Barboza Abre o Jogo: Detalhes Exclusivos da Quase Saída e a Paixão Alvinegra

Em um depoimento franco e carregado de emoção, o zagueiro argentino Barboza, peça fundamental na recente era de conquistas do Botafogo, abriu o coração sobre sua jornada no clube. Em entrevista concedida à BotafogoTV, o camisa 20 não apenas expressou sua profunda satisfação com a atual fase, mas também trouxe à tona detalhes inéditos de um período turbulento, onde sua saída do Glorioso esteve "muito perto" de se concretizar. Sua permanência, agora celebrada, é um testemunho da resiliência e do poder de um vínculo inquebrável com a torcida.

O Vínculo Inabalável: Como a Torcida Manteve Barboza no Glorioso

A declaração de Barboza sobre sua felicidade no Botafogo ecoa a gratidão pelo apoio massivo que recebeu. Após as consagradoras campanhas do Campeonato Brasileiro e da Libertadores, o defensor foi alvo de cobiça internacional, com sondagens vindas do Catar. Contudo, a mobilização dos adeptos alvinegros, que "invadiram" suas redes sociais e as de sua família, exerceu uma influência decisiva em sua escolha de permanecer no Rio de Janeiro.

Ele descreve essa conexão como algo singular:

O carinho que eles demonstram por mim, pela minha família, não só quando tenho a oportunidade de vê-los no shopping ou na rua, mas também através das redes sociais. Há pouco tempo eu recebi propostas para ir embora do Botafogo. E quando essa notícia saiu nas redes, meu Instagram e o da minha esposa ficaram uma loucura. Todo mundo mandando mensagem falando que eu não poderia sair. Estou aqui muito feliz, eu e minha família. Para mim é muito bonito sentir esse carinho

afirmou o zagueiro, sublinhando a força dessa relação.

Das Ruas de Villa Celina ao Coração da Defesa Alvinegra

A trajetória de Barboza, desde suas origens no bairro portenho de Villa Celina, é marcada por um espírito de liderança e uma paixão pelo futebol. Formado nas categorias de base do renomado River Plate, o atleta transitou por clubes como Atlético de Rafaela, Defensa y Justicia e Independiente antes de sua bem-sucedida passagem pelo Libertad, no Paraguai. Curiosamente, em 2019, o Athletico Paranaense já havia demonstrado interesse em seus serviços.

O defensor chegou ao Botafogo em janeiro de 2024, sem custos de transferência, para suprir a lacuna deixada pela saída de Adryelson. Sua decisão de integrar o elenco alvinegro não foi fortuita; ela se deu após a recusa de significativas propostas de clubes europeus como Fenerbahçe, Real Betis e Sevilla, além de uma oferta do Fortaleza. A proximidade com sua família, um fator preponderante em sua vida, foi o pilar dessa escolha, permitindo-lhe manter-se conectado às suas raízes e entes queridos.

O estilo de jogo aguerrido e a personalidade marcante de Barboza, características que rapidamente o tornaram um favorito da torcida, são traços cultivados desde a infância. Dário Kazca, amigo de longa data, recorda que o atual zagueiro tinha uma vocação ofensiva em seus primeiros anos:

Como zagueiro, é um jogador muito completo, sem dúvidas. E aqui (Argentina), quando ele era muito jovem, ele começou jogando como atacante. Ele era o nosso número 10, capitão, como sempre foi. Ele era um grande líder, com muito temperamento

revelou.

A Virada Inesperada: Quando a Saída Parecia Implacável

Apesar de seu status atual como referência no elenco , houve um período em que a permanência de Barboza no Botafogo esteve seriamente ameaçada. Nos primeiros meses da temporada passada, o zagueiro expressou insatisfação com a falta de oportunidades, especialmente após a chegada do técnico Artur Jorge, quando se viu relegado ao banco de reservas por um período considerável. Essa situação o levou a considerar uma transferência, menos de seis meses após sua chegada ao clube.

Barboza rememorou aquele momento de incerteza:

O começo não foi dos melhores. No Carioca não conseguimos fazer as coisas como queríamos, não conseguimos ganhar. Então eu acho que o começo não foi o melhor. Depois o técnico (Tiago Nunes) foi demitido também. O Artur Jorge chega, eu não começo jogando, ficava sempre de fora. Acho que um mês, dois meses, mais ou menos

explicou. A frustração com a ausência de protagonismo foi um motor para a busca por novos horizontes:

Vou dizer algo aqui que poucas pessoas sabem: eu estive muito perto de deixar o Botafogo. Eu sou um cara que não gosta de não jogar, eu gosto de me sentir protagonista. Eu sentia que não tinha oportunidade, então falei com meu empresário e ele falou com o pessoal daqui do Botafogo. Não me deixaram sair, graças a Deus...eu fiquei, e depois as coisas aconteceram como a gente queria

confessou o jogador. A diretoria alvinegra, ciente de seu valor, rechaçou prontamente o pedido de saída, uma decisão que se provaria crucial.

Os Momentos que Gravaram Barboza na História Alvinegra

Após essa fase de incerteza, Barboza reconquistou sua titularidade, formando uma sólida dupla de zaga com Bastos. Essa parceria foi um dos pilares nas conquistas da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, consolidando sua importância no esquema tático. Com quase uma centena de partidas e um gol marcado, o argentino transformou-se de uma aposta inicial em um ícone para a massa alvinegra.

Além de sua performance em campo, Barboza também se tornou uma figura carismática, presente em momentos notáveis da história recente do clube, desde as celebrações pós-jogo com funks até episódios mais polêmicos, como a altercação durante um clássico contra o Flamengo. Em sua entrevista à BotafogoTV, ele destacou três partidas que considera as mais significativas de sua passagem pelo Glorioso:

Em primeiro lugar a final da Libertadores. Foi o jogo da minha vida, sem dúvidas. O segundo foi meu primeiro gol, contra o Peñarol, no 5 a 0 no Nilton Santos. Um jogo muito difícil. Meu pai é torcedor do Peñarol, eu tinha as camisas quando era pequeno. E em terceiro o jogo com o Palmeiras, no Allianz, nas oitavas da Libertadores. Eu quase morri no final

revelou, sublinhando a intensidade e o significado desses confrontos para sua carreira e para a história do Botafogo .