Alex Telles Revela Pressão e Estratégia Mental Após Pênalti Decisivo no Botafogo

O cenário do futebol, frequentemente impiedoso, oferece também momentos de notável superação. Alex Telles, o lateral-esquerdo do Botafogo, vivenciou isso de forma intensa em seus duelos contra o Vasco. Recentemente, na 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, o camisa 13 converteu uma penalidade crucial na vitória por 3 a 0 sobre o rival, um lance que reverberou muito além dos três pontos conquistados.

A celebração de Telles após o gol foi um gesto carregado de significado. Correndo em direção à bandeirinha de escanteio, ele levou as mãos à cabeça, um sinal claro de alívio e desabafo. Tal manifestação, explicou o próprio jogador, está profundamente ligada ao seu estado mental, um componente vital tanto nos momentos de glória quanto, e talvez principalmente, nos períodos de adversidade.

A Cicatriz da Copa do Brasil: Um Pênalti Inesquecível

A memória do confronto pela Copa do Brasil, em setembro, ainda ecoa na mente de Alex Telles . Naquela ocasião, uma penalidade cobrada por ele foi defendida por Léo Jardim, resultando na eliminação do Botafogo da competição. Aquele revés gerou uma profunda autocrítica no atleta, que se viu confrontado com a dureza do esporte.

"- O mental serve para momentos bons e, principalmente, momentos não tão bons, que estamos passando nessa temporada. Confesso que esse pênalti foi diferente pelo fato da Copa do Brasil, me cobrei muito depois daquele jogo. Por ser também no Léo Jardim, simbolizou muito a minha comemoração, mas também mostrou como o grupo é forte. O futebol te massacra no dia a dia, eu dou meu melhor no treino. Quando isso faz diferença eu fico feliz -"

A declaração do lateral sublinha a intensidade da sua experiência. O fato de ter reencontrado Léo Jardim na marca da cal apenas amplificou o peso psicológico do momento, transformando o gol recente em um símbolo de redenção pessoal e da resiliência coletiva do elenco alvinegro. A dedicação diária nos treinamentos, segundo Telles, é o que permite superar as adversidades e encontrar satisfação nos resultados.

Estratégia e Batalha Psicológica na Marca da Cal

No reencontro com o goleiro vascaíno, Alex Telles optou por uma cobrança potente e centralizada. Essa escolha não foi aleatória, mas sim fruto de um meticuloso estudo e de uma intensa batalha mental. O jogador ressalta que a preparação para uma penalidade envolve muito mais do que a técnica de chute; é um jogo de xadrez psicológico entre cobrador e goleiro.

"- Sei que os goleiros estudam minha forma de bater, mas eu também estudo muito os goleiros. Vejo muito os jogos, os vídeos dos goleiros que vou jogar. O de hoje foi psicológico, mais uma briga mental com o Léo (Jardim), para saber onde cada um ia. O pênalti da Copa do Brasil eu tinha certeza que ele não iria no meu (chute) chapado porque eu tinha batido assim no tempo normal, mas faz parte, eu dei meu melhor. Hoje fui feliz, consegui ajudar o time a vencer. Sem muita brincadeira. Foi forte no meio -"

A análise de Telles revela a complexidade por trás de cada cobrança. Ele compreende que os adversários analisam seus padrões, mas ele, por sua vez, investe tempo significativo na observação dos goleiros. A decisão de chutar forte no meio, neste último confronto, foi uma manobra tática e mental, uma resposta calculada à expectativa do arqueiro. Embora o pênalti anterior na Copa do Brasil tenha terminado em defesa, o lateral reafirma seu empenho máximo em cada tentativa, celebrando a oportunidade de contribuir para as vitórias de sua equipe.