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Ancelotti no Botafogo: Análise Tática e os Próximos Passos do Glorioso
Por Redação FutFogão em 17/07/2025 05:45
A estreia de Davide Ancelotti no comando técnico do Botafogo, que culminou em um frustrante empate sem gols, trouxe à tona uma avaliação peculiar do treinador: a percepção de uma ausência de "sorte". Essa constatação, em um ambiente tão intrinsecamente supersticioso como o botafoguense, adquire um peso particular. A performance incisiva de Lucas Arcanjo, goleiro adversário, aliada a intervenções da trave, de fato impediu que o placar fosse alterado. "Não tivemos sorte, mas temos que melhorar também", sintetizou o técnico.
Para além do resultado imediato, o novo comandante, em um instante de descontração, chegou a considerar uma alteração em seu vestuário para o próximo compromisso. Sua primeira experiência à beira do campo, especialmente em casa, foi precedida por uma noite de sono perturbada. "Dormi um pouco, uns 30 minutos. Não dormi bem, mas procurei dormir. Estou tranquilo, feliz. Vai ser um dia que não vou esquecer. Queria ganhar, mas no futebol nem sempre se pode ganhar. (Sobre superstição) Vou trocar a roupa? Não sei, vou ver. Vamos procurar fazer algo para o próximo jogo", declarou o treinador, revelando um lado mais pessoal e talvez um toque de misticismo.
Ancelotti Filho: A Estreia e o Desafio Tático no Botafogo
Em uma abordagem mais pragmática, Ancelotti reconhece a premente necessidade de aprimorar a compreensão ofensiva da equipe e otimizar a integração dos jogadores, especialmente diante da recente chegada de novos atletas ao elenco. "Claramente eu preciso utilizar os jogos (para conhecer o elenco ) porque não temos muitos treinos. Preciso de tempo para conhecer todos. Todos vão ter oportunidade. Temos perfis de jogadores que gostam de jogar entrelinhas e temos que aproveitar isso", elucidou o italiano, indicando um período de observação intensiva em campo como crucial para a consolidação do time.
A primeira ação do técnico após o apito final seria um contato com seu pai, Carlo Ancelotti. O renomado comandante da seleção nacional, ausente do Brasil, só retornará ao Rio de Janeiro em 1º de agosto, tornando o diálogo inicial necessariamente remoto. "Meu pai é a primeira pessoa que vou ligar depois de um jogo. A opinião dele é muito importante como pai e profissional. Isso é claro", reiterou o técnico alvinegro, sublinhando a influência e a importância da orientação paterna em suas análises pós-jogo.
O Blueprint Ofensivo de Davide Ancelotti para o Glorioso
O próprio Davide já delineou diagnósticos precisos sobre a concepção de um Botafogo eficaz no setor ofensivo. Sua preferência recai sobre um esquema com linha defensiva de quatro, oscilando entre um 4-3-3 e o 4-2-3-1, este último adotado na partida de estreia. Sem a posse de bola, a premissa é que o time se organize em um 4-4-2 para a fase defensiva, buscando compactação e eficiência na recuperação.
Savarino emerge como uma peça fundamental nesse mecanismo tático. Davide o visualiza como um meio-campista central, e não meramente um ponta pela esquerda. Contudo, solicitou que o venezuelano flutuasse por aquele corredor para fomentar combinações com Montoro e as investidas do lateral-esquerdo Alex Telles. Os pontas, por sua vez, desempenham um papel crucial na alimentação de Arthur Cabral, que inicia esta nova fase como centroavante principal, desbancando Igor Jesus. A instrução de pés invertidos visa otimizar os cruzamentos, e o Vitória, por pouco, não sucumbiu a pelo menos três oportunidades claríssimas geradas pelo alto.
Do Campo à Estratégia: As Peças-Chave do Botafogo de Ancelotti
O Botafogo também já adentrou a era pós-Gregore. A inclusão de Allan como titular contra o Vitória foi uma mensagem inequívoca da nova comissão técnica. Davide, que já o conhece desde os tempos de Napoli, orientou o meio-campista a se alinhar mais à direita na linha defensiva, proporcionando liberdade para as subidas de Vitinho e conferindo maior equilíbrio ao setor.
A expectativa é que essa reestruturação tática combine a "sorte", ausente contra o Vitória, com um estilo de jogo pautado pela intensidade e agressividade ofensiva. "A ideia é chegar à área sempre. Para ter oportunidade de marcar gols tem que ter jogadores na área e recuperar a bola alto e rápido. A identidade do clube é um futebol com coragem. Tento fazer isso", explicou o comandante, reforçando a filosofia de jogo que pretende implementar.
A eventual "roupa nova" de Davide Ancelotti será posta à prova no próximo domingo, em confronto fora de casa contra o Sport, na Ilha do Retiro. Enfrentar o lanterna do Campeonato Brasileiro configura-se como a oportunidade ideal para que todas essas concepções comecem a se materializar em resultados e o Botafogo demonstre sua verdadeira identidade sob a nova gestão técnica.
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