma sessão de autógrafos, tornando a ocasião ainda mais especial para os aficionados pelo Glorioso.
A publicação é descrita pelos seus criadores como mais um adereço de campeão, um item essencial para se ter à cabeceira, servindo como um lembrete diário de que o Mais Tradicional encerrou o ano passado com as cobiçadas taças da Copa Libertadores e do tricampeonato brasileiro. Uma jornada épica, especialmente após o desfecho dramático de 2023 para a Estrela Solitária, que culminou em uma temporada alvinegra verdadeiramente singular e digna de um extenso registro literário.
"É tempo de Botafogo": O Registro de uma Glória Inesperada
A obra é fruto de uma colaboração entre os jornalistas, a editora Gryphus e o próprio Botafogo . Dentro de suas páginas, os leitores terão acesso a um vasto acervo de imagens, revelações dos bastidores, depoimentos dos protagonistas das vitórias, entrevistas exclusivas e relatos emocionantes de torcedores. Além disso, o livro oferece uma experiência interativa, com QR codes que remetem a vídeos e até mesmo a memes que marcaram a internet, configurando-se como um verdadeiro compêndio de sentimentos e lembranças.
Casé e Portella, antes de "É tempo de Botafogo ", já haviam colaborado na criação de "95 - A tua estrela brilha", que detalha o bicampeonato nacional. Rafael Casé também é autor de outras obras notáveis sobre o Glorioso, incluindo as biografias "O artilheiro que não sorria" (sobre Quarentinha) e "Somos todos Carlitos" (sobre Carlitos Rocha), além de "21 depois de 21", que revisita o icônico título carioca de 1989.
A Gênese de um Projeto Épico: Perspectivas dos Autores
Rafael Casé compartilhou os desafios e a emoção por trás da criação do livro:
"A ideia de escrever um livro tinha vindo de 2023, quando a gente tentou fazer algo em tempo real para lançar assim que o Botafogo fosse campeão, já que o time estava muito à frente na tabela. Foi um mico, uma tragédia que aconteceu depois. O projeto meio que morreu. Em 2024, a partir do momento em que o time cresce e se encaminha para a glória, a gente começou a meio que intimamente pensar em fazer aquilo de novo. Mas, como somos supersticiosos, só resolvemos tocar o projeto depois das duas conquistas. E aí foi uma gestação. Nove meses entre o título e a pré-venda. Entre a gente começar a escrever, no começo de janeiro, até agora, setembro. A gente está muito feliz que, mesmo depois desse tempo todo, tenha conseguido retratar essa história tão importante para o botafoguense."
Ele também reflete sobre a natureza do livro como uma "máquina do tempo":
"Acho que cada livro tem uma característica diferente. Quando você escreve biografias, evidentemente há um lastro informativo, muito mais material para pesquisar. São anos e anos de história para contar e, mesmo assim, cada um tem uma característica. Por exemplo, quando escrevi a biografia do Quarentinha, ainda havia muitos jogadores que atuaram com ele. Já a biografia do Carlito Rocha ninguém que tinha convivido com ele estava vivo. Nos livros de campeonatos (89 e 95), você tem todo um tempo de maturação dessas conquistas e consegue falar com todos os ex-jogadores. São muito acessíveis, sobretudo por verem que se trata de uma homenagem. O time de 2024 continua no presente. Na verdade, o livro tenta ser, além de uma homenagem para esses caras, uma máquina do tempo que a gente vai poder acessar sempre que sentir vontade de relembrar."
O Triunfo Inédito e Suas Marcas Indeléveis
A cautela do torcedor botafoguense é um traço marcante, como Casé enfatiza:
"Botafoguense não comemora antes da hora. Você vê em 2023, não é? Todo mundo muito empolgado. O que aconteceu? Para mim, particularmente, quando tem a vitória sobre o Palmeiras, às vésperas da decisão da Libertadores, foi talvez a semana mais importante (da história do Botafogo nos últimos tempos. Aquela retomada da liderança do Brasileiro, jogando fora de casa, contra o algoz de 2023. Depois, a conquista na Libertadores daquela forma heroica, com uma invasão de torcedores, nunca vista em Buenos Aires. Acho que ali, eu, pelo menos, tive a sensação, não a certeza, de que a taça não escapava mais da gente. Naquele jogo contra o Palmeiras, tive a sensação de que ganharíamos a Libertadores e o Campeonato Brasileiro, mesmo ainda com jogos difíceis pela frente, principalmente o Internacional, lá em Porto Alegre."
Claudio Portella, por sua vez, destaca a importância da transição de 2023 para 2024:
"Em 2023, estávamos escrevendo o livro de forma bem comedida, sem falar com ninguém, só com as nossas famílias e nossas esposas. Se fosse campeão, lançaríamos como um presente de Natal. Por isso, escrevemos em tempo real. Fizemos um contrato de gaveta com a editora. O Botafogo tinha uma margem muito grande na liderança, então, a tendência é que tinha uma grande chance de ser campeão e por antecedência. Até que começou a derrocada. Tem uma hora que a gente para de escrever e ver o que acontece. Um traço do botafoguense é não é cantar vitória e não ser arrogante, muito pelo contrário. Eu sou até muito supersticioso. O Casé, menos. Porém, embora tenha a parte sentimental, somos botafoguenses. Na reta final de 2023, tínhamos 2/3 da obra, algo que virou um capítulo. No nosso livro, a gente aborda desde a Série B de 2021 até a virada, quando se transforma em SAF, através do John Textor. Eu, com 43 anos, não vi nada mais triste que 2023. Mas foi necessário para florescer o 2024. Isso fica claro. O capítulo mais lindo da história do Botafogo aconteceu por conta da decepção de 2023."
Memórias e Legados: O Impacto Duradouro para a Torcida
A forma como as vitórias foram alcançadas em 2024, em contraste com a derrota de 2023, é um ponto crucial para Portella:
"Tudo é a maneira como você perde ou ganha. O Botafogo é um clube que sofreu muito. Foram 29 anos sem ganhar nenhuma competição de grande expressão. E aí você perde 2023 da maneira como foi. Mas, em 2024, devolve os 4-3 no Palmeiras, em dois jogos na Libertadores, vence o Palmeiras de novo, em São Paulo, para passar e ser campeão brasileiro faltando três rodadas. Na mesma temporada, derrota o Flamengo duas vezes, um rival que lutava também. Um 4-1 que poderia ter sido até uma goleada histórica. E aí você ganha uma Libertadores, com um homem a menos, com 30 segundos, mas metendo 3-1, com os camisas 7 e 13, números emblemáticos do Botafogo , marcando gols. No fim, um gol do Junior Santos, responsável por classificar o time lá nas fases eliminatórias. Uma semana depois, você é campeão brasileiro no seu estádio, onde não tinha ganhado nada de expressão. E com o gol do cara que tinha sido expulso uma semana antes. É uma história maravilhosa. Nenhum roteirista de cinema faria igual. Nem de ficção. Seria muito inverossímil. É a história mais bonita de um campeão."
Casé ressalta o caráter de "caixa de lembranças" do livro:
"Temos entrevistas exclusivas. O Marlon (Freitas) deu um depoimento incrível, muito emocional, mostrando o envolvimento dele com o Botafogo e com aquelas conquistas. O livro é uma coletânea de sensações, impressões e fatos. Sabe aquela caixa onde você guarda suas memórias, uma carta, um objeto ou coisas importantes para a vida? O livro é mais ou menos assim em relação a 2024. A gente fala de jogadores, torcida, da trajetória que foi vir da Segunda Divisão, em 2021, e chegar no final de 2024 de uma maneira tão gloriosa. A gente fala de personagens. É uma caixa de lembranças que vai sempre ficar guardada. Quando a gente tiver saudade, abre o livro e revive todas as lembranças".
Portella compartilha uma emocionante história de torcedor, destacando o impacto duradouro das conquistas:
"Estava lá com meu filho, o abraçando. Disse a ele, quando o Gregorio foi expulso, que seria sofrido, mas era o nosso dia. Tenho histórias com meus pais, com meus irmãos, com meus filhos, mas prefiro falar sobre um torcedor. Seu Francisco estava lá aos 75 anos. Ele foi sozinho, de caravana. Todo mundo ali o ajudando. Ele foi lá porque estava com o princípio de Alzheimer e não queria esquecer. Falou que precisava estar no Monumental para garantir aquela memória. Ele esperou a vida inteira por aquilo. Já estava esquecendo algumas coisas, mas o botafogo ele não esqueceria. É uma das muitas histórias, emocionantes, de pessoas que estavam em Buenos Aires. Outras não foram, mas estavam no coração e presentes de alma."
A obra, que inicia com a incompreensão de um filho diante das lágrimas da mãe após uma goleada histórica, encerra-se celebrando o futuro que se abriu. Portella lembra de um torcedor que se tornou pai no dia da conquista da América, sublinhando o impacto geracional das vitórias:
"Começamos o livro falando sobre um filho que não entendia por que a mãe chorava quando o Botafogo goleava o Peñarol (URU) por 5 a 0, na partida de ida da semifinal da Libertadores, no Estádio Nilton Santos. E terminamos falando sobre o futuro que nasceu. Encontramos um torcedor que foi pai justamente no dia em que o Botafogo conquistou a América. As crianças me impactam. As gerações. Filhos, pais e avós juntos comemorando. Quem viu os anos dourados do clube, depois o Túlio e os jovens que celebraram um título grande pela primeira vez. A imagem que fica para mim é a de torcedores de diferentes idades, misturados, chorando? Ela representa o tempo de Botafogo ."
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