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Ancelotti Jr. no Botafogo: Coragem, Adaptação e o Futuro do Glorioso
Por Redação FutFogão em 14/07/2025 16:16
A chegada de Davide Ancelotti ao Botafogo, formalizada no Estádio Nilton Santos nesta segunda-feira, marca o início de uma nova fase para o clube. Em sua primeira coletiva, o técnico italiano fez questão de sublinhar a profunda sintonia de princípios com John Textor, proprietário da SAF. A essência de sua proposta para o Alvinegro repousa na necessidade de audácia e na capacidade de buscar múltiplas rotas para o triunfo.
Ancelotti detalhou essa visão de forma incisiva. Ele afirmou que "Ambição, coragem e ser um clube diferente nós (Davide e Textor) estamos alinhados." Para o comandante, o cenário atual do futebol exige mais do que apenas um bom desempenho; é imperativo que a equipe "jogue bem e faça diferentes coisas para ganhar." A dedicação a esse objetivo será intensa, e os atletas, segundo ele, precisam encarnar os pilares do Botafogo . "O sistema pode mudar, mas isso tem que ser claro. Temos que jogar com coragem. Somos um time campeão, então temos que ter personalidade. Esse time é muito grande e representa muita coisa", completou, delineando um perfil de equipe destemida e com identidade forte.
Aos 35 anos, Ancelotti se destaca como o treinador mais jovem em atividade no cenário nacional, um fato que naturalmente gerou questionamentos. Ele abordou a questão com perspicácia, reconhecendo que a juventude, embora possa implicar em menor experiência, carrega consigo elementos vantajosos. O italiano expressou claramente seu desejo de ascender profissionalmente em conjunto com o clube de General Severiano.
"É verdade que sou jovem mas tenho muitos anos trabalhando no futebol", pontuou Ancelotti, destacando sua longa trajetória profissional, mesmo com a idade. Ele fez questão de ressaltar o apoio recebido desde sua chegada, mencionando especificamente a contribuição de Cláudio Caçapa e dos analistas na assimilação de informações sobre os adversários locais. O técnico admitiu que "Ser jovem tem suas coisas positivas e coisas sobre não ter experiência. Tenho que cometer erros para crescer." No entanto, a visão é de um ambiente colaborativo: "Mas estamos em um ambiente onde todos estamos crescendo. Quero crescer ao lado do clube", afirmou, reforçando a simbiose entre seu desenvolvimento e o progresso do Botafogo .
A Filosofia de Jogo: Coragem e Adaptação Tática
A inteligência tática e a capacidade de adaptação foram outros pontos cruciais abordados por Ancelotti. Ele reiterou que seus times devem ser capazes de "ganhar de distintas formas". A preferência por um "futebol vertical, que os torcedores gostem" foi expressa, alinhando-se com a expectativa de um jogo ofensivo. Os valores intrínsecos do Botafogo , "ambição e coragem", são para ele um norte claro. "Quero representar os torcedores do Botafogo ", declarou, enfatizando o compromisso com a massa alvinegra. A adaptabilidade ao cenário de cada partida é, na sua ótica, a marca de uma equipe vitoriosa: "No futebol a gente tem que se adaptar ao contexto do jogo. Para ganhar, uma equipe inteligente é uma equipe que saiba se adaptar."
Um dos aspectos que mais chamou a atenção nas primeiras aparições de Davide Ancelotti foi sua notável fluência em português. O próprio técnico esclareceu que a aquisição do idioma se deu após sua chegada à comissão técnica da seleção brasileira, em junho passado, ressaltando a relevância de dominar a língua do país onde se atua. Além de sua língua materna, o italiano, Ancelotti demonstra versatilidade linguística ao falar também alemão, francês e espanhol, o que facilita a comunicação com o elenco e a comissão.
Sobre sua proficiência no português, ele explicou: "Falo português porque tenho capacidade de aprender rápido." A comunicação com os atletas, muitos dos quais também se expressam em espanhol, já foi estabelecida. Ancelotti vê o domínio do idioma como uma questão de deferência: "Acredito que tenho que fazer isso por respeito ao clube, aos torcedores e aos profissionais. Me esforço muito para aprender rápido." Ele ainda relembrou o início de seu aprendizado: "Quando eu fui na Seleção em junho eu não sabia nenhuma palavra, mas agora aprendi."
O Jovem Comandante e Sua Adaptação ao Futebol Brasileiro
A primeira impressão de seu trabalho em campo veio no Clássico da Amizade, onde o Botafogo superou o Vasco por 2 a 0, no Mané Garrincha. Ao analisar a partida, Ancelotti revelou sua intenção de uma marcação avançada desde o apito inicial. Ele percebeu na ocasião uma janela para inovar, utilizando Nathan Fernandes como centroavante, visando explorar as lacunas na retaguarda adversária.
A estratégia contra o rival foi clara: "A ideia contra o Vasco foi ser agressivo no começo do jogo." Ciente da dificuldade de desarmar equipes sob o comando de Diniz, o técnico alvinegro explicou: "a gente sabe que os times de Diniz são difíceis de roubar a bola, mas queríamos ter a ambição de fazer a pressão alta no início." A escolha inicial pela escalação se deu, mas Ancelotti garantiu que "todos terão a oportunidade de mostrar nos treinos." A decisão de escalar Nathan Fernandes no ataque foi fruto de observações em campo: "Nos treinos vi que o Nathan tem a oportunidade de ser um centroavante e vi que poderia ser uma boa alteração." E a aposta se mostrou frutífera: "Tínhamos muito espaço para atacar depois do gol e ele teve muita atitude de atacar as costas da defesa do Vasco."
Compromisso Total: Botafogo Acima de Tudo
Quanto à possibilidade de conciliar o comando do Glorioso com eventuais compromissos pela Seleção Brasileira, Ancelotti foi categórico em afirmar que não haverá divisão de foco. Contudo, é pertinente recordar que seu vínculo com o Botafogo prevê uma cláusula que lhe confere a prerrogativa de se ausentar para participar da Copa do Mundo, caso seja convocado.
"Eu sou o treinador do Botafogo . Minha concentração e entrega é para o clube", declarou o italiano, reforçando seu total empenho. Ele assegurou: "Estou comprometido para o clube agora até o final da temporada. Estarei 100% aqui, minha cabeça está aqui. Não penso em outra coisa." Sobre o cenário da Copa do Mundo, manteve a cautela: "Sobre a Copa do Mundo vamos ver o que vai acontecer. Estou aqui e feliz." Ancelotti também negou qualquer participação em uma eventual comissão técnica liderada por Carlo Ancelotti, seu pai.
Enquanto aguarda a formalização de sua situação junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para assumir oficialmente o banco de reservas, o Botafogo se prepara para seu próximo desafio. O Alvinegro medirá forças com o Vitória nesta quarta-feira (14), no Estádio Nilton Santos, em partida marcada para as 21h30 (horário de Brasília).
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