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Ancelotti Detalha Triunfo do Botafogo e Liberação de Montoro para Mundial
Por Redação FutFogão em 20/09/2025 21:25
A recente vitória do Botafogo por 1 a 0 sobre o Atlético-MG, no Estádio Nilton Santos, representou um ponto de inflexão significativo para o clube. O resultado, alcançado em um momento de turbulência, foi prontamente valorizado pelo comandante alvinegro, Davide Ancelotti, que destacou a resiliência de seus atletas. Mesmo atuando com um jogador a menos desde a etapa inicial, a equipe demonstrou a execução primorosa dos ensinamentos táticos assimilados nos dias que antecederam o confronto.
A relevância desse triunfo foi sublinhada pelo próprio treinador em suas declarações pós-jogo, evidenciando o quão fundamental era para o moral do elenco. "A importância da vitória nesse momento é grande. Merecíamos esses três pontos. Passamos por um momento difícil, mas os jogadores não abaixaram a cabeça e seguiram trabalhando. Precisávamos dessa vitória. Tivemos uma atitude diferente, trabalhamos a fase defensiva, saber gerir os momentos do jogo. Fizemos tudo o que falamos. Era um jogo que precisávamos", afirmou Ancelotti, revelando a satisfação com a postura demonstrada em campo.
A Virada Tática e Mental do Glorioso
O período desafiador enfrentado pelo Botafogo exigia uma resposta contundente, e ela veio de forma categórica. A performance contra o Atlético-MG, marcada por uma notável mudança de atitude, foi o reflexo de um trabalho focado na solidez defensiva e na inteligência tática. A capacidade de gestão dos diferentes momentos da partida, mesmo sob a pressão de jogar com desvantagem numérica, foi um dos pilares que sustentaram a conquista dos três pontos. O empenho dos jogadores em aplicar as estratégias discutidas, especialmente na fase defensiva, foi crucial para superar a adversidade e consolidar uma vitória tão desejada.
O Brilho de Montoro e a Decisão da Despedida
Um dos nomes que mais se destacaram na partida foi o do meia argentino Álvaro Montoro. Ao lado de Santi Rodríguez, o camisa 8 foi peça-chave na construção do gol que selou o resultado positivo para os mandantes. Sua participação ativa na jogada decisiva do uruguaio ressaltou sua importância tática. Contudo, em meio aos aplausos, surgiu a notícia de sua liberação para o Mundial Sub-20, onde defenderá as cores da Argentina. Ancelotti esclareceu a decisão, ponderando entre a importância do atleta e o sonho pessoal do jovem.
O técnico detalhou os motivos que levaram à autorização para a saída de Montoro, enfatizando o respeito às aspirações do jogador e à determinação institucional. "Porque, primeiro, é uma decisão do clube, eu tenho que respeitar, e segundo, é um sonho para ele. E nós não vamos manter aqui um jogador que tenha um sonho de jogar com a sua seleção. Então, por isso foi a decisão. Concordo que é um jogador fundamental, que é um jogador que tem o último passe, que tem desequilíbrio sem ter muita velocidade, mas tem desequilíbrio porque tem um contra um. É um jogador que gera perigo, mas, sobretudo, é um jogador que precisa melhorar a fase defensiva. Melhorar a fase defensiva. E ele vai melhorando, com essa atitude ele vai melhorar", explicou Ancelotti, apontando tanto as qualidades ofensivas do meia quanto a necessidade de aprimoramento em aspectos defensivos.
O Xadrez Tático: Primeiro Tempo Bloqueado e a Resposta Alvinegra
A análise de Ancelotti sobre o primeiro tempo revelou um cenário de equilíbrio tático e poucas chances claras, até a expulsão de Chris Ramos. O confronto se mostrava travado no setor central, com as equipes buscando uma pressão individual. "A análise, quando a gente estava 11 contra 11, foi uma primeira etapa muito bloqueada. A gente queria fazer uma pressão com encaixe individual e a gente conseguia jogar muitas vezes com goleiro e depois jogar direto. Mas a gente perdia um pouco a segunda bola, perdia um pouco o duelos e com bola também não tínhamos essa mobilidade, esse ritmo que a gente precisava para gerar oportunidades de gol", disse Davide.
A perda de Chris Ramos pouco antes do intervalo alterou a dinâmica, mas o Botafogo surpreendeu ao abrir o placar logo aos três minutos da segunda etapa com Santi Rodríguez. O treinador observou uma estratégia do adversário para diminuir o ritmo do jogo. "Claramente na segunda etapa foi um jogo diferente, mas uma primeira etapa onde o jogo não tinha muito ritmo, acho que o (Atlético) Mineiro também queria um jogo com pouco ritmo porque jogaram na Bolívia e conseguiram baixar um pouco o ritmo do jogo", completou o técnico, elucidando as nuances da partida.
Adaptabilidade e Gestão de Elenco Frente aos Desafios
Ancelotti também detalhou as estratégias para povoar o meio-campo e a importância da atitude defensiva dos pontas, como Montoro e Santi. "Acho que hoje o que tivemos na grande adversidade foi uma mudança de atitude defensiva. Os dois pontas, Montoro e Santi, tiveram um trabalho fantástico. O ponta tem que trabalhar fechando dentro como fizeram eles. Não acho que temos que mudar muito taticamente. Temos que ter esse tipo de atitude quando defendemos, quando retornamos, quando trocamos de corredor. Acho que jogando juntos com tempo eles vão melhorar. Porque Santi não jogou muito nessa posição, Álvaro também. Tem que melhorar o entendimento tático dele, é um jogador jovem. Acho que é onde pode mais melhorar. Essa atitude ajudou muito taticamente o time", pontuou o técnico, evidenciando a adaptabilidade e o potencial de crescimento dos jovens.
Com relação aos próximos compromissos, a ausência de Chris Ramos e outros desfalques já se apresenta como um desafio. "Agora vamos pensar isso na segunda, amanhã temos um dia de folga, mas vamos pensar nos problemas na segunda. Mas vou te dar uma resposta, vamos fazer com os jogadores que temos, vamos avaliar os jogadores que ficaram cansados também, com o departamento médico e depois vamos ver os treinos. Temos um dia mais para preparar o jogo e depois tomar uma decisão. É verdade que no próximo jogo vamos ter alguns desfalques, mas acho que acostumamos ter bastante desfalques neste momento", afirmou Ancelotti, demonstrando que a equipe já está habituada a lidar com tais situações.
A Firmeza Defensiva e a Confiança do Comandante
As substituições realizadas durante o jogo foram motivadas, em grande parte, pelo desgaste físico dos atletas. Savarino, Montoro e Santi foram alguns dos jogadores que deixaram o campo por cansaço. "Por cansaço. Eu via o Savarino cansado pelo trabalho que tinha que fazer, porque claramente ele marcava dois: um meio-campista, um volante na primeira etapa, já que outro volante estava sendo marcado pelo Chris, e na segunda etapa ele tinha que marcar dois. Ele estava um pouco incomodado com o adutor antes do jogo, não quis arriscar. O Montoro também saiu por cansaço e porque eu precisava fazer uma linha de cinco nos últimos minutos. O Santi também saiu por cansaço", detalhou o treinador, explicando as razões por trás das mudanças.
Apesar da expulsão de Chris Ramos, Ancelotti optou por não realizar substituições imediatas, confiando na solidez defensiva da equipe. "Nossa fase defensiva no bloco médio foi boa na primeira etapa. A ausência de Chris era sentida na hora de sair para fazer a pressão alta. Sem ele só mudava que Vitor Hugo ficava livre, mas ele não pode fazer gol. Acho que nossos corredores laterais mantiveram uma boa proteção do nosso gol e por isso não quis trocar. Acho que o time foi sólido e só troquei quando um jogador ficava cansado e mantendo a mesma estrutura. O que mudou é que sem Ramos não podíamos ser agressivos", concluiu Ancelotti, reiterando a importância da estrutura e da disciplina tática para a conquista do resultado, mesmo em condições adversas.
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